Quinzena Gastronómica de São Brás promove comida típica e conversas animadas

Em Portugal, onde houver comida típica e petiscos, regra geral, há muita animação e conversa. É precisamente isso que se […]

Dieta MediterranicaEm Portugal, onde houver comida típica e petiscos, regra geral, há muita animação e conversa. É precisamente isso que se pretende que aconteça a partir de quarta-feira e até ao dia 6 de abril, na Quinzena Gastronómica de São Brás de Alportel, onde a cozinha tradicional da Serra do Caldeirão, os produtos da terra locais e o apetite de residentes e visitantes se unem, numa receita cujo sucesso tem vindo a crescer, nos últimos sete anos.

O que também cresce, é a água na boca, ao conhecer algumas das sugestões especiais que os sete restaurantes aderentes terão preparadas, como foi revelado durante a apresentação do evento, que decorreu no final da semana passada.

Tiborna de tomate com ervas aromáticas e queijo da serra, um Peito de perú com molho de mel, espinafres cremosos com ovos escalfados, os tradicionais Ensopado de Borrego, Papas de Milho e Jantar de Grão, e torta de amêndoa sobre gelado de figo cheio ou um Arroz Doce para terminar, são algumas das sugestões.

O denominador comum destas criações gastronómicas é o respeito pelas tradições algarvias, a aplicação dos preceitos da Dieta Mediterrânica portuguesa e o uso preferencial de produtos da época e locais, seja na confeção dos pratos, seja a acompanhá-los, já que as ementas que serão criadas especialmente para a Quinzena Gastronómica têm todas um vinho algarvio a ela associadas.

Vítor Guerreiro. “Temos de acreditar mais em nós e nos nossos produtos”

Este ano, a Câmara de São Brás de Alportel , que promove o evento, desafiou os restaurantes participantes a dar destaque às ervas aromáticas, não só pela importância que assumem no conceito de Dieta Mediterrânica, mas também a pensar na próxima Feira da Serra, que terá este tipo de plantas silvestres como “estrelas”.

Os estabelecimentos de restauração que vão participar neste já tradicional evento da época da Páscoa, em São Brás, são, quase todos, “reincidentes”, embora haja uma novidade e uma reentrada, após um ano de interregno, a  registar.

Aos restaurantes Adega Nunes, Lagar da Mesquita, O Marquês,  Sabores do Campo  e Zé Dias, que já faziam parte da lista de restaurantes aderentes em 2014, junta-se o restaurante Ysconderijo, que volta após um ano de interregno e numa nova localização e o Rui’s Steak House, uma casa que participa pela primeira vez na Quinzena Gastronómica.

«O Rui’s Steak House, apesar de ter um conceito que não está ligado com a cozinha tradicional, aceitou o desafio e irá apresentar uma sugestão na Quinzena Gastronómica», revelou a vice-presidente da Câmara de São Brás Marlene Guerreiro.

 

Conceito Slow food marca sempre presença

VIIQuinzena Gastronomica«”Merenda comida, companhia desfeita”… Em Portugal, gira tudo à roda do petisco», enquadra a madrinha da sétima edição da Quinzena Gastronómcia de São Brás de Alportel Luísa Teixeira, membro da Associação das Terras e das Gentes da Dieta Mediterrânica.

Em Portugal, defende, os momentos mais importantes e marcantes estão quase sempre associados a comida. E isso abre um mundo de possibilidades, nomeadamente para as tradições, para os produtos endógenos e para quem os produz, capaz de dar um empurrão à economia local.

Não foi por acaso que o município de São Brás escolheu uma madrinha desta associação. A coletividade, sediada em São Brás, mas de âmbito supra-regional, é um parceiro ativo nesta edição do evento, já que irá fazer uma monitorização às ementas que forem apresentadas pelos restaurantes aderentes e fazer eventuais sugestões, para que estas se enquadrem ao máximo no espírito da iniciativa.

O que se pretende não é que a associação atue como fiscal da comida apresentada. As sugestões deverão passar por questões mais ligadas à tradição, como a designação dos pratos. Isto porque não é raro encontrar partos com termos estrangeiros, nos restaurantes, quando têm designações específicas na nossa língua.

Luísa Teixeira: “Temos de ser intransigentes, para não perdermos, irremediavelmente, uma série de tradições”

«Eu gostava de ver o nome petisco mais utilizado, em vez de tapas. Hoje, usamos termos na nossa cozinha de culturas que nunca deixaram cair a sua identidade. Temos de nos juntar todos e criar uma auto-estima a sério», considerou Luísa Teixeira, lembrando que «pão, azeite e vinho são a santíssima trindade da gastronomia portuguesa», .

Este é apenas um exemplo, entre muitos. Um, bastante comum, é a utilização do termo Bruchetta, em vez do bem português tiborna. Mas há muitos mais a apontar. «Temos de ser intransigentes, para não perdermos, irremediavelmente, uma série de tradições», defendeu a madrinha do evento.

Esse é, de resto, um dos objetivos da Quinzena Gastronómica. «Temos de acreditar mais em nós e nos nossos produtos. O Algarve tem a possibilidade de oferecer experiências a quem nos visita e a gastronomia é uma riqueza fabulosa, que provoca as experiências e emoções que muitos procuram», ilustrou o presidente da Câmara de São Brás Vítor Guerreiro.

E, já que a Quinzena Gastronómica de São Brás está intimamente ligada ao conceito de Slow Food, é a altura ideal para introduzir um novo projeto, nesta área, a chegada a São Brás do selo de qualidade internacional «Aliança dos Cozinheiros».

Esta distinção, criada em Itália, premeia os restaurantes e chefes de cozinha que apostem no conceito de Slow Food e que usem produtos locais. O projeto já funciona em Itália, França, Marrocos e Líbano, e está a dar agora os primeiros passos em Portugal. A apresentação formal do projeto decorrerá durante a Quinzena Gastronómica.

 

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