O ano turístico de 2014 foi «positivo» para os hoteleiros algarvios, com subidas generalizadas em relação a 2013, e as perspetivas para 2015 também são boas.
A Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve fez o balanço do desempenho das unidades a ela associadas, no ano passado, onde se destaca uma melhoria dos resultados líquidos das empresas em 5,2 por cento (%).
O aumento da procura permitiu aos hoteleiros aumentar os preços praticados, em 2014, em 3 por cento, relativamente a 2013. No total, houve um aumento do volume de negócios médio de 5,1%.
No que toca à ocupação média por quarto, as unidades hoteleiras de diferentes tipologias associadas da AHETA tiveram uma taxa de 57,2 pontos percentuais, mais três por cento que no ano anterior.
«Embora ainda longe das ocupações anteriores a 2008 (63,8% em 2007, 68,3% em 2000, 70,2% em 1999), este aumento é considerado bastante positivo, sobretudo se considerarmos que, em 2013, já se havia verificado um crescimento de 4,7%».
Desta forma, a AHETA antevê que «no médio prazo, 4 a 5 anos, será possível alcançar níveis de ocupação e de receitas, indispensáveis para rentabilizar os investimentos, o que ainda não acontece e, deste modo, melhorar a rendibilidade das nossas empresas».
AHETA: “Destaca-se o facto dos nacionais terem representado cerca de 4 milhões de dormidas, o que representa um crescimento notável”
«Para 2015, os preços sobem, em média, 3,1%, esperando-se um aumento das taxas de ocupação em 2,8% e uma melhoria dos resultados líquidos das empresas de 5 por cento», acrescentou.
Ainda no que toca ao balanço de 2014, destaque para os aumentos significativos do mercado português e espanhol, de 12,3% e 14%, respetivamente, e para o aumento de 3,9% no mercado do Reino Unido, que continua a ser o principal mercado emissor de turistas para o Algarve.
«Os estabelecimentos hoteleiros e turísticos classificados oficialmente no Algarve receberam, durante o ano de 2014, 3,201 milhões de turistas, dos quais cerca de 960 mil nacionais, representando um total de 16,875 milhões de dormidas. Destaca-se o facto dos nacionais terem representado cerca de 4 milhões de dormidas, o que representa um crescimento notável», diz a associação.
Na mesma linha, houve uma melhoria do rendimento por quarto disponível (RevPar), que passou de 32,7 euros, em 2013, para 35,1 euros, em 2014, a preços correntes. «Acresce que o RevPar, a preços constantes, ainda se encontra abaixo dos valores de 2007», acrescentou.
«O Golfe registou um aumento de 4,8%, registando mais de um milhão e cem mil voltas em todos os campos de golfe do Algarve, ou seja, uma média de 29.755 voltas por campo. As Marinas e Portos de Recreio apresentaram desempenhos superiores ao ano anterior, tal como o Turismo Residencial, cujas vendas cresceram acima do previsto», acrescentou a AHETA.
Ainda assim, nem tudo foi positivo, já que alguns dos mercados externos mais importantes para o Algarve registaram descidas relativamente a 2013.
«Assim, o mercado alemão (-3,5%), o holandês (‑2,7%) e o irlandês (-4,6%) encontram-se entre os mercados tradicionais que apresentaram as maiores descidas médias na procura durante o ano», contrapôs a AHETA.
A associação realçou, ainda o facto de o aumento de dormidas, na região, «divulgado publicamente por alguns organismos oficiais», não encontrar «correspondência no aumento das ocupações das unidades hoteleiras e turísticas do Algarve e, muito menos, nos resultados económicos das empresas».
«Esta realidade fica a dever-se, essencialmente, às alterações legislativas que contribuíram para um aumento muito significativo das camas turísticas disponíveis, designadamente no que se refere ao facto do alojamento local ter passado a ser considerado como turístico», explicou.
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