Serviços de saúde do Algarve estão «à beira da rutura» diz Bastonário

Os serviços de saúde, no Algarve, «estão à beira da rutura» e «parece que não há preocupação com os doentes, […]

Os serviços de saúde, no Algarve, «estão à beira da rutura» e «parece que não há preocupação com os doentes, da parte do Ministério da Saúde», numa altura em que já se chegou à época alta do turismo do Verão, considerou esta terça-feira o Bastonário da Ordem dos Médicos José Manuel da Silva, em declarações à Antena 1.

Acusações feitas horas antes de a Administração Regional de Saúde do Algarve ter anunciado, numa nota de imprensa, que os serviços de saúde da região vão ser reforçados de julho a setembro. Apesar de anunciar que a ajuda vai chegar, o instituto público não avança números, referindo apenas que espera «para breve, um reforço de recursos humanos, nomeadamente de médicos, enfermeiros e assistentes operacionais».

Já o Bastonário da ordem ds médicos, que falou de manhã com rádio de serviço público, dá exemplos de falhas nos serviços de saúde em concelhos algarvios de forte pendor turístico. «O Serviço de Urgência Básica de Lagos até já fechou por falta de clínicos. No serviço de urgência de Albufeira, não há funcionários para fazer a limpeza. Já estamos no verão e, mais uma vez, não há soluções», acusou.

Da parte da ARS, surge a garantia que se «irá reforçar a capacidade de assistência nas unidades de cuidados de saúde primários da região, de forma a garantir um atendimento seguro e de qualidade à população residente e turística nos cuidados de saúde».

«Tendo em conta que durante os meses de Verão se regista um considerável aumento de fluxo de pessoas na Região, a ARS Algarve IP vai, como à semelhança dos anos anteriores, criar as condições necessárias para assegurar a prestação de cuidados de saúde, nomeadamente, com o alargamento do horário de atendimento e reforço das consultas de atendimento complementar nos concelhos do litoral onde se regista habitualmente a maior afluência de turistas», refere aquela entidade.

Para casos mais graves, a ARSA lembra a existência das urgências hospitalares e «de quatro Serviços de Urgência Básicos (SUB), situados em Lagos, Albufeira, Loulé e Vila Real de Santo António». Unidades cujo funcionamento tem sido afetado por vários problemas, ligados à falta de recursos, não só nos casos de Lagos e de Albufeira, mencionados pelo Bastonário, mas (e até mais intensamente) em Loulé, que até já motivou um protesto.

«O Plano de Verão de 2014, contará com os recursos afetos às diversas unidades da região de acordo com o planeamento realizado pelos diversos Agrupamentos de Centros de Saúde da ARS Algarve e do Centro Hospitalar do Algarve EPE», avançou a ARS do Algarve. Um entendimento que parece ser fundamental, no que toca ao funcionamento das SUB, uma vez que continua por esclarecer, de forma cabal, quais destas duas entidades é responsável pelos serviços de urgência.

«Através do protocolo de colaboração com a Cruz Vermelha Portuguesa no âmbito do Plano de Verão, de 30 de junho a 15 de setembro, a ARS Algarve IP disponibilizará 32 Postos de Praia distribuídos ao longo da costa algarvia, com o horário de atendimento entre as 10h30 e as 19h30, com o objetivo de assegurar cuidados de saúde de enfermagem e dar resposta a situações clínicas que possam ser tratadas no local, ou, em caso de necessidade, encaminhar o utente para uma unidade de saúde mais adequada», adiantou.

«De destacar ainda que o Departamento de Saúde Pública e Planeamento (DSPP) da ARS Algarve IP, desenvolve, no âmbito da prevenção, o Plano de Contingência para as Temperaturas Extremas Adversas – Módulo Calor 2014, entre 15 de maio e 30 de setembro, período durante o qual é maior a probabilidade de situações de calor extremo. Este Plano de contingência tem como principal finalidade a promoção da proteção da saúde da população contra os efeitos de uma Onda de calor, através do qual as pessoas serão informadas sobre os níveis de alerta e de quais as medidas a ter em conta para minimizar os efeitos sentidos em períodos de altas temperaturas», concluiu a ARSA.

Comentários

pub