Abril, mês de chuva de Líridas e dos 25 anos do Telescópio Espacial Hubble

Abril é o mês em que os principais acontecimentos astronómicos são a “chuva de estrelas” das Líridas, que será bem […]

Foto do Telescópio Espacial Hubble em órbita, no dia 25 de abril de 1990, depois de ser retirado do porão de carga do vaivém espacial Discovery (Imagem: NASA)
Foto do Telescópio Espacial Hubble em órbita, no dia 25 de abril de 1990, depois de ser retirado do porão de carga do vaivém espacial Discovery (Imagem: NASA)

Abril é o mês em que os principais acontecimentos astronómicos são a “chuva de estrelas” das Líridas, que será bem visível, e o quarto de século do telescópio espacial Hubble.

Durante o mês de abril, o planeta Saturno irá variar bastante. No dia 1, só nasce por volta da 1h00 da manhã, mas no fim do mês, já aparece acima do horizonte pelas 22h30, a Este.

Quanto a Júpiter, já começou a sua aproximação ao planeta Vénus, um encontro que está marcado para o último dia de junho. Durante o mês de abril, os dois planetas irão aproximar-se mais de 30 graus.

Dia 4, será altura de Lua Cheia e também de eclipse total da Lua. Infelizmente, como ocorrerá entre as 10h00 e as 16h00, não será observável na Europa.

Com um movimento de cerca de 12 graus por dia (aproximadamente um palmo) no céu, o nosso satélite passará a apenas 4 graus de Saturno no dia 8, atingirá o quarto minguante no dia 12 e a Lua Nova no dia 18.

Dia 21, os dois objetos mais brilhantes do céu à noite, a Lua e o planeta Vénus, estarão a 7 graus um do outro.

O céu virado a Este, às 00h30 do dia 23, com indicação do radiante da “chuva de estrelas” das Líridas (Imagem: Ricardo Cardoso Reis/Stellarium)
O céu virado a Este, às 00h30 do dia 23, com indicação do radiante da “chuva de estrelas” das Líridas (Imagem: Ricardo Cardoso Reis/Stellarium)

O dia seguinte traz um desafio, dirigido apenas aos mais persistentes e observadores. Ao anoitecer, os planetas Mercúrio e Marte estarão a cerca de 1 grau de distância um do outro. Infelizmente, com Marte a afastar-se cada vez mais da Terra (atinge o apogeu em julho), o planeta vermelho estará pouco brilhante, e só deverá ficar visível pelas 21h00, altura em que os dois planetas estarão a apenas 5 graus acima do horizonte.

Mais fácil de observar será o máximo da “Chuva de Estrelas” das Líridas, que ocorre na noite de 22 para 23. O nome deve-se ao fato do radiante (ponto de onde parecem emanar os meteoros) desta “chuva” estar na constelação da Lira.

Este ano será propício à observação das Líridas, pois a Lua não iluminará demasiado o céu, e irá pôr-se por volta da meia-noite. Quanto ao número de meteoros por hora, embora estejam previstos apenas 18 (em céus escuros), esta chuva já deu origem a alguns surtos inesperados, que chegaram aos 90 meteoros por hora.

E o dia 23 será de celebração. Nesse dia, museus e centros de ciência um pouco por toda a Europa irão realizar eventos comemorativos dos 25 anos do Telescópio Espacial Hubble.

Todos eles terão em comum a revelação de uma imagem inédita do Hubble, com cerca de 3 metros, que em Portugal ocorrerá no Planetário do Porto e no Planetário Calouste Gulbenkian. Ambos os eventos são coorganizados pelo Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA).

Quase a terminar o mês, no dia 26, a Lua em quarto crescente passa a cerca de 6 graus de Júpiter.

Boas observações.

 

Autor: Ricardo Cardoso Reis (Planetário do Porto e IA)
Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva

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