Banco Alimentar com nova recolha em loja no fim de semana

Os Bancos Alimentares Contra a Fome (BACF) vão realizar, no próximo fim-de-semana (29 e 30 de Novembro), mais uma campanha […]

Banco Alimentar_ArquivoOs Bancos Alimentares Contra a Fome (BACF) vão realizar, no próximo fim-de-semana (29 e 30 de Novembro), mais uma campanha de recolha de alimentos, em lojas de todo o país, nomeadamente no Algarve e Baixo Alentejo.

No Algarve, há mais lojas onde contribuir, um «aumento significativo» de 140 para 150 estabelecimentos que, esperam os responsáveis do BACF algarvio, «se reflita na quantidade de alimentos recolhidos».

O aumento do número de locais de recolha é benéfico, mas acarreta uma necessidade maior de voluntários, para dar uma ajuda. «Estamos muito aflitos, ao nível de voluntários. Quem quiser, ainda se pode juntar», apelou o presidente do BACF do Algarve Nuno Cabrita Alves.

Os interessados em participar na campanha do fim-de-semana, ou a título permanente, podem voluntariar-se através do site do Banco Alimentar do Algarve.

Este ano a novidade será o recurso pela primeira vez a sacos de papel, por substituição dos tradicionais sacos de plástico, associando uma preocupação também ambiental na procura de minorar as carências alimentares de centenas de milhar de portugueses.

Uma novidade que também deverá chegar ao Algarve, mas não de forma generalizada, segundo Nuno Cabrita Alves. «Está previsto distribuir sacos de papel em quatro lojas, como experiência-piloto, aqui no Algarve. Mas ainda estamos à espera de saber se os sacos chegam em tempo útil, já que apenas foram entregues, em Lisboa, esta quarta-feira», disse.

Durante o fim-de-semana, a campanha irá contar com cerca de 42 mil voluntários que vão marcar presença em 1995 estabelecimentos comerciais de todo o país.

Através de um hasthag #FAZESFALTA, os voluntários são convidados a partilhar nas redes sociais com os seus amigos imagens da sua participação na campanha, incentivando ao voluntariado.

«As circunstâncias em que muitos portugueses vivem hoje no que toca a carências alimentares é uma realidade crítica a que não podemos ficar indiferentes. É, aliás, em momentos como o que vivemos que a solidariedade cumpre ainda mais decisivamente o seu papel, sendo sentida de forma particular neta quadra do ano tão especial», considera Isabel Jonet, presidente da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome.

A utilização gradual de sacos de papel, mais amigos do ambiente do que os tradicionais sacos de plástico, denota, segundo a Federação, «uma grande coerência de atuação, na medida em que se insere na lógica do funcionamento da atividade dos Bancos Alimentares, a qual passa por lutar contra o desperdício alimentar, levar os alimentos onde eles existem em excesso até onde manifestamente escasseiam, com a consciência de que os recursos são escassos e que é importante lutar pela sua preservação e sustentabilidade».

banco alimentarDe 29 de Novembro a 7 de Dezembro, será também possível contribuir para a campanha através da “Ajuda Vale”, que tem como lema “uma ajuda que não pesa mas vale”.

Para isso, basta pedir um vale com um código de barras específico para poder doar produtos ao Banco Alimentar nas caixas dos supermercados ou das gasolineiras (BP e CEPSA), que aderiram a esta ação de solidariedade transformando os seus colaboradores em voluntários pela causa da luta contra a fome.

O Banco Alimentar disponibiliza ainda uma plataforma eletrónica em www.alimentestaideia.net para doação de alimentos pela internet, que permite a participação na campanha de pessoas que habitualmente não se deslocam ao supermercado ou que residam fora de Portugal, nomeadamente os emigrantes.

 

42 mil voluntários em 21 regiões do país

A campanha vai estar presente em lojas de todo o país (Lisboa, Porto, Évora, Coimbra, Aveiro, Abrantes, Setúbal, S. Miguel, Cova da Beira, Leiria-Fátima, Oeste, Algarve, Portalegre, Braga, Santarém, Viseu, Viana do Castelo, Terceira, Beja, Madeira e Castelo Branco).

40 mil voluntários devidamente identificados estarão à porta dos estabelecimentos comerciais, convidando os portugueses a associarem-se a uma causa que já conhecem, doando alimentos para quem mais precisa.

A novidade desta campanha prende-se com a opção de escolha entre sacos de plástico ou de papel, porque um mundo melhor passa também por um mundo mais sustentável e amigo do ambiente.

 

banco alimentarMais solidariedade num contexto de dificuldade

Famílias, desempregados, crianças e idosos são os grupos mais afetados pela crise económica, aumentando significativamente os pedidos de apoio que chegam aos Bancos Alimentares Contra a Fome e a necessidade de alargar a sua capacidade de resposta às instituições sociais que apoiam.

A campanha realiza-se numa altura em que os Bancos Alimentares têm mais pedidos de ajuda e menos produtos não perecíveis para entregar.

«Esperamos conseguir, pelo menos, chegar às 150 toneladas, até pelo aumento do número de lojas», disse Nuno Cabrita Alves.

Já de acordo com Isabel Jonet, «tem ocorrido um crescimento do número de pedidos diretos, mas também dos pedidos das instituições, o que, associado a menos doações da indústria agroalimentar, requer um reforço do papel das campanhas para que os Bancos Alimentares possam manter a efetividade da sua resposta tradicional».

No Algarve, o BACF apoiou , em 2013, 70 instituições, «mas atualmente já são 110». «No que diz respeito ao número de toneladas de alimentos fornecidos a essas instituições, que apoiam cerca de 23 mil pessoas em todo o Distrito de Faro, desde a sua criação o BACF do Algarve já forneceu 5300 toneladas de alimentos, que permitiram o fornecimento de cerca de 10,6 milhões de refeições», revelou a delegação regional desta entidade.

Ao nível de alimentos recolhidos, «em 2012 foram 400 toneladas, em 2013 chegou-se às 670 e já este ano, e até ao momento, atingimos 1280 toneladas».

«Se estes números podem impressionar, na verdade torna-se necessário que estas quantidades, no mínimo, se mantenham e que assim se possa garantir todo o apoio possível às Instituições que ao BACFAlg recorrem».

De acordo com os dados da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome, estão a ser foram apoiadas 2.400 instituições de solidariedade que entregaram os produtos alimentares a mais de 425 mil pessoas, sob a forma de cabazes de alimentos ou refeições confecionadas, num total entregue em 2013 de 23.811 toneladas de alimentos (com o valor estimado de 33.935 milhões de euros), numa média diária de 95 toneladas por dia útil.

 

Recolha local para uma campanha nacional

Durante os dias 29 e 30 de Novembro, a campanha decorre nos moldes habituais: voluntários, devidamente identificados convidam as pessoas que vão às compras à entrada dos estabelecimentos comerciais e ajudam no transporte e na arrumação dos alimentos nos armazéns dos 21 Bancos Alimentares em atividade.

Participar na campanha é simples: basta aceitar um saco do Banco Alimentar para colocar bens alimentares – de preferência produtos não perecíveis (leite, conservas, azeite, açúcar, farinha, massas, etc.) – que possam ser atribuídos a quem mais precisa.

No final, o resultado os alimentos são distribuídos a pessoas com carências alimentares, por intermédio de 2.400 instituições de Solidariedade Social, previamente selecionadas e acompanhadas ao longo do ano.

Este é um modelo de intervenção que permite uma maior proximidade entre quem dá e quem recebe e um trabalho em rede e de inclusão social.

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