Obras para trazer maiores cruzeiros a Portimão não avançam antes de 2017

As obras que vão permitir trazer navios de cruzeiro de maiores dimensões ao porto de Portimão só avançam, na melhor […]

cruzeiros_1As obras que vão permitir trazer navios de cruzeiro de maiores dimensões ao porto de Portimão só avançam, na melhor das hipóteses, em 2017. Até ao fim do ano, a Administração dos Portos de Sines e do Algarve (APS) vai tomar uma decisão sobre o tipo e o volume de investimentos a fazer. Uma garantia está dada: que o montante do investimento será «mais, muito mais» que os 6 milhões anunciados há dois anos pelo ministro da Economia Pires de Lima.

João Franco, presidente do Conselho de Administração da APS, revelou que este organismo, que assumiu a gestão do porto de Portimão há pouco mais de um ano (há 370 dias), depois do estudo feito em 2014 pelo LNEC sobre as condições hidrográficas do rio Arade, encomendou um outro «estudo a uma empresa da especialidade que fez simulação em laboratório das condições operacionais de navios dos vários tipos e dimensões possíveis», tendo em conta fatores como «a bacia de rotação, os calados, os ventos, as marés, o Inverno, o Verão».

Com base nesse estudo, os «especialistas em pilotagem» estão a fazer «uma informação, para nós em Conselho [de Administração], apreciarmos, e que nos vai dizer qual o tipo de navio maior que é possível receber em Portimão e que investimento é necessário fazer para os receber».

Será em função dessa informação e da sua própria apreciação, que o Conselho de Administração da APS terá «de tomar algumas decisões: vamos ou não fazer dragagens, e se vamos, até quantos metros de profundidades? Precisamos ou não de fazer intervenções na bacia de manobra dos navios?»

Porto de Portimão_navio cruzeiros atracadoJoão Franco, que falava ontem aos jornalistas durante uma visita ao Porto de Faro, acrescentou que há ainda um outro passo no processo de decisão sobre que obras fazer em Portimão, para permitir a entrada dos navios de cruzeiros que hoje têm de ficar ao largo, sem entrar no porto.

«Depois de definirmos qual o tipo de navio que lá cabe, é preciso fazer um estudo de mercado a dizer: se estes investimentos custam este dinheiro, há mercado para isto ou não? Vale ou não vale a pena fazer estes investimentos?”

É que, salientou aquele responsável, «os navios de cruzeiros tendem a aumentar muito de dimensão, como aliás na carga em geral, por razões de custos económicos, de custos de escala».

«O que temos de equacionar é: se nós conseguirmos fazer as obras necessárias para ter navios maiores, temos de saber a seguir se há mercado para eles em Portimão».

Que o porto de Portimão continua a interessar, e cada vez mais, aos operadores de cruzeiros é uma realidade. Em 2014, o porto de Portimão recebeu 34 escalas de cruzeiros, enquanto em 2015 estão previstas 48, o que corresponderá, no final do ano, a um aumento de pouco mais de 41% no número de navios. Os maiores cruzeiros, revelou o administrador José Pedro Soares, «vêm agora no final do ano».

De qualquer modo, segundo o presidente do Conselho de Administração da APS, até ao final deste ano de 2015 não haverá «nada de conclusivo» sobre as futuros investimentos no porto de cruzeiros de Portimão, ou seja, a decisão demorará ainda algumas semanas a ser tomada.

No entanto, sublinhou, «não temos dúvida nenhuma» de que «os estudos, os concursos e a preparação da comparticipação europeia possam ser feitos em 2016», para que o investimento possa começar «no terreno em 2017».

José Pedro Soares, administrador da APS, salientou, por seu lado, que «avançaremos passo a passo, solidamente, porque estamos a falar de investimentos muito avultados».

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Terminal de cruzeiros do Porto de Portimão, após obras de requalificação

«Quando nós assumimos as funções há 369 dias, nada havia feito nesta matéria, apesar de se ter vendido durante bastantes anos um sonho, que na realidade era só especulação», acrescentou.

Neste momento, «nós não sabemos ainda qual é o maior navio que pode entrar no porto, mesmo fazendo todas as dragagens possíveis». Todo o trabalho que está a ser feito, «os estudos do LNEC, a simulação, a avaliação da pilotagem» permitem dizer que «não vamos dragar nem mais nem menos do que aquilo que será necessário e possível ter em Portimão».

Enquanto o grosso do investimento não avança no porto de Portimão, nos últimos 12 meses, desde que a APS assumiu também a gestão dos portos algarvios, já foram investidos cerca de 3,7 milhões na sua requalificação e ordenamento, com o apoio do Feder, através do Programa Operacional Algarve 21.

«Hoje, os portos de Faro e Portimão têm condições absolutamente incomparáveis com o que era antes. Aliás, era esse o objetivo da decisão de integrar Faro e Portimão na APS, permitir que se fizesse investimentos nestes portos de maneira a melhor cumprirem a sua missão», salientou ainda o administrador João Franco.

Dos 3,7 milhões gastos nesta primeira fase de investimentos, 700 mil euros dizem respeito às obras de dragagem dos canais de acesso ao porto de Faro, no interior da Ria Formosa, que são promovidas pela Sociedade Polis, mas têm a sua comparticipação nacional paga pela APS.

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