PCP acusa Olhão e VRSA de promoverem «negócios privados» com parceria firmada no setor da saúde

O PCP/Algarve acusa os executivos camarários de Vila Real de Santo António (VRSA) e Olhão, o PSD e PS, respetivamente, […]

Doral_PCPO PCP/Algarve acusa os executivos camarários de Vila Real de Santo António (VRSA) e Olhão, o PSD e PS, respetivamente, de promoverem «negócios privados» no setor da saúde, «procurando tirar proveito do desespero das populações» pelas falhas no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Em causa a recente criação de uma rede intermunicipal de cuidados médicos, que irá promover consultas com um oftalmologista contratado pelas autarquias e operações na unidade de Gambelas do grupo Hospital Particular do Algarve.

«O anúncio desta decisão, construída propositadamente à margem dos executivos municipais (os vereadores da CDU em ambas as autarquias tiveram conhecimento deste processo nas vésperas do seu anúncio) e que envolve uma parceria com o grupo privado Hospital Particular do Algarve constitui, sob todos os pontos de vista, uma ação que converge com os objetivos do governo de destruição do Serviço Nacional de Saúde e abre a porta à sinistra proposta apresentada nos últimos dias pelo Governo PSD/CDS, de transferência para as autarquias locais da gestão dos Centros de Saúde», defendeu a Direção da Organização Regional do Algarve (Doral) do PCP.

Para os comunistas, ao invés de «condenarem a política de saúde do governo e exigirem deste o reforço dos meios para responder às necessidades das populações», as duas Câmaras lançaram uma iniciativa «que quer colocar doentes no Hospital Particular do Algarve para operações às cataratas pagos com recursos que são retirados às respetivas câmaras municipais».

Luís Gomes e António Pina Projeto Cuidar«No fundo, estes autarcas do PS e do PSD assumem-se como angariadores de clientes e financiadores dos negócios privados deste grupo económico na área da saúde à custa dos recursos das respetivas autarquias já de si bastante endividadas», acusam.

Lembrando que se têm repetido iniciativas da população, em toda a região, «contra a fusão dos três hospitais da região e a criação do CHA, contra o encerramento de maternidades, urgências e extensões de saúde, contra a falta de médicos, enfermeiros e materiais básicos e em defesa do direito à saúde», o PCP/Algarve defende que esta decisão dos executivos olhanense e vila-realense «não pode deixar de merecer o mais vivo repúdio e protesto».

«O PCP, ao mesmo tempo que recusa que os recursos das autarquias e do Estado sejam desviados para os grandes negócios da saúde, reafirma que só com o reforço dos meios do Serviço Nacional de Saúde (meios que em vez de serem colocados ao serviço da banca e dos grupos económicos como têm feito sucessivos governos deverão estar ao serviço dos trabalhadores e das populações), será possível responder de forma integrada aos problemas das populações», diz o PCP.

Comentários

pub