Cientistas querem saber: qual é o sexo dos pinguins?

O enigma do sexo: os cientistas exploram um novo método para determinar o sexo de pinguins. Existe um grande número […]

pinguim1O enigma do sexo: os cientistas exploram um novo método para determinar o sexo de pinguins.

Existe um grande número de animais em que é difícil diferenciar os machos das fêmeas. Para resolver esta questão, cientistas têm usado técnicas de genética, normalmente dispendiosas e que exigem algum tempo para obter os resultados.

Numa pesquisa pioneira e interdisciplinar, investigadores da Universidade de Coimbra (UC), em colaboração com colegas de três países (Reino Unido, Espanha e Bulgária), exploraram a técnica de citometria de fluxo como método para determinar o sexo de espécies de pinguins e avaliar o potencial para aplicar esta técnica noutros animais.

A citometria de fluxo caracteriza-se por ser uma tecnologia rápida e precisa, que permite medir e avaliar um gigantesco número de células em simultâneo e obter a informação detalhada do comportamento de cada célula.

Os resultados, aplicados a amostras de duas espécies de pinguins (pinguim gentoo Pygoscelis papua e pinguim de barbicha Pygoscelis antarctica), revelaram que, quando comparada com outras técnicas, a citometria de fluxo permitiu a correta identificação do sexo dos pinguins em mais de 80% dos indivíduos, evidenciando o seu carácter promissor para a identificação do sexo de animais com tamanhos de cromossomas sexuais distintos.

pinguim2João Loureiro, principal autor do artigo publicado no Journal of Experimental Marine Biology and Ecology, realça que «este trabalho, que surgiu como um estudo piloto, revelou que a citometria de fluxo, técnica muito utilizada na área clínica, pode ser uma excelente alternativa aos métodos em uso para sexagem animal, por permitir obter resultados de forma mais rápida e menos dispendiosa».

Por seu lado, o coordenador de projetos científicos na Antártida e autor sénior do mesmo artigo, José Xavier, sublinha que «este importante trabalho faz parte de programas científicos nacionais e internacionais sobre a Antártida em que a Universidade de Coimbra está envolvida, focado em compreender como o Oceano Antártico nos pode levar a compreender o efeito das alterações climáticas, pois o que acontece lá pode-nos levar a perceber melhor o que poderá vir a acontecer no resto do planeta».

Mais, prossegue o investigador da UC, «este estudo contribui significativamente para desenvolvermos melhores técnicas aplicadas à ciência».

 

Referência do artigo:
João Loureiro, Daniela Tavares, Sónia Ferreira, José Seco, Phil Trathan, Tiago Valente & José Xavier (2014). Sex identification in Gentoo (Pygoscelis papua) and Chinstrap (Pygoscelis antarctica) penguins: can flow cytometry be used as a reliable identification method? Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 461: 364-370

 

Autora: Cristina Pinto – Assessoria de Imprensa – Universidade de Coimbra
Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva

 

Imagem 1: Pinguim gentoo Pygoscelis papua

Imagem 2: Pinguim de barbicha Pygoscelis antarctica

 

 

 

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