Algarve teve grandes incêndios e mais área ardida fora do período crítico em 2014

Em 2014, no Algarve, ardeu mais área do que em 2013, embora tenha havido menos incêndios que no ano anterior. […]

Incendio mexilhoeira_helicópteroEm 2014, no Algarve, ardeu mais área do que em 2013, embora tenha havido menos incêndios que no ano anterior. Mas, ao contrário do que é habitual, foi na fase Bravo, que decorreu de 15 de maio a 30 de junho, que ardeu uma área mais extensa.

Já no período considerado mais crítico, entre 1 de julho e 30 de setembro, a extensão da área ardida diminuiu substancialmente, de um ano para o outro.

As diferentes entidades envolvidas na Defesa da Floresta Contra Incêndios 2014 na região do Algarve fizeram um balanço da operação deste ano, numa cerimónia que decorreu ontem em Faro.

Uma sessão onde foi salientado que, apesar de um aumento da área ardida em relação ao ano anterior, este ficou bem abaixo da média dos últimos dez anos.

No total, arderam 848,1 hectares de terreno, na região algarvia, ao longo deste ano, números que andam bem longe dos anos dos grandes incêndios (em 2012, o incêndio de Catraia destruiu mais de 26 mil hectares, números semelhantes aos fogos de 2003, em Monchique, e de 2004, no Barranco do Velho).

O aumento da área ardida nas fases em que o nível de alerta não é o mais elevado teve a ver, essencialmente, com picos pouco usuais de tempo quente e seco, fora da “época alta” dos incêndios. Foi num desses períodos que ocorreu o mais destrutivo incêndio do ano, na região, na Mexilhoeira Grande, em meados de junho. Só neste incêndio foram destruídos 384 hectares de mato e floresta, o que ajudou muito a que se subisse de 29,1 hectares ardidos, em 2013, para 431 hectares, em 2014, durante a fase Bravo.

Apesar do aumento da área ardida de um ano para o outro, a eficácia dos operacionais do terreno foi elevada. Em 339 ocorrências registadas, os incêndios só não foram dominados no ataque inicial (nos primeiros 90 minutos), em 14 casos, o que coloca a eficácia da primeira resposta nos «96 por cento».

De entre os incêndios que não foram debelados rapidamente, só dois se prolongaram por um tempo significativo, em ambos os casos, por cerca de 13 horas e meia. Um deles foi o da Mexilhoeira Grande, a 15 e 16 de junho, o outro foi o de São Marcos da Serra, a 30 de agosto, em que arderam 195,5 hectares.

Se juntarmos a estes dois incêndios o que afetou a zona de Budens, em Vila do Bispo, em Outubro (76 hectares), encontramos os responsáveis «por 77 por cento da área ardida no Algarve, em 2014», segundo revelou o comandante distrital da Proteção Civil Vaz Pinto.

Segundo os dados ontem divulgados, quase metade das ocorrências foram considerados «incêndios agrícolas» e apenas 8 por cento foram classificados como incêndios florestais.

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