Coletividades de Silves ajudam a “viajar no tempo” na Feira Medieval

As associações do concelho de Silves estão a ajudar a promover “viagens no tempo” na Feira Medieval. As roupas que […]

Feira Medieval 2015 2As associações do concelho de Silves estão a ajudar a promover “viagens no tempo” na Feira Medieval. As roupas que podem ser alugadas, os xilbs que substituem os euros na feira, ou as bebidas que os visitantes podem consumir, são fruto do trabalho de várias pessoas, de várias associações, de várias áreas.

No caso de o visitante querer assumir a personagem de uma odalisca ou de um guerreiro, serão os voluntários da Casa do Povo de São Bartolomeu de Messines a facultar-lhe as roupas e a garantir que, no dia seguinte, elas estarão disponíveis para que outro “viajante no tempo” possa usá-las.

A distribuição e troca de euros por xilbs, ou seja o Câmbio Real, é assegurado pelo Silves Futebol Clube, enquanto a Central de Distribuição de Bebidas Exclusivas fica a cargo da associação Extremo Sul.

O funcionamento da Feira Medieval fica assim assegurado, em grande parte, pela “prata da casa”, algo que agrada à autarquia e às associações. As coletividades arranjam uma fonte de financiamento para as suas atividades e o evento assume contornos mais genuínos, evitando a contratação de serviços externos, que costumam colaborar em feiras do género um pouco por todo o país.Feira Medieval 2015 4

Segundo Tiago Leal, do Silves Futebol Clube, estão envolvidas no Câmbio Real e numa Taberna, cerca de 50 pessoas, «entre atletas, pais, seccionistas, ou pessoas que gostam do clube».

Além de a participação na feira constituir uma «mais valia» financeira para as atividades do clube, o Silves FC tem em mente o objetivo de «melhorar a experiência dos visitantes».

Por seu lado, a associação Extremo Sul tem a seu cargo a central de bebidas, com um sistema inovador: as encomendas por parte dos expositores podem ser feitas através de um site na internet.

«Há um concurso ao qual as associações podem concorrer para participar na feira e foi-nos pedido que fosse apresentada uma ideia inovadora. Nós apresentámos a ideia de criar uma página na internet onde os expositores pudessem fazer as encomendas de bebidas online. Está em funcionamento e a adesão ronda os 50% dos expositores presentes», explicou, ao Sul Informação, João Gonçalves.

Feira Medieval 2015 1Para o responsável da Extremo Sul, a participação na feira «promove a dinâmica e divulga o trabalho da associação, mostramos ao concelho as nossas intenções, é bom em todos os aspetos, e a nível monetário também é importante».

A questão dos benefícios monetários também é realçada por José Carlos Araújo, presidente da Casa do Povo de São Bartolomeu de Messines, que gere o Roupeiro Real e tem um espaço de restauração na Feira Medieval: «o grande objetivo é a angariação de fundos, para fazer face às nossas dificuldades de tesouraria. Temos uma estrutura grande de recursos humanos, grande poder na economia local. Quase arrisco a dizer que somos das maiores entidades empregadoras da freguesia de Messines. Uma vez que as despesas não diminuem, vamos participar nestas ações e eventos, para termos benefícios da receita».

O Roupeiro Real está disponível para «qualquer visitante da feira que chegue e queira alugar as roupas. Pode ser rei num dia, nobre no outro, seja o que for. Temos quatro pessoas em cada um dos roupeiros [há dois] e a roupa é higienizada todos os dias. São pessoas que trabalham durante o dia na instituição e à noite na feira», explica o responsável ,que garante que há fatos para «toda a gente, gordos, magros, grandes e pequenos». No total, todas as noites, estão disponíveis 2500 fatos para alugar.

Feira Medieval 2015Rosa Palma, presidente da Câmara de Silves, explica que, na organização da feira, «temos tido o cuidado de permitir que as coletividades possam colaborar mais connosco e tirar daí algum tipo de dividendos, e esta foi a forma que arranjámos. Para além de as instituições se envolverem num projeto da Câmara, também podem envolver-se a elas mesmas. Temos os roupeiros, o fornecimento de bebidas e a gestão to xilb entregues a associações, para além das tabernas que exploram».

A autarca explica que «nos nossos contratos-programa temos uma cláusula que prevê a nossa colaboração nas suas iniciativas, em termos anuais, e nós incluimos também a colaboração das coletividades naquilo que podem ser eventos da Câmara, nomeadamente, a Feira Medieval. Esta colaboração pode ir desde as iniciativas de animação na feira, ou em situações de colaboração como a que referimos agora. Funciona como uma moeda de troca entre município e coletividade», conclui.

A Feira Medieval de Silves começou na passada sexta-feira e dura até domingo, dia 16 de Agosto.

 

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