Família “Silva” mudou para casa da Câmara e deixou São Brás «livre de barracas»

Os sorrisos e lágrimas de alegria da família “Silva”, ao conhecer aquela que, muito em breve, será a sua primeira […]

Família recebe casa em São Brás de AlportelOs sorrisos e lágrimas de alegria da família “Silva”, ao conhecer aquela que, muito em breve, será a sua primeira casa de alvenaria, contrastam com os olhares tímidos, carregados de apreensão, que vão lançando às divisões da casa térrea situada no centro de São Brás de Alportel que lhes acaba de ser atribuída pela autarquia.

E percebe-se que assim seja, já que este agregado familiar sempre viveu em casas abarracadas, sem as condições que a maioria dos portugueses tomam por garantidas, como eletricidade, água canalizada e uma casa de banho.

Esta foi uma das cinco famílias sãobrasenses que receberam novas casas da Câmara de São Brás de Alportel, esta terça-feira, e viram as suas condições de vida melhoradas. Quatro dos beneficiários receberam habitações no Bairro Social da autarquia. A família “Silva” ficará instalada no centro histórico da vila.

A situação desta família, composta por um casal e a sua filha adulta, era a mais grave. Basta dizer que a resolução deste problema faz de São Brás um concelho «livre de barracas».

O chefe da família “Silva” e a sua esposa «há mais de 50 anos» que chamam lar a casas improvisadas. «Trabalhei muitos anos numa fábrica de cortiça aqui em São Brás. Na altura, vivíamos numa barraca, no terreno do dono da fábrica. Mais tarde, uma filha minha morreu e eu não tive condições de continuar a trabalhar», contou, emocionado, ao Sul Informação.

Desde então, sobrevive com uma pensão por invalidez e vive de forma muito humilde numa casa abarracada, que construiu noutra zona do concelho, autorizado pelo proprietário do terreno.

AtribuiçãoHabitaçõesSociais_SBAlportelHumildade é um adjetivo que atravessa toda a história dos “Silvas”. «Praticamente, tivemos de os obrigar a aceitar a casa. Apesar de viverem nas condições que viviam, nunca nos pediram ou exigiram nada», revela o presidente da Câmara de São Brás de Alportel Vítor Guerreiro, adiantando que a família «estava com muito receio da mudança, com medo de não se adaptar».

Os “Silvas” não foram até à Câmara, mas os serviços de Ação Social da autarquia foram até à família, que referenciaram como necessitando de apoio.  A ajuda chega agora, não só na forma de uma habitação condigna, mas também da mobília e eletrodomésticos necessários para rechear a casa e ainda acompanhamento regular, para que aprendam a usá-los.

Após um momento de maior emoção, em que entregou, em mão e in loco, as chaves da casa a esta família, Vítor Guerreiro deu voz ao sentimento da equipa da autarquia que se envolveu diretamente na resolução deste caso. «O mais gratificante da posição que ocupamos é provocar as lágrimas de alegria como as que vimos na cara da filha do casal, porque vai mudar de vida», revelou, ao Sul Informação.

Este sentimento estende-se às outras quatro famílias com quem assinou contratos de cedência de casas de habitação social, ao longo de boa parte da manhã de ontem.  «Hoje atribuímos cinco casas e resolvemos outros tantos casos que faziam parte da nossa agenda prioritária», ilustrou o edil.

«Penso que, a partir de agora, o concelho de São Brás de Alportel é um pouco diferente da maioria dos concelhos do país. Neste momento, felizmente, não temos grandes problemas no que toca à habitação, o que é muito bom», ilustrou Vítor Guerreiro.

AtribuiçãoHabitações_SBAlportel_1Isso não significa que a autarquia considere que está tudo resolvido. «Claro que há sempre casos em que o agregado familiar é muito grande e a casa não se adequa, ou outro tipo de situações, que iremos continuar a resolver», assegurou.

Também vão surgindo casos de emergência social, como os das duas mães solteiras com dificuldades financeiras, a quem ontem foram atribuídas casas.

Outras situações, nomeadamente de casas degradadas, são enfrentadas recorrendo ao programa da autarquia «Mão Amiga».

«Todos os anos temos uma verba no nosso orçamento destinado a pequenas empreitadas em habitações de pessoas que não têm capacidade económica para o fazer, que são sempre atribuídas a empresas locais. Temos feito recuperação de telhados, casas-de-banho, melhoria em cozinhas e outras obras», ilustrou.

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