Loulé junta-se à Algarve Film Comission para se afirmar como terra de Cinema

Loulé quer afirmar-se como concelho de referência para a produção cinematográfica, a nível nacional e internacional. Para isso, além de […]

Assinatura de Protocolo entre a Loulé Film Office e Algarve Film Comission  C.M.Loule - Mira (4)Loulé quer afirmar-se como concelho de referência para a produção cinematográfica, a nível nacional e internacional.

Para isso, além de uma base de produção local e da criação do Loulé Film Office, a autarquia louletana apostou agora na formalização de um acordo com a Algarve Film Comission, que visa a promoção de Loulé e do Algarve como destinos privilegiados para produções cinematográficas.

Um protocolo de colaboração entre o Loulé Film Office, uma estrutura criada pela Câmara de Loulé, e a Algarve Film Comission foi assinado esta sexta-feira, no Hotel Conrad, na Quinta do Lago, numa cerimónia que contou com a presença de convidados vindos de além-fronteiras e com muitas personalidades ligadas à produção cinematográfica, no Algarve.

Entre eles, estiveram Ruben Alves, realizador de “A Gaiola Dourada”, os atores Arnaud Binard e Serge Riaboukine, e a realizadora Caroline Pullman, que acabaram por ser os “padrinhos” do protocolo assinado. Antes, a comitiva tinha tido a oportunidade de visitar o concelho de Loulé e conhecer alguns dos seus locais mais emblemáticos, bem como aqueles mais “apetecíveis” para produções cinematográficas.

O convite lançado a estas personalidades nacionais e internacionais, do mundo do cinema, enquadram-se numa estratégia promovida pela Câmara de Loulé, da qual a criação recente do Loulé Film Office, único no género no Algarve, é simbólica.

«Este protocolo visa dar ainda mais visibilidade a uma atividade que começa a despontar, cada vez mais, no concelho de Loulé. Há empresas, atores, realizadores e uma região e território riquíssimos, do ponto de vista do que tem para oferecer a esta indústria», considerou o presidente da Câmara Vítor Aleixo, em declarações ao Sul Informação.

Com o protocolo assinado, «Loulé coloca-se como um colaborador ativo de todos os que pretendam filmar no concelho». Isto passa por criar condições vantajosas, para os que queiram filmar no município. «A Câmara de Loulé propõe-se, a custos muito reduzidos, dar o seu contributo para atrair gente de fora ligada ao cinema que pretenda rodar aqui os seus filmes», ilustrou Vítor Aleixo.

Este trabalho já começou a ser feito pelo Loulé Film Office. «No ano passado, quiseram filmar numa avenida de Loulé e precisavam que estivesse cortada ao trânsito e limpa de carros. Nós fizemo-lo a custo zero. Isto, para um produtor local, é determinante, pois nunca teria orçamento para fazer isso em Lisboa, ou noutro sítio, porque implica custos», reforçou Manuel Batista, responsável pelo Loulé Film Office, à margem da sessão.

Quanto ao protocolo assinado, pretende-se que abra portas, para ambas as partes. «Procura-se, hoje em dia, tanto ao nível das Film Comissions, como dos Film Offices, trabalhar em rede. O concelho de Loulé não encerra em si todas as localizações do Algarve e, para conseguir atrair para cá produções, muitas vezes temos de ir fazer filmagens a outros locais. É preciso haver essa ligação», resumiu.

Assim, sempre que alguém transmitir o interesse de filmar noutros pontos da região, esta estrutura louletana «passa o contacto à Algarve Film Comission», enquanto esta última indicará o Loulé Film Office, sempre que houver interessados em filmar naquele concelho.

«Em breve, haverá também uma estrutura nacional, que, em pirâmide, irá distribuir os contactos», acrescentou.

No que toca à capacidade de atração de Loulé, enquanto destino para produções cinematográficas, Manuel Batista defende que o facto de já existir produção local é determinante. «Ninguém se mete num avião, com o equipamento e os técnicos todos, sem que haja capacidade de produção no destino. Temos de ter essa estrutura local, que dê apoio às produções que vêm», considerou.

Já o presidente da Algarve Film Comission Jacques le Mer acredita que esta colaboração pode ser «muito positiva» e aponta o seu novo parceiro como «um Film Office de verdade, com a qual a Algarve Fim Comission poderá trabalhar a sério».

Loulé quer afirmar-se com o terra de Cinema_4A realização de uma longa-metragem filmada integralmente no Algarve, nomeadamente durante o Inverno, é um dos sonhos deste responsável desde que está à frente dos destinos da Algarve Film Comission. «Apesar das condições que o Algarve tem, que permitem fazer qualquer coisa em qualquer altura do ano, continua a estar ligado fundamentalmente às férias de Verão com praias. Poucas pessoas sabem que o Algarve tem muitas outras coisas», referiu Jacques le Mer.

Enquanto este sonho não é realizado, houve outras metas atingidas, neste capítulo. O Algarve já serviu de palco à longa metragem «The Right Juice», «filmada, em grande parte, no concelho de Loulé», que, para Eduardo Pinto, também da Algarve Film Comission, foi um ponto de viragem.

«Finalmente, o Algarve, já começa a ser reconhecido como zona para a produção cinematográfica e aceite como tal. Hoje, o Instituto do Cinema e do Audiovisual já nos convida para situações importantes, quando antes nem sequer pensavam no Algarve», disse Eduardo Pinto.

Agora, o caminho passa por trabalhar em conjunto e procurar tornar os nomes de Loulé e do Algarve cada vez mais presentes, no mundo do cinema.

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