Muralhas e ponte de Silves vão para obras

O tramo poente das muralhas do Castelo de Silves e a ponte medieval vão ser alvo, em breve, de uma […]

Silves_1O tramo poente das muralhas do Castelo de Silves e a ponte medieval vão ser alvo, em breve, de uma campanha de obras de conservação e restauro, anunciou Maria José Gonçalves, responsável pelo departamento de Património Histórico, Arqueológico e Museus da Câmara de Silves.

Neste momento, revelou aquela responsável durante a visita do reitor da Universidade do Algarve a Silves, estão em fase de conceção os projetos e o respetivo caderno de encargos, «para lançar a obra o mais rapidamente possível».

Maria José Gonçalves explicou depois, em declarações ao Sul Informação, que «os projetos e o caderno de encargos com as especificações técnicas para lançar os concursos» deverão ficar prontos «até ao final do ano». As intervenções deverão custar perto de 50 mil euros, no total.

Rosa Palma, presidente da Câmara de Silves, acrescentou que os projetos serão pagos pela autarquia, enquanto as obras em si deverão ser candidatadas ao Fundo de Salvaguarda dos monumentos, gerido pela Secretaria de Estado da Cultura, e que se destina a este tipo de «intervenções prioritárias» no património classificado.

Silves_ponte_2A ponte de Silves, que durante muito tempo foi conhecida como ponte romana, mas que hoje se sabe ser uma estrutura medieval, apresenta diversos problemas, nomeadamente com algumas zonas a ameaçar ruir (ver foto).

Quanto às muralhas da almedina, que no ano passado foram finalmente classificadas como monumento nacional, estão «em muito mau estado de conservação». «Três das torres albarrãs têm baias desde há três anos, para evitar que as pessoas sejam atingidas com pedras que possam cair», disse a responsável pelo departamento de Património Histórico, Arqueológico e Museus da Câmara de Silves.

«Há partes das muralhas que estão dentro do quintal das pessoas, o que, ao longo dos tempos, tem causado e agravado problemas, como o do canteiro com cactos que foi instalado mesmo em cima de uma zona de muralhas», revelou Maria José Gonçalves.

Cruz de PortugalOutro dos monumentos silvenses com «graves problemas» é a Cruz de Portugal. «Vamos fazendo alguns trabalhos de manutenção, para travar a degradação. Mas a breve prazo teremos de proteger a Cruz de Portugal de outra maneira e de promover a sua musealização». Mas, para já, este monumento fica de fora das intervenções programadas.

Esta responsável, durante uma apresentação feita ao reitor António Branco, lamentou a extinção da antiga Direção-Geral dos Monumentos, que era a entidade responsável pelas obras periódicas nos monumentos em todo o país. «Desde que extinguiram a DGM, as suas funções foram integradas noutros organismos do Ministério da Cultura, mas, de facto, desde então o Estado nunca mais fez obra nos monumentos em Silves, cuja degradação se acentua de mês para mês», sublinhou.

«Nós fazemos a monitorização trimestral dos monumentos à nossa guarda e, na medida do possível, fazemos pequenas intervenções e restauros. Também fazemos conservação preventiva, nomeadamente removendo as ervas das muralhas da Almedina. Mas em edifícios como estes, isso não chega. E a conservação curativa, depois de as patologias se instalarem, acaba por ser bem mais cara», frisou aquela responsável.

 

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