Reabilitação do Hotel Guadiana é um «processo irreversível»

O município de Vila Real de Santo António lançou, através da sua empresa municipal VRSA SGU, o procedimento público para […]

Hotel Guadiana_01O município de Vila Real de Santo António lançou, através da sua empresa municipal VRSA SGU, o procedimento público para a empreitada de reabilitação do emblemático Hotel Guadiana, situado na zona ribeirinha da cidade.

A autarquia dá assim seguimento à requalificação do edifício centenário – já classificado como imóvel de interesse municipal desde 2010 –, assegurando a sua reabertura e a respetiva transformação em hotel de charme.

Luís Gomes, presidente da Câmara, disse ao Sul Informação que, após estas obras de requalificação, que são «responsabilidade do Município», avançará «a exploração do hotel» por parte da cadeia sul-africana Grand Africa, que é propriedade de um português, como o nosso jornal noticiou, em primeira mão, em Fevereiro passado.

«O processo de expropriação do edifício foi concluído e o contrato com esse grupo hoteleiro sul-africano está assinado, tendo eles feito a entrega das garantias exigidas. Por isso, agora, o processo de requalificação do Hotel Guadiana é irreversível», garantiu o autarca.

Para Luís Gomes, «a operação faz parte da estratégia de recuperação do património edificado da cidade e da instalação, no seu Centro Histórico, de unidades hoteleiras de referência, potenciando um turismo de qualidade superior e cultural».

«No caso do Hotel Guadiana, vamos requalificar o seu interior e adequá-lo às características atuais de uma unidade de cinco estrelas, pondo fim ao cenário de degradação deste edifício que é um cartão-de-visita da frente ribeirinha», prossegue Luís Gomes.

Hotel Guadiana_02A empreitada tem o valor base de dois milhões de euros e será financiada pela iniciativa Jessica, um instrumento de engenharia financeira desenvolvido pela Comissão Europeia em colaboração com o Banco Europeu de Investimento e com o Banco de Desenvolvimento do Conselho da Europa, prevendo-se a conclusão dos trabalhos em dezembro de 2016.

Esta requalificação prevê a manutenção da fachada e dos principais elementos decorativos do prédio de estilo afrancesado projetado pelo arquiteto Ernesto Korrodi, cuja construção ocorreu entre 1918 e 1921.

Além da reativação do uso original do imóvel, a operação urbanística pretende a manutenção da sua volumetria original, possibilitando a instalação de 31 quartos, distribuídos por 15 quartos duplos, três suítes júnior e 13 quartos individuais com os padrões de conforto e exigência das marcas internacionais.

A empreitada engloba ainda a recuperação de um edifício na Ponta da Areia, que servirá como área de apoio balnear.

O projeto cumpre, na íntegra, as orientações do Plano de Pormenor de Salvaguarda do Núcleo Pombalino de Vila Real de Santo António, bem como as medidas estabelecidas na Área de Reabilitação Urbana (ARU) do Centro Histórico de VRSA, que foi, aliás, a primeira a ser lançada no país.

Em paralelo à recuperação do Hotel Guadiana, é intenção da Câmara Municipal de VRSA transformar o Centro Histórico numa referência em termos turísticos, estando por isso em marcha um ambicioso projeto que pretende converter os antigos imóveis, propriedade da Câmara Municipal de VRSA, num conjunto de unidades de alojamento de charme.

 

Um pouco da história do Hotel Guadiana:

Localizado na frente ribeirinha de Vila Real de Santo António, o Hotel Guadiana marcou o turismo algarvio no início do século XX, tendo sido desenhado pelo arquiteto de origem suíça Ernesto Korrodi. Foi construído entre 1918 e 1921 e inaugurado em 1923.

A sua existência deve-se ao industrial conserveiro Manuel Ramirez, que verificou a necessidade de acolher comerciantes nacionais e estrangeiros em VRSA.

A sua construção é também testemunho de uma evolução histórica urbana e a sua arquitetura é caracterizada pela mistura de vários estilos ao gosto da época, manifestando uma transição entre a estética da Arte Nova e a Composição Clássica.

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