Serviços de Urgência Básica «em rutura» ao nível de enfermeiros

Os Serviços de Urgência Básica (SUB) de Vila Real de Santo António, Loulé e Albufeira estão «em rutura» e é […]

Os Serviços de Urgência Básica (SUB) de Vila Real de Santo António, Loulé e Albufeira estão «em rutura» e é cada vez mais difícil garantir turnos com os profissionais de saúde suficientes, acusou esta terça-feira o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP). Depois de ter sido denunciado publicamente que a SUB de Loulé passou dia e meio sem médico, o sindicato diz que o mesmo poderá acontecer com os enfermeiros, a qualquer momento e pondera «denunciar esta situação internacionalmente».

Numa nota de imprensa onde denunciavam as dificuldades dos seus colegas que trabalham nestas unidades de urgência instaladas nos Centro de Saúde daquelas cidades, o SEP aponta o dedo à alegada falta de entendimento entre a Administração Regional de Saúde do Algarve (ARSA) e o Centro Hospitalar do Algarve (CHA). Segundo os sindicalistas, nem uma, nem a outra entidade querem «querem assumir a responsabilidade» pelas SUB algarvias.

O SEP já solicitou uma reunião com a Região de Turismo do Algarve, antes de avançar para uma eventual denúncia internacional. Entretanto, estão já agendadas reuniões com o Ministério da Saúde amanhã, na terça-feira e com a ARSA, na quinta-feira, dia 8 de maio. Nestes encontros, os representantes dos enfermeiros esperam que seja «encontrada uma solução definitiva para este problema que se arrasta há mais de um ano».

Os sindicalistas já vêm alertando para este alegado impasse e para a falat de enferemeiros nas unidades de saúde do Algarve há algum tempo e voltam à carga dias depois de a Câmara de Loulé ter denunciado que a SUB local esteve sem médicos todo o dia 1 de maio e a manhã do dia a seguir. Situação que se poderá repetir, no que a enfermeiros diz respeito.

Para o SEP, tudo se deve à falta de entendimento entre a ARSA e o CHA, que «provoca consequências graves na gestão dos recursos humanos e materiais, com implicações no socorro da população». «A situação mais grave acontece em Loulé. A dificuldade em fazer as escalas dos enfermeiros tem vindo a agravar-se de mês para mês», assegurou.

Caso não se consigam garantir os três enfermeiros necessários por turno, isso pode levar à «inoperacionalidade da ambulância SIV» ou à «permanência de apenas 1 enfermeiro, abaixo do limite legal (pelo menos 2 em permanência)». «A ambulância SIV não dá resposta apenas ao concelho de Loulé. Vai também a outros concelhos algarvios e já chegou a ir a Almodôvar e Ourique», alertam.

«Os enfermeiros estão esgotados. Trabalham 14 ou 15 dias seguidos, fazendo, muitas vezes, 16 horas por dia. Realizam cerca de 900 horas extra por mês (o que equivale a 6 enfermeiros)!», denunciou o SEP.

Este excesso de carga está ligado à falta de quadros, que é comum a todos os SUB do Algarve. «Os Mapas de Pessoal dos SUB preveem 16 enfermeiros cada. Nenhum tem os 16! Em Loulé em 2009 trabalhavam 14 e, atualmente, estão apenas 9», assegura o sindicato.

«A falta de outros profissionais acresce o drama com que os enfermeiros estão confrontados. Existem, dias em que só está um médico quer em Loulé, quer em Albufeira e no dia 1 e 2 de Maio não houve médico em Loulé. Quanto a assistentes operacionais são apenas três quer em Loulé, quer em Albufeira e quatro em VRSA, para fazer turnos 24 sobre 24 horas», acrescentaram.

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