A edição atualizada e aumentada do «Guia de Vinhos do Algarve» foi apresentada pela Região de Turismo do Algarve (RTA) na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL) e pretende ser mais uma ferramenta para consolidar o turismo gastronómico e de vinhos em terras algarvias.
A primeira edição, que saiu em 2009, continha então 16 produtores, mas agora, cinco anos depois, subiu para 24 produtores regionais, que apresentam ao todo 142 vinhos de qualidade. Um acréscimo que tem também a ver com a aposta que tem vindo a ser feita no Algarve na revitalização da cultura da vinha, como salientou, em declarações ao Sul Informação, Carlos Garcias, presidente da Comissão Vitivinícola do Algarve.
Desidério Silva, presidente da RTA, disse aos jornalistas na apresentação do Guia, na BTL, que «sol, mar, praia e golfe já estão referenciados, mas temos que divulgar o que é complementar a isso. Ninguém vai para o Algarve só pela praia e pelo golfe, vai também para comer, para conhecer o nosso património e cultura, para conhecer os nossos vinhos».
É que, insiste o responsável máximo do turismo algarvio, «temos que cativar os turistas pela boca. A Dieta Mediterrânica, recentemente classificada como Património da Humanidade, é algo que herdámos dos nossos antepassados. A boa gastronomia, acompanhada de bons vinhos, pode e deve ser um atrativo e elemento diferenciador do destino».
Hermínio Rebelo, chefe da Câmara de Provadores da Comissão Vitivinícola do Algarve, é o responsável técnico pelo conteúdo do Guia que, como frisou na apresentação, traduz a grande diversidade e qualidade que a região algarvia apresenta em termos de solos, clima e até de castas.
«A região vinhateira do Algarve está no início da maioridade, pelo que as condições de plantio e de cuidados com as vinhas são semelhantes às mais modernas utilizadas no restante mundo vinhateiro. Da mesma maneira, a quase totalidade das adegas algarvias está equipada com as soluções tecnológicas mais avançadas para a produção de vinho», explica Hermínio Rebelo na Nota Introdutória do Guia.
Nos últimos anos, e depois da rigidez inicial, «conjuntamente com as castas regionais, a introdução de novas castas certificadas trouxe mais-valias para os vinhos». De tal forma que, assegura o escanção-mor do Algarve, dos vinhos da região, «a maioria apresenta uma qualidade acima da média, colocando-os ao nível dos melhores produzidos noutras regiões vitivinícolas».
Carlos Garcias, nas suas declarações ao Sul Informação, acrescentou, por seu lado, que o «Guia de Vinhos» é de «grande utilidade para as adegas, quintas e vinhos» e «impulsionará a oferta turística, o enoturismo e o património cultural e gastronómico da nossa região».
O Guia foi, para já, editado em português, estando também previstas edições em espanhol e inglês. Será distribuído em feiras e outras ações promocionais do turismo algarvio, podendo ainda ser descarregado online, no site visitalgarve.pt. No entanto, pelo menos este domingo, a versão disponível para download é ainda a de 2009. Quem quiser a nova versão, terá de aproveitar este que é o último dia da BTL e ir até ao Parque das Nações, em Lisboa.
O Guia de Vinhos junta-se, assim, à Rota dos Vinhos do Algarve, que também foi apresentada na BTL, para fomentar o enoturismo na região.
Mas Hermínio Rebelo não deixou de lançar um alerta: «onde estão as Escolas de Hotelaria do Algarve, que agora querem fechar? Não fala de vinhos quer quer, não fala de gastronomia quem quer, é fundamental haver formação para tal. Se se prosseguir no encerramento das Escolas de Hotelaria no Algarve, é a qualidade do serviço que fica em causa, é a qualidade do próprio destino turístico».
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