Novembro é um mês duplamente dedicado aos cometas: haverá uma chuva de estrelas motivada pela passagem da Terra pelo rasto de um cometa, enquanto o módulo Philae irá soltar-se da sonda Rosetta e poisar no núcleo do cometa 67P/Churyumov–Gerasimenko.
Mas o que nos reserva o céu de Novembro? Na madrugada de dia 1, podemos observar Mercúrio na sua maior elongação (afastamento angular relativamente ao Sol), com este astro a 19 graus a Oeste do Sol.
A Lua Cheia tem lugar no dia 6, junto à constelação da Baleia. Dois dias depois, a Lua situar-se-á dois graus a Norte da estrela Aldebarã, o olho da constelação do Touro. Esta constelação também é conhecida pelo aglomerado estelar do Sete Estrelo.
O quarto minguante ocorre no dia 14, com a Lua na constelação do Caranguejo. Nesta constelação, existe um outro aglomerado de estrelas: a Colmeia. O seu nome deve-se a que, olhando para lá com uns binóculos, faz-nos lembrar um enxame de abelhas.
Na noite de dia 17 para 18, dar-se-á o pico da chuva de estrelas das Leónidas. Estes meteoros parecem surgir de uma região do céu (o radiante) na constelação do Leão, daí o seu nome. Tal evento deve-se à passagem da Terra pelo rasto de poeiras deixado pelo cometa Tempel-Tuttle.
Aquando do seu pico de atividade, espera-se, para locais realmente escuros, até uma quinzena de meteoros por hora. Mas convém aguardar pelo nascimento da constelação do Leão (já passada a meia-noite) para nos facilitar a observação destes objetos.
Na constelação do Leão, destaca-se a estrela Régulo, um sistema estelar quadruplo, situado a 77 anos-luz. A componente principal deste sistema é uma estrela branca azulada que está numa fase da vida idêntica à do Sol (consumindo o Hidrogénio do seu núcleo).
No outro extremo desta constelação, temos outra estrela branca azulada: Denebola. Esta apresenta pequenas variações de brilho com períodos de algumas horas. Os astrónomos utilizam este tipo de pulsações estelares para estudarem o interior das estrelas de um modo análogo ao das ecografias.
Este mês, o Sol e Saturno cruzam-se nos céus, estando, no dia 18, a pouco mais de um grau entre si. Assim não podemos observar este planeta.
Vénus é outro planeta que se encontra numa direção muito próxima da do Sol, continuando a apresentar-se como estrela da tarde.
No dia 22, tem lugar a Lua Nova. Já na noite de dia 25 a Lua estará junto a Marte, que este mês se encontra na constelação do Sagitário. Por sua vez, aquando do quarto crescente de dia 29, a Lua já se terá deslocado até à constelação do Aquário.
Este mês reserva-nos igualmente um evento histórico. No dia 12, o módulo Philae soltar-se-á da sonda Rosetta e irá poisar no núcleo do cometa 67P/Churyumov–Gerasimenko, de onde irá obter diversos dados da sua superfície. Tal permitir-nos-á saber um pouco mais acerca da natureza dos cometas e da formação do Sistema Solar.
Boas Observações!
Autor: Fernando J.G. Pinheiro (CGUC)
Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva
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