Nova ponte para a Praia de Faro vai esperar por melhores dias para avançar

A obra da nova ponte para a Praia de Faro e requalificação dos acessos à principal zona balnear do concelho […]

Projeto da nova ponte de acesso à Praia de FaroA obra da nova ponte para a Praia de Faro e requalificação dos acessos à principal zona balnear do concelho não irá avançar tão cedo e nem sequer há certezas se será a Sociedade Polis Ria Formosa a realizá-la.

O secretário de Estado do Ambiente declarou, há dois dias, que já não há tempo para fazer a obra e aproveitar a comparticipação dos Fundos Comunitários do quadro que vigorou entre 2007 e 2013, pelo que a obra terá de ficar para mais tarde, fora do âmbito do Polis Ria Formosa e por iniciativa da Câmara de Faro.

Declarações que apanharam o presidente da Câmara de Faro Rogério Bacalhau de surpresa, pelo menos no que toca à parte de não ser a Sociedade Polis, cuja extinção está prevista para dezembro de 2015, a realizar a obra.

«Já tinha consciência de que não era possível, por uma questão de prazos, fazer a obra com verbas do Quadro de Apoio 2007/2013. Mas espero bem que a Sociedade Polis cumpra o seu plano de intervenções até ao fim, principalmente no que diz respeito à parte construtiva», disse o edil, ao Sul Informação.

O facto de estar prevista a extinção deste organismo, dentro de cerca de um ano, não assusta o autarca. «A Sociedade Polis já era para ter sido extinta no final de 2014, mas foi decidido prolongá-la, em Assembleia Geral, ate final de 2015. Nada impede que seja prolongada novamente, mais um ano ou dois, para concluir as intervenções que estão previstas», considerou Rogério Bacalhau.

Uma situação que já era antecipada numa moção aprovada por unanimidade esta semana, em Reunião da Câmara de Faro e que foi confirmada pelo membro do Governo. «A primeira vez que ouvi dizer que a ponte não ia avançar foi agora, pela voz de Paulo Lemos», acrescentou Rogério Bacalhau.

PS: “Foi uma oportunidade perdida por exclusiva incompetência e incapacidade da coligação PSD / CDS na Câmara de Faro”

Na moção, os quatro vereadores da coligação PSD/CDS, no poder, os quatro eleitos pelo PS e o vereador da CDU repudiaram a disponibilização de vários milhões de euros para as demolições nas ilhas-barreira, sem que o mesmo esforço tenha sido acompanhado, noutras frentes.

Os vereadores da Câmara de Faro querem saber onde está o dinheiro para as «obras prioritárias», nomeadamente as dragagens e os novos acessos à Praia de Faro, que, admitem, foram a “cenoura” que convenceu a Assembleia Municipal de Faro a aprovar a adesão ao programa Polis Ria Formosa, em 2008.

Paulo Lemos esclareceu que o dinheiro… não está. Em declarações reproduzidas por diversos órgãos de comunicação social nacionais, o membro do Governo revelou que «nesta fase, já não é possível temporalmente concretizar a obra».

«A ponte só se pode fazer com financiamento comunitário e o disponível neste momento, e estamos a falar do anterior Quadro Comunitário, obriga a que as obras estejam concluídas até dezembro de 2015. Não é possível lançar concurso, adjudicar obra, obter visto do Tribunal de Contas e fazer a obra até dezembro de 2015», sustentou.

«Pode não existir a Polis, que de facto irá acabar em dezembro de 2015, mas a câmara poderá depois candidatar-se diretamente a essa obra», acrescentou.

 

PS/Faro acusa executivo municipal de «incompetência e incapacidade»

ponte da praia de faroO principal partido da oposição, em Faro, o PS, já reagiu ás declarações de Paulo Lemos, que considerou «reveladoras da incompetência da Coligação de Direita na Câmara de Faro e no Governo, ao permitirem que se tenha perdido o financiamento para a construção de uma nova ponte para a Ilha de Faro».

«O PSD e o CDS, tanto na Câmara como no Governo, desvirtuaram a ideia base do programa Polis, centrando toda a sua ação nas demolições. Esta é a razão porque não existe praticamente nenhuma obra da Polis no concelho de Faro. A coligação de Direita é responsável por se terem perdido milhões de euros de fundos comunitários que deveriam ter sido investidos no concelho de Faro. Foi uma oportunidade perdida por exclusiva incompetência e incapacidade da coligação PSD / CDS na Câmara de Faro», defendem os socialistas farenses.

Quanto a moção apresentada pelo executivo, esta semana, que recebeu o voto positivo dos vereadores do PS, «é como sopa depois de jantar». «A verdade é que o que devia ter sido feito, solicitado formalmente e conforme deliberação dos órgãos municipais – a concessão dos núcleos das ilhas barreira – não foi feito e agora surge uma moção escrita à pressa para jogar areia para os olhos das pessoas», acusam.

Os recentes desenvolvimentos acabam por dar razão ao antigo presidente da Câmara e vereador da oposição, em 2008, José Vitorino, que na altura em que a adesão à Sociedade Polis recebeu luz verde da Assembleia Municipal, defendeu que a maioria do dinheiro destinado ao concelho de faro serviria «para demolições». «Há dinheiro para destruir, mas não há para fazer obra nova, o que é um escândalo», disse, então, José Vitorino.

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