O «Lagoa Wine Show», marcado para o Centro de Congressos do Arade, no Parchal, de 2 a 4 de Abril, é o evento que vai lançar um ano inteiramente dedicado ao vinho, neste concelho.
Organizada pela Câmara de Lagoa, em parceria com a Rota dos Vinhos do Algarve, e aproveitando o fim de semana da Páscoa, a iniciativa «representará uma homenagem aos agricultores, consumidores e quantos trabalham em prol de uma região e de um produto que é uma das referências do concelho», salientou a autarquia, em nota de imprensa.
O «Lagoa Wine Show» pretende ser uma das maiores mostras de vinhos no sul do país, onde os mais conceituados produtores, das várias regiões vinícolas, apresentarão os seus vinhos, num espaço com mais de 1000 metros quadrados de exposição.
Estarão também presentes os sabores regionais (queijos, enchidos, azeites, iguarias), os acessórios do vinho, num programa que inclui debates, palestras e animação.
Lagoa, que sobretudo na primeira metade do século XX se afirmou como terra de produção de vinho, conhecida em todo o país, tem vindo a assistir à transformação do setor. A antiga Adega Cooperativa – hoje denominada Adega Única, por ser, de facto, a única cooperativa ainda existente no Algarve – está em acelerada decadência, tanto ao nível de produção como de instalações, mas têm vindo a afirmar-se os produtores particulares, com os seus vinhos de quinta e apostando em novas castas, novas técnicas e, sobretudo, nova atitude face ao mercado.
Segundo a Rota dos Vinhos do Algarve, «há numerosas referências relativas à tradição e importância da vinha no Algarve. Pensa-se que foram vários os povos que introduziram a produção de vinho na região: Fenícios, Gregos e os Celtas. Existem ainda referências importantes sobre o vinho, como as descritas no “Foral de Tavira” (1266) por D. Afonso III, ou no “Foral de Porches” (1286) por D. Dinis».
Os “Vinhos do Algarve” são produzidos neste precioso “terroir”, através da vinificação das suas mais tradicionais castas: Síria, Moscatel, Arinto, Negra-Mole, Trincadeira, Aragonês ou Castelão, obtendo-se néctares elegantes, equilibrados e fáceis de beber.
A produção de vinhos brancos e rosados está numa fase de grande expansão, sendo estes praticamente consumidos durante o verão, em linha com o fluxo turístico da região.
O vinho constitui ainda, em termos de oferta turística, um produto complementar com forte poder de atração, aliando a história à cultura e à gastronomia regional, potenciando também o turismo em espaço rural e o turismo de natureza.
A Região Demarcada do Algarve data de 1980, está localizada no extremo sul de Portugal e coincide geograficamente com o distrito de Faro. Toda a sua área corresponde à zona produtora de Vinho Regional Algarve e vinho Licoroso de Indicação Geográfica “Algarve”.
Na zona litoral, marginando a costa Atlântica/Mediterrânea, localizam-se as quatro regiões produtoras de vinhos de “Denominação de Origem”: DOC Lagos, DOC Lagoa, DOC Portimão e DOC Tavira.
A região pretende afirmar-se, não pela quantidade, mas pela qualidade e especificidade das suas produções que, aliando a sua localização única, de influência Mediterrânea e Atlântica, confere características especiais aos vinhos aqui produzidos, determinadas essencialmente pelo “terroir” e competência do vitivinicultor e enólogo, os quais se poderiam classificar de “vinhos de autor”.
A região vitivinícola do Algarve encontra-se numa fase de crescente notoriedade, despertando o interesse de críticos e peritos nacionais e internacionais.
Quanto à qualidade dos “Vinhos do Algarve”, esta também tem vindo a ser reconhecida, de onde se salientam as várias distinções obtidas em prestigiados concursos nacionais e internacionais.
Depois de, em 2014, a Câmara de Lagoa ter dedicado o ano ao Mar, desta vez, em 2015, o tema será o Vinho, que estará na base de muitas iniciativas no concelho, ao longo dos meses.
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