Crónica da 7ª Travessia da Via Algarviana – episódio 11

A Travessia da Via Algarviana continuou esta terça-feira, entre Cachopo e Vaqueiros. A descoberta do Algarve mais interior leva os […]

A Travessia da Via Algarviana continuou esta terça-feira, entre Cachopo e Vaqueiros. A descoberta do Algarve mais interior leva os caminhantes e refletir sobre o papel fundamental das Juntas de Freguesia.

Terça-feira, 15 de abril, 11º dia de caminhada:

Não há como uma caminhada por este interior do Algarve para nos confrontarmos com realidades que deconhecíamos. Tem-se discutido o papel das Juntas de Freguesia e a discussão tem sido feita essencialmente num ótica citadina.

O problema é que há outros Portugais onde a Junta de Freguesia é essencial para o bem estar da população. Quem tem defendido a reorganização ou a extinção de freguesias deveria percorrer o interior algarvio e passar pelo Cachopo (Tavira).

Aí a Junta de Freguesia é presidida pela D. Otília Cardeira, mas a nossa grande dúvida é se não existem várias Donas Otílias: a D. Otília que conduz a carrinha que transporta as pessoas, a D. Otília que toma conta dos alojamentos nas Casas Baixas, a D. Otília que fez o bolo de mel e as compotas que comemos ao pequeno almoço, a D. Otília que canta com o grupo, a D. Otília artesã, a D. Otília que… É esta senhora que, através da Junta de Freguesia e das suas atividades faz o Cachopo mexer!

Voltando à nossa travessia: a seguir ao pequeno almoço tomado ao ar livre no recreio da antiga escola primária de Casas Baixas, agora transformada em alojamento, lançámo-nos ao caminho.

Quem já fez várias vezes a travessia tem comentado que este ano a natureza está no seu melhor! Só assim se justifica que ontem, quando passámos pela zona ardida em 2012 a paisagem já estivesse a regenerar-se e que hoje tenhamos atravessado montes e vales dominados pela esteva e pelo pinheiro-manso, com tapetes brancos de malmequeres, misturados com o roxo do rosmaninho.

Este percurso, ligeiramente acidentado, é rico em miradouros naturais e atravessa duas pequenas povoações: Amoreira e, imagine-se!, Monchique.

Curiosidade: a passarmos por um pastor, notou-se nitidamente que ele nos estava a contar como deve fazer com as cabras e ovelhas que guardava. Ele não sabe, mas pode ficar descansado, que todos chegámos ao fim de mais um dia de caminhada.

Amanhã, teremos 20,3 km, entre Vaqueiros e Furnazinhas. Já levamos quase 250 km nas pernas, e faltam três dias para chegar ao fim desta travessia, em Alcoutim, onde parece que nos espera uma festa no castelo!

 

Veja aqui mais fotos da Travessia da Via Algarviana

 

 

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