Proteção Civil alarga interdição no Promontório da Senhora da Rocha após queda de muro e arriba

A Câmara de Lagoa anunciou hoje que a Proteção Civil Municipal alargou a zona de interdição de circulação de pessoas […]

derrocadaA Câmara de Lagoa anunciou hoje que a Proteção Civil Municipal alargou a zona de interdição de circulação de pessoas no Promontório de Nossa Senhora da Rocha, como o Sul Informação já tinha adiantado na sexta-feira passada.

A interdição surge na sequência da derrocada de parte do muro e de um pedaço da arriba junto à Capela da Nossa Senhora da Rocha, situação que ocorreu no dia 27 de Novembro e tornou visíveis as fragilidades do Promontório, sublinha a autarquia.

O executivo municipal, liderado por Francisco Martins, assim como o executivo da Junta de Freguesia de Porches, liderado por Luís Bentes, mostraram «grande preocupação em termos de segurança», salienta a Câmara em nota de imprensa.

O presidente da Câmara Francisco Martins sublinhou mesmo que «a segurança dos visitantes e a estabilidade daquele monumento icónico do litoral de Lagoa têm de ser levados às últimas consequências».

A autarquia recorda que o que se passou, tal como o Sul Informação noticiou em primeira mão, foi que uma faixa da arriba, com cerca de 3 metros de comprimento, em frente ao pórtico de entrada da Capela de Nossa Senhora da Rocha, cedeu, arrastando um setor do muro de pedra rebocada que se lhe sobrepunha.

arriba senhora da rocha_8Paralelamente, na parte noroeste do promontório, as fissuras que marcavam o velho murete transformaram-se em fendas que nalguns pontos têm já 3 centímetros de largura, «indiciando que a rocha em que está apoiado o Promontório se está a mover».

«O caráter temperamental das arribas do concelho, marcado por derrocadas frequentes, algumas das quais bastante aparatosas, está na origem do aspeto rendilhado das escarpas e de um litoral recortado por promontórios, leixões, baías e praias muito encaixadas, de um inegável encanto», sublinha a Câmara de Lagoa.

«O valor paisagístico (e por vezes histórico) de pedaços da nossa costa como aquele tem, no entanto, um reverso nas questões de segurança de pessoas e bens, face aos perigos associados à sua enorme fragilidade, muito por culpa dos tempos e da constante movimentação das águas do mar e respetiva rebentação, castigando fortemente as arribas e escarpas», acrescenta.

Os sinais anteriores e a observação da escarpa indicam, segundo a autarquia, que é inevitável «a continuação da queda de blocos, acontecimentos que, de resto, fazem parte da natureza desta faixa do litoral».

No sentido de avaliar as possíveis soluções para salvaguardar a segurança e os patrimónios em presença, após uma avaliação cuidada da geologia do local, a Câmara Municipal de Lagoa já solicitou uma reunião com a Agência Portuguesa do Ambiente / Administração da Região Hidrográfica do Algarve.

De resto, a Câmara tem vindo a alertar essas entidades, que tutelam o litoral, para os «alarmantes sinais de colapso que se têm evidenciando com frequência crescente, ameaçando a própria estabilidade da Capela, classificada como Imóvel de Interesse Público».

Ao fim da tarde de sexta-feira (dia 28), técnicos daquelas entidades estiveram no local para fazer uma primeira avaliação da situação, sendo que as primeiras medidas destinadas a mitigar os riscos para os visitantes já foram implementadas e envolveram os serviços do Município ligados à Proteção Civil, tendo sido instalados alguns equipamentos de proteção, destinados a limitar o acesso às zonas afetadas ao longo do setor poente do promontório.

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