Urban Sketchers de todo o país encontram-se para desenhar Aljezur

As ruas, os lugares e as atividades de Aljezur vão “passar para o papel” este fim de semana, 27 e […]

ALJEZUR
Desenho de Pedro Cabral

As ruas, os lugares e as atividades de Aljezur vão “passar para o papel” este fim de semana, 27 e 28 de junho, atráves do lápis, da tinta da china, ou da aguarela de urban sketchers de vários pontos do país, que se vão reunir num encontro nacional.

A iniciativa integra o programa DiVaM – Dinamização e Valorização dos Monumentos e é organizada pela Tertúlia- Associação Sócio Cultural de Aljezur, em parceria com a Direção Regional de Cultura do Algarve.

Susana de Medeiros, da Associação Tertúlia, em entrevista ao programa Impressões da RUA FM/Sul Informação, explicou quem são estes desenhadores que vão “invadir” a vila aljezurense. Os Urban Sketchers «são um coletivo que tem pessoas de várias áreas como da arquitetura, desenho e têm um manifesto que tem determinadas regras, por exemplo, desenham sempre no local e registam sempre o que observam. Os seus desenhos são como histórias daqueles lugares, onde vivem, ou estão em viagem. É um desenho de observação e cada um usa a sua técnica, há colagem, tinta da china, aguarela ou marcador. Os Urban Sketchers fazem encontros para desenhar em grupo e publicam os desenhos online».

O programa começa no sábado, às 10h00, junto ao Castelo e o primeiro objetivo é o de desenhar a zona antiga da vila. «É uma espécie de homenagem às às pessoas mais idosas, porque muitas estão a ir para lares e a falecer e aquela zona está a ficar um bocadinho desertificada. Depois, iremos desenhar o mercado de vegetais e peixe. No sábado, há outro mercado, que acontece o ano inteiro, dos agricultores locais, já na parte mais nova de Aljezur. Iremos também desenhar lá. Na parte da tarde, vamos desenhar as hortas. Em Aljezur ainda há bastante cultivo de feijão, milho, ou batata-doce», explicou Susana de Medeiros.

No final do primeiro dia, na antiga escola primária do Barranco da Vaca, vai haver espaço para um jantar (19h00) e para uma mesa redonda (21h30) sobre o “Diário Gráfico e o Desenho no Quotidiano”, atividades que são abertas à participação do público. «Na conversa vão participar convidados nacionais, oito pessoas que dão formação em diários gráficos e outras áreas e pertencem aos Urban Sketchers. Já editaram várias publicações, e vão mostrar o trabalho deles e ter uma conversa informal».cartaz Urban Skt Castelo A3 divam 15

Já no domingo, às 10h30, começa o programa do segundo dia, novamente no Castelo e o primeiro “modelo” «vai ser a paisagem que se vê do Castelo, depois vamos fazer uma rota pedestre que passa pelo Ribat da Arrifana, que é também um sítio muito importante e uma memória à vivência árabe daquela zona. Será um percurso pedestre, não muito longo porque é preciso tempo para desenhar, e para o fazer, é preciso parar 10 minutos ou 20 minutos».

Para quem pensa que para ser um urban sketcher é preciso ser um artista, Susana de Medeiros, refuta essa ideia. «Queremos incentivar as pessoas a participar! Não é preciso ser desenhador profissional para pertencer aos Urban Sketchers. Desenhar é um processo e quanto mais se desenha, mais à vontade se tem para escolher os materiais adequados para o que se está a observar. Há urban sketchers que só fazem colagem. Apropriam-se de imagens de jornais, cortam, colam, e fazem montagens. Ser urban sketcher é aberto a qualquer pessoa! Não é preciso ter um curso de arquitetura e perceber de perspetiva linear para se desenhar lá, de maneira nenhuma», explica a dirigente da Tertúlia.

Susana de Medeiros considera o urban sketching uma «reportagem em forma de desenho. Mostra tradições, particularidades de arquitetura e formas de vivência de cada localidade» e reforça o convite à participação no encontro: «Não tenham medo de desenhar, aprende-se muito a ver os outros fazer».

As razões para a realização deste encontro nacional, em Aljezur, promovido pela Tertúlia são explicadas pela dirigente da associação: «primeiro, porque a Tertúlia organiza uma atividade mensal que se chama oficina experimental de desenho, orientada por mim e que também tem convidados. A associação tem, por isso, ligação com o desenho, numa vertente experimental, que é aberta a toda a gente e não tem que saber desenhar. Por isso, por haver esta ligação com o desenho e por já conhecer a atividade dos Urban Sketchers, decidimos fazer um convite ao Eduardo Salaviza, que foi a pessoa que contactamos a nível nacional, e ao Hélio Boto responsável pela dinamização dos Urban Sketchers no Algarve».

Os trabalhos feitos em Aljezur, «serão publicados no blogue nacional e no blogue regional dos Urban Sketchers», conclui Susana de Medeiros.

 

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