Um livro que denuncia a má ciência

«Pseudociência» é o novo título da coleção da Fundação Francisco Manuel dos Santos, assinado pelo bioquímico e comunicador de ciência […]

pseudociência«Pseudociência» é o novo título da coleção da Fundação Francisco Manuel dos Santos, assinado pelo bioquímico e comunicador de ciência David Marçal.

Neste livro, o autor pretende explicar o que é a ciência, os seus procedimentos, o seu método, mas também a sua fragilidade. Tudo isto para depois falar daquilo que não sendo ciência se faz passar por tal: a pseudociência.

A pseudociência usa o palavreado científico, mas do modo como é empregue não tem qualquer significado real. Não recorre ao método científico, os estudos, quando existem, não são publicados em revistas da especialidade e, por conseguinte, normalmente não têm revisão por pares.

Apesar de tudo isto, estas atividades querem fazer-se passar por científicas pois a Ciência tem um selo de credibilidade.

Como o autor refere, a pseudociência está em todo o lado: desde manipulações estatísticas na publicidade a vários produtos, passando pelo recurso a figuras e argumentos de autoridade, em questões relacionadas com o debate produtos naturais versus químicos, ou ainda nos debates relativos aos organismos geneticamente modificados, em certas teorias da conspiração e terminando nas ditas terapias alternativas.

Neste caso, saliente-se o exemplo da homeopatia, uma terapia que não tem qualquer fundamento científico, nem resultado médico melhor do que um placebo, mas que mesmo assim tem vindo a conseguir aceitação junto do público.

O final do livro traz alguma esperança, apresentando um “manual de sobrevivência”, dando dicas sobre como distinguir ciência de pseudociência e apresentando sugestões de livros de divulgação científica.

O autor foi homenageado em Novembro com o prémio COMCEPT 2014, que propõe distinguir personalidades que se tenham destacado na promoção da ciência e do pensamento crítico.

 

Autor: João Lourenço Monteiro (Biólogo e Comunicador de Ciência)
Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva

 

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