Criatividade passou a ser um produto turístico em Loulé

A criatividade tornou-se um produto turístico, em Loulé. A autarquia louletana uniu-se a empresários e criadores locais para criar a […]

Criatividade gastronómica à solta em Loulé

A criatividade tornou-se um produto turístico, em Loulé. A autarquia louletana uniu-se a empresários e criadores locais para criar a rede Loulé Criativo Turismo, que visa estruturar a oferta de produtos que já existem no concelho, nesta área, e promover o crescimento de um setor em expansão, a nível internacional.

Esta rede, criada em estreita colaboração com a empresa de turismo responsável ProActive Tur, mas que já integra diversos negócios de Loulé, foi formalmente apresentada na passada semana, numa sessão que também serviu para lançar o desafio a todos quantos se queiram juntar à plataforma.

Repto que não caiu em “saco roto”, já que, ainda antes da sessão começar, houve uma iniciativa empresarial que se juntou às que já faziam parte da rede e, após o seu término, tinha sido manifestado o interesse em aderir por outras duas entidades.

Este interesse foi despoletado não só pela explicação do conceito do projeto, mas também através das atividades que foram promovidas na passada quinta-feira, em Loulé, pela autarquia e pelos seus parceiros na rede Loulé Criativo Turismo, para demonstrar o conceito de turismo criativo e dar «uma pequena amostra» do que o concelho tem para oferecer, neste nicho.

Ao longo do dia, foram promovidas diversas ações, como «um workshop do artesão Miguel Cheta, que resultou na produção de t-shirts alusivas ao projeto, e um workshop de gastronomia, que teve lugar no restaurante 11 da Vila», segundo o vice-presidente da Câmara de Loulé Hugo Nunes, o membro do executivo que mais dinamizou este processo.

Este projeto, ligado à área do turismo, foi lançado, no âmbito do projeto mais amplo Loulé Criativo, que está a decorrer há cerca de um ano, «com o objetivo de organizar um conjunto de atividades e de oferta que já existe, mas que tem potencial turístico, mas que está um pouco desestruturado».

Além da criação desta rede de entidades que promovem atividades de turismo criativo, a autarquia está a trabalhar em duas outras frentes: a primeira, passa pelo lançamento do projeto «Espaço de Criatividade em Ofícios e Artes» (ECOA). A segunda, passa pela recuperação do edifício Gama Lobos, onde se irão promover residências criativas.

«O ECOA será uma parte muito física do projeto. Passa pela valorização do património histórico da cidade, mas também pela sua requalificação e preservação. Funcionará assente numa rede de espaços onde serão dinamizadas e promovidas essas artes», referiu Hugo Nunes.

Já o presidente da Câmara de Loulé Vítor Aleixo levantou o véu sobre uma das iniciativas previstas, «a requalificação da antiga oficina de olaria do Xavier», que irá manter a sua função original, mas à qual irá ser aliada uma vertente de formação.

O ECOA espalhar-se-á por diversos espaços do centro da cidade, mas a sua base será o Palácio Gama Lobos, a partir do momento em que este edifício seja recuperado. Aqui, será criado um espaço onde artesãos e empresários possam desenvolver a sua atividade, «aliando a vertente económica à preservação do património cultural imaterial».

Ao mesmo tempo, serão aqui promovidas residências criativas, de onde poderão nascer novas iniciativas, para alargar a rede.

 

Novas tendências do turismo convidam a novas ofertas

Turista no Museu de LouléNo fundo, Loulé, que se tornou recentemente o primeiro (e único) município português a aderir à Rede Internacional de Turismo Criativo, quer aproveitar aquilo que já tem, para entrar num segmento que pode dar uma preciosa ajuda à atratividade do turismo do concelho.

«Hoje em dia, o perfil do turista alterou-se. Há um número crescente de pessoas que, além de visitarem um local, querem vivê-lo, querem ter acesso a experiências e, de certa forma, de autenticidade», enquadrou.

«Temos uma grande apetência para o turismo de massas, com uma oferta turística bem estruturada nesse campo, mas também temos enormes potencialidades no nosso território, ao nível das nossa artes e ofícios, tradições e culturas», acrescentou Hugo Nunes.

«Partindo desta realidade, foi-nos apresentado o conceito de Turismo Criativo, que é um conceito em que se alia o turismo à experimentação de algo novo, mas com uma componente de aprendizagem. Rapidamente percebemos que teria de ser feito o casamento destas novas tendências com a riqueza dos nossos ofícios e artes», resumiu.

Dentro do conceito de Turismo Criativo cabem atividades de diversas áreas, que vão desde «a arte à gastronomia, passando pelos ritmos», que serão proporcionadas por «empresários e artesãos com capacidade instalada e potencial».

Câmara de LouléA Câmara de Loulé assume, para já, uma posição de peso, na dinamização da rede, mas a intenção é passar a bola, cada vez mais, para o campo dos parceiros privados da plataforma.

«A questão do financiamento da rede não é um problema, neste momento. Esta é uma das áreas que nós elegemos como importantes para o apoio à atividade económica, naquilo que não é a zona litoral do concelho», começou por dizer Hugo Nunes.

«No curto prazo, a necessidade de financiamento e promoção desta plataforma só será partilhada ou transferida para outros em função do crescimento da rede e do crescimento da ambição da sua promoção», ilustrou. Ou seja, a autarquia irá apoiar financeiramente a rede até achar que ela está madura o suficiente para andar pelo seu próprio pé.

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