O Jazz sai à rua em Lagoa

O jazz vai sair à rua, em Lagoa, na próxima quinta-feira, 30 de Abril, Dia Internacional do Jazz. Assim, depois […]

orquestra de jazz do algarveO jazz vai sair à rua, em Lagoa, na próxima quinta-feira, 30 de Abril, Dia Internacional do Jazz. Assim, depois de às 16h00 haver um concerto ao ar livre, no coreto do Jardim 5 de Outubro, às 21h30 será a vez de o Auditório Municipal de Lagoa receber aquele que a organização promete ser «o concerto mais especial de sempre da Orquestra de Jazz do Algarve».

E porquê toda esta concentração em Lagoa? Porque é aqui que a Orquestra de Jazz do Algarve (OJA) tem sede desde finais de 2014, após assinar um protocolo com a Câmara Municipal. A autarquia cedeu à OJA instalações para aí instalar a sua escola e as salas de ensaios, numa antiga escola primária, a de Vale d’El Rei, em pleno campo, a cerca de três quilómetros da cidade de Lagoa.

É aqui que a OJA tem a sua escola, frequentada atualmente, segundo Hugo Alves, diretor pedagógico e musical, por uma vintena de alunos, «que vêm de todo o Algarve e são principiantes, estudantes de música, profissionais que vêm à procura de reciclagem».

As aulas decorrem na antiga escola primária de Vale d’El Rei mas também no Convento de S. José, em Lagoa. «Estamos nestas novas instalações desde o final do ano passado, depois de assinarmos o protocolo com a Câmara de Lagoa, e estes primeiros meses de 2015 têm sido de reinstalação. Mas o nosso projeto, em conjunto com a autarquia, é de longo prazo», explicou Hugo Alves, em entrevista ao Sul Informação.

A OJA foi criada há dez anos, em Lagos, tendo estado também dois anos sediada em Silves. Desde finais de 2014, os seus projetos têm agora como sede o concelho de Lagoa, onde a Orquestra, as suas várias formações, os seus professores, têm apresentado concertos, conferências, jam sessions e levado o jazz às escolas do 2º ciclo.

Hugo Alves: «Quando temos concertos noutras cidades, é o nome do Algarve que levamos, mas também o de Lagoa, que nos acolhe»

«Ao todo, temos 60 a 70 atividades por ano, em Lagoa, no Algarve e no país, das quais 15 a 20 são concertos da Orquestra ou das nossas formações acessórias. Já foi muito mais, mas agora estamos dependentes do que as pessoas e as entidades solicitam, dos apoios que recebemos e do que, com tudo isso, é possível fazer».

«Quando temos concertos noutras cidades do Algarve ou fora da região, como aconteceu no ano passado, em Outubro, quando a OJA foi convidada para o Douro Jazz, em Bragança, é o nome do Algarve que levamos, mas também o de Lagoa, que nos acolhe», salienta o músico.

hugo alvesHugo Alves sublinha que a nível nacional só há duas Orquestras de Jazz, apoiadas pelo Estado e por autarquias, a de Matosinhos e a do Algarve. «Um projeto como o nosso é raro, o que é uma mais valia para o concelho de Lagoa», disse.

Entre os projetos que o músico está a desenvolver, no âmbito do protocolo entre a OJA e a Câmara de Lagoa, Hugo Alves destaca as sessões de formação para «miúdos das escolas do 2º ciclo, a iniciativa “Jazz na Escola”. É muito giro quando temos concertos e começam a aparecer esses miúdos que frequentaram as nossas formações, porque passaram a interessar-se pelo jazz».

Hugo Alves: «É muito giro quando temos concertos e começam a aparecer esses miúdos que frequentaram as nossas formações, porque passaram a interessar-se pelo jazz»

Nas jam sessions, que os músicos da OJA têm levado sobretudo a associações e juntas de freguesia do concelho, «os alunos da nossa escola tocam se quiserem. Tem tudo a ver com a cultura e a forma de fazer esta música, em que há uma grande interação com o público e até com outras músicas».

Na calma da pequena escola primária de Vale d’El Rei, o silêncio é de vez em quando perturbado pelos acordes da música jazz, quer nas aulas, quer nos ensaios. Em termos de formação, a escola de jazz ensina instrumentos de sopro (trompete, saxofone, trombone), baixo elétrico, piano, contrabaixo e voz. «Mais ninguém forma, verdadeiramente, músicos de jazz no Algarve», garante Hugo Alves.

O resultado do trabalho da Orquestra de Jazz do Algarve e da sua nova parceria com a Câmara de Lagoa pode ser apreciado na quinta-feira, 30 de Abril, dia que a UNESCO considera como o Dia Internacional do Jazz.

JAZZ_CONCERTO DE JAZZ_30ABRILAssim, às 16h00, no coreto do Jardim 5 de Outubro, terá lugar um concerto do Hugo Alves Quartet, tendo como tema «Jazz-Rock Approach».

À noite, às 21h30, no Auditório Municipal de Lagoa, será a vez de a Orquestra de Jazz do Algarve subir ao palco, para interpretar «A História das Grandes Orquestras», com direção musical de Hugo Alves.

Desde o início do swing, até à atualidade, o concerto irá passar por Fletcher Henderson, Benny Goodman, Duke Ellington, Glenn Miller, Count Basie, Buddy Rich, Thad Jones, entre outros autores e orquestras.

Mas, antes do início do concerto – ou já fazendo parte dele – a abertura será feita por uma das formações da OJA, a Messy Band, acompanhada em palco por um grupo de bailarinos de swing da Academia Dança Mais, de Portimão.

Nesse mesmo dia, mas logo às 20h30, no foyer do Auditório, estará presente a Quinta dos Vales, para dar a provar os seus vinhos, enquanto será inaugurada a exposição de pintura de Patico denominada «Um olhar sobre o Jazz».

A registar tudo isto, em fotografia e vídeo, estarão aos alunos de Audiovisual da ETIC Algarve.

No encerramento deste Dia Internacional do Jazz, a seguir ao concerto, pelas 23h00, irá decorrer a sessão de autógrafos da Orquestra de Jazz do Algarve.

Os bilhetes, que estão à venda no Convento de S. José (282 380 434) ou no Auditório Municipal de Lagoa (282 380 452), custam 6 euros.

Comentários

pub