Futuros líderes na área da sustentabilidade aprendem com o Projeto Querença

Uma autêntica sopa de culturas de elementos de Organizações Não Governamentais (ONG), de vários países, recebeu um tempero serrano algarvio, […]

LEAD em Querença_2014_1Uma autêntica sopa de culturas de elementos de Organizações Não Governamentais (ONG), de vários países, recebeu um tempero serrano algarvio, em novo evento de formação de futuros líderes na área da sustentabilidade, realizado pela organização internacional LEAD em Querença.

Jovens de diferentes nacionalidades passaram cinco dias nesta aldeia do concelho de Loulé, para aprender técnicas de liderança e a refletir sobre modelos de intervenção no interior. De caminho, deixaram algumas ideias para o desenvolvimento sustentável da comunidade que os acolheu, tendo como base o Projeto Querença, uma iniciativa de estímulo à economia local lançada em 2011.

Esta é a segunda vez que a localidade louletana é escolhida pela LEAD para levar a cabo uma ação desta natureza, depois de uma primeira ação em 2012. A inspiração é o Projeto Querença,  que despertou a atenção da organização LEAD e, durante estas ações de formação, funciona como instrumento de trabalho dos formandos e objeto das conclusões finais.

Os 14 participantes na ação de formação, que chegaram de diversos países e representam diferentes culturas, «reuniram com os agentes locais, entrevistaram vários representantes de instituições algarvias, visitaram o terreno, conversaram com os jovens do Projeto Querença 1 e 2» e, a partir daí, avançaram um conjunto de sugestões, no sentido de impulsionar o projeto e estimular a economia local.

«Desta vez temos pessoas de lugares ainda mais afastados. Temos um formando do México, outro do Brasil, um que é meio canadiano, meio indiano, que trabalha em Genebra, ingleses de origem indiana e pessoas de outros países da Europa. Também havia pelo menos cinco que deveriam ter vindo de África e do Paquistão que, infelizmente, não puderam estar presentes, por problemas de visto», revelou ao Sul Informação o representante da LEAD em Portugal Matias Linder.

«Este foi um evento de aprendizagem, não só para os que estão a ter formação, mas também para a comunidade. Aproveitando a existência do Projeto Querença, a aprendizagem é compartilhada com as entidades que estão ligadas a esta iniciativa», explicou Matias Linder. Instituições como a Universidade do Algarve, através do CRIA, a CCDR do Algarve, a Câmara de Loulé e a Fundação Manuel Viegas Guerreiro, em cujas instalações decorreu esta ação, estiveram ligados à iniciativa da LEAD.

 

Formandos satisfeitos e…apaixonados por Querença

LEAD em Querença_2014_2No evento final, em que foram apresentadas algumas sugestões sobre a forma como o Projeto Querença pode ser potenciado, os 14 participantes não esconderam a sua satisfação, com a ação de formação e com Querença. Alguns dos participantes afirmaram que «amaram» Querença e a experiência que tiveram,  e até falaram em «reformar-se por cá».

«Ouvir estas palavras, depois destes cinco dias, é uma grande satisfação. Houve muito compromisso, aprendizagem e um trabalho importante. E acho que também é muito útil para o projeto Querença e para elementos de outras entidades, que estiveram aqui a ouvir opiniões de fora. Algo que considerei interessantíssimo, é que tivemos há dias uma reunião que juntou órgãos de governação, ONG e outros projetos semelhantes ao de Querença. E, pelo facto de nós estarmos aqui, começaram a falar uns com os outros», acrescentou o representante da LEAD.

Após a sessão final, em que deram contributos para uma potencial evolução do Projeto Querença, os formandos mostravam-se satisfeitos, já que tiveram acessos à metodologia e ferramentas da LEAD e a oportunidade de «aplicar o conhecimento num ambiente real», como ilustrou Gabriel Neira Voto, que veio do Brasil.

«Foi excelente estar aqui com pessoas de tantos lugares, pois temos experiências distintas, já que trabalhamos em áreas diferentes. Estivemos aqui de mente aberta e foi possível utilizar as ferramentas de design thinking, antes de avançar para qualquer conclusão. Sentimos uma grande responsabilidade, para, mais do que escrever algumas ideias, pensar a fundo e avançar com soluções que possam fazer uma diferença estrutural, aqui em Querença», acrescentou Silvia Grattieri de Itália.

«Não passámos muitos dias aqui, mas acreditamos que Querença tem um grande potencial, ao nível dos recursos naturais e humanos. Há aqui um problema demográfico muito grande. Mas a crise económica está a criar a possibilidade de um desenvolvimento diferente», enquadrou Gabriel.

Assim, o grupo de 14 futuros líderes avançou várias ideias, que passam, em primeiro lugar, por uma divulgação alargada de Querença e das suas potencialidades, baseado numa marca identitária forte, bem como pela aposta num turismo sustentável, na herança cultural, na agricultura e na criação de redes de cooperação.

 

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