Há um eclipse do Sol no mês de Março

Lá mais para o fim do mês de Março, haverá um eclipse solar, que resulta do alinhamento da Terra, da […]

Eclipse solar do dia 20 de março. Adaptado de "Observer's Handbook - 2015" por F. Espenak
Eclipse solar do dia 20 de março. Adaptado de “Observer’s Handbook – 2015” por F. Espenak

Lá mais para o fim do mês de Março, haverá um eclipse solar, que resulta do alinhamento da Terra, da Lua e do Sol. O eclipse terá durações e dimensões diferentes conforme a região do Hemisfério Norte em que for observado.

No começo do mês, é possível continuar a assistir à conjugação (uma aproximação aparente no céu) entre Marte e Vénus, este último apresentando-se durante todo o mês como estrela da tarde. Estes astros serão visitados pela Lua nos dias 21 e 22, respetivamente.

Em relação ao nosso satélite natural, podemos acompanhar a sua deslocação da constelação do Caranguejo, onde estará junto a Júpiter na madrugada de dia 3, até à constelação do Leão, aquando da Lua Cheia de dia 5. Nesta última constelação, destaca-se Régulo, um sistema estelar constituído por quatro estrelas.

Na noite de dia 8, a Lua irá nascer junto a Espiga, a estrela mais brilhante da constelação da Virgem. Já na madrugada de dia 12 a Lua situar-se-á ao pé de Saturno, que está na constelação do Escorpião.

Ao final da tarde de dia 13, dar-se-á quarto minguante, mas a Lua só será visível quando ela nascer, pelas 2h00 da madrugada do dia seguinte.

Na madrugada de dia 19, a Lua passará 5 graus a Norte de Mercúrio, que, por estes dias, nasce pouco antes do Sol. Neste mesmo dia, ela atinge o perigeu, isto é o ponto da órbita lunar mais próxima da Terra. Assim, ela irá parecer ligeiramente maior do que o Sol.

Vista do céu a Sul pelas 2h00 da madrugada de dia 3. Igualmente é visível da posição da Lua nas madrugadas de dia 5, 9 e 12. Canto inferior direito: Céu a Oeste com posição de Vénus e Marte ao início da noite de dia 2 para 3
Vista do céu a Sul pelas 2h00 da madrugada de dia 3. Igualmente é visível da posição da Lua nas madrugadas de dia 5, 9 e 12. Canto inferior direito: Céu a Oeste com posição de Vénus e Marte ao início da noite de dia 2 para 3

Mas o acontecimento astronómico mais relevante do mês de Março está marcado para dia 20. Pelas 9h30 (hora continental) desse dia tem lugar a Lua Nova. Por ocorrer numa altura em que a Lua está muito próxima do plano da órbita da Terra em torno do Sol, do alinhamento destes três astros resultará um eclipse solar.

Dada a maior proximidade da Lua ao nosso planeta, esta tapará completamente o Sol ao longo de uma faixa no mar a sul da Gronelândia, até perto do Polo Norte, passado pelas ilhas Faroé e pelo arquipélago de Svalbard.

Em Portugal o eclipse será menor, com 57% do disco solar coberto na Madeira, 62% em Faro, 72% em Bragança e 74% nos Açores.

O máximo do eclipse terá lugar em instantes diferentes, dependendo do ponto do país: às 7h50 em Ponta Delgada e Angra do Heroísmo, 8h45 no Funchal, 8h59 em Faro e 9h08 em Bragança.

A duração total do eclipse rondará, em todos os casos, cerca de duas horas (um pouco menos nas regiões autónomas e algo mais no continente), começando cerca de uma hora antes do máximo do eclipse.

Por coincidência, este eclipse marca o início da Primavera no nosso hemisfério, pois, às 22h45 desse mesmo dia 20, a Terra atinge o ponto da sua órbita a partir do qual o hemisfério Norte passa a estar mais iluminado do que o Sul, dando origem por cá a dias mais compridos do que as noites.

O instante em que ambos hemisférios se encontram igualmente iluminados é conhecido no nosso país como Equinócio da Primavera. Já no hemisfério Sul é conhecido por Equinócio do Outono.

O quarto crescente tem lugar na madrugada de dia 27, sendo uma boa altura para se observarem crateras e montes lunares.

Finalmente, nos últimos dias do mês, a Lua volta a ocupar as mesmas posições onde esteve no início do mês, passando por Júpiter no dia 30 (um dia depois de ter início a hora de Verão) e junto a Régulo no dia seguinte.

Boas observações!

 

Autor: Fernando J.G. Pinheiro (CITEUC)
Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva

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