Quatro anos depois de se ter instalado na região, a Escola de Tecnologias Inovação e Criação prepara-se para abrir as suas novas instalações em Faro, que passam a ser o seu polo principal. Portimão, que até agora foi a casa da escola, não será esquecida, com alguma oferta formativa a continuar disponível, no espaço «Bold, Ponto Criativo».
A cerca de dois meses da abertura das novas instalações, o diretor da ETIC Algarve considera a mudança para Faro uma evolução lógica, que não se baseia numa má experiência em Portimão. «No limite, nada correu mal. Mas confesso que, se soubesse o que sei hoje, nunca teria ido para Portimão. Eu não conhecia o Algarve e a relação de distâncias aqui na região é bem diferente da de lá de cima», contou.
A mudança de ares, garantiu o diretor da ETIC Algarve, é essencialmente motivada por questões logísticas. «70 por cento dos 400 alunos que passaram nos nossos cursos, ao longo dos últimos quatro anos, são do Sotavento», muitos deles dos municípios de Faro, Loulé e Olhão, «mas também de Vila Real de Santo António (VRSA), Tavira e até de São Brás de Alportel».
«Temos alunos de VRSA, que fazem a viagem todos os dias e, aí, estamos a falar de uma distância considerável e de custos muito significativos, só em transportes. Obviamente, tínhamos de nos chegar mais para o meio», considerou Nuno Ribeiro.
Nuno Ribeiro esteve à conversa com o Sul Informação e a Rádio Universitária do Algarve RUA FM (102.7), esta quarta-feira, como convidado do programa radiofónico «Impressões». A mudança da ETIC Algarve para Faro, a história da instituição, que há 24 anos trouxe um novo conceito educativo para Portugal e o balanço dos quatro anos passados no Algarve foram alguns dos temas em cima da mesa.
Quanto a mudança de Portimão para Faro, Nuno Ribeiro não tem complexos em admitir que se deve a um erro de julgamento inicial. «Eu sou de Cascais e, antes de vir para aqui, o meu Algarve era a Carrapateira, Sagres e pouco mais, onde passava férias. Não conhecia nada entre Lagos e Vila Real de Santo António. E, para alguém que não conhecia a região, em 2008, 2009 só se ouvia falar em Portimão, estava na moda», ilustrou.
A cidade do Barlavento tinha, então, muitos projetos na calha, «como a Cidade do Cinema, o Autódromo e o insectário», muitos dos quais nunca saíram do papel. Algo que também acabou por gorar as expetativas da ETIC e ajudar a escola a dar o passo de se deslocalizar para uma zona mais central da região.
Com o início do Verão, está também lançado o período de inscrições nesta escola, que se assume como «um complemento à oferta formativa já existente e não como concorrência», como faz questão de frisar o diretor da ETIC Algarve Nuno Ribeiro.
A data para a inauguração da nova ETIC, no Mercado de Faro, já está marcada há muito. O dia 7 de setembro era, à partida, o eleito para o lançamento oficial das novas instalações e, «por coincidência», é igualmente o dia da cidade de Faro. «Vamos ter uns happenings e umas surpresas engraçadas, por isso, apareçam», convidou Nuno Ribeiro.
As aulas para os alunos do 2º ano começam pouco depois, a 15 de setembro, mas o começo oficial do ano letivo acontece apenas a 6 de outubro.
Os percursos dos alunos desta escola são variados e vão desde jovens que acabaram o secundário e querem apostar em formação na área das tecnologias de informação, alunos ou ex-alunos universitários que querem aprofundar conhecimentos práticos e até pessoas que estão já inseridas no mercado de trabalho, mas viram na ETIC a possibilidade de se formar numa área que sempre os atraiu.
Também a oferta formativa é bem variada. «Teremos aqui em Faro praticamente os mesmos cursos que disponibilizamos na casa-mãe, em Lisboa. Há cursos em seis áreas: Comunicação, Design, Fotografia, Vídeo, Web e Som», revelou.
Ao nível de cursos, há desde Técnico AudioVisual a Realização, passando por Design Gráfico, Ilustração Digital, Animação 3D, Operador de Imagem e Iluminação, Música Eletrónica, Técnicas de Som e Styling e Makeup, entre muitos outros.
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