Adjudicação das obras no Porto de Tavira parou «algures em Lisboa»

Tavira continua à espera das obras no Porto de Pesca local, uma intervenção que esteve muito perto de ser adjudicada, […]

Tavira continua à espera das obras no Porto de Pesca local, uma intervenção que esteve muito perto de ser adjudicada, mas cujo processo «parou algures em Lisboa». O presidente da Câmara de Tavira Jorge Botelho diz que ainda não tem garantias que o processo seja desbloqueado este ano, já que a obra não foi inscrita no Orçamento de Estado, mas não perde a esperança de que seja encontrada uma solução.

«O Porto de Tavira teve um relatório final com proposta de adjudicação que parou algures em Lisboa. (…) Já falei com o secretário de Estado e esperemos que haja uma solução muito em breve, para a qual estão já encetadas conversas», disse.

Jorge Botelho não enjeita que a solução seja encontrada ainda este ano. «Eu sou um homem esperançoso. Se não o fosse e não tivesse a ideia que posso mudar as coisas, não seria presidente de Câmara», afirmou.

Poucos dias depois de o Governo ter passado a tutela dos portos de pesca e de recreio do há muito extinto IPTM para a Docapesca, Jorge Botelho não se mostrava entusiasmado ou desiludido com a decisão, preferindo esperar para ver.

«Houve uma altura em que andava a tentar perceber como isto funcionava e ninguém sabia. Nem eu, nem ninguém. Muitas vezes, tinha a ideia que o próprio responsável governamental também não sabia (risos)», começou por dizer.

«Mais do que a questão da organização que foi escolhida, o que importa é que funcione. Temos é de saber a quem nos dirigir, para resolver os problemas. Isso é que é fundamental!», considerou. «O que importa é que sejamos consequentes. Que definamos as políticas, que lancemos as medidas, que se encontrem fontes de financiamento e que se execute», resumiu.

O também presidente da AMAL – Comunidade Intermunicipal do Algarve foi o convidado do programa radiofónico «Impressões», dinamizado em conjunto pelo Sul Informação e pela Rádio Universitária do Algarve RUA FM da passada quarta-feira, ocasião em que aproveitou para falar de diversos assuntos de âmbito regional, entre os quais os 30 projetos de obras públicas prioritários identificados pelo Grupo de Trabalho para as infraestruturas de elevado valor, criado pelo Governo.

No Algarve, ficou de fora a rodovia, mas haverá investimentos na Ferrovia e nos Portos Comerciais. «Parece-me bem que se aposte nos Portos Comerciais de Portimão e Faro, mas há um conjunto de outros portos, nomeadamente os de pesca, que simplesmente desapareceram. E temos de ter a ideia que as estruturas de portos no Algarve, são um setor vital para a nossa atividade primária. Temos capacidade para ser exportadores de produtos e mais-valias que venham do Mar», acredita.

«Toda a gente já percebeu que as estruturas regionais estão a deixar de existir. (…) Há uma desqualificação total de tudo quanto é poder desconcentrado nas regiões, cada vez vamos mais a Lisboa. Daí que eu diga que o importante seja que se resolvam os problemas do Algarve», acrescentou.

 

Salva-vidas de Tavira sem ter tripulação todos os dias «é insustentável»

Tavira poderá ver-se privada da presença tripulação do salva-vidas durante alguns dos sete dias da semana, a partir do verão, uma situação que Jorge Botelho considera «insustentável».

«Há a possibilidade de a partir de junho ou julho, o salva-vidas seja colocado em Vila Real de Santo António, por questões de tripulação. Nós já fizemos valer e mostrámos que essa situação é insustentável, porque a Barra de Tavira é uma barra especialmente perigosa, que serve três comunidades piscatórias – Tavira, Santa Luzia e Cabanas -, que pode não se compaginar com a tripulação ocasionalmente estar em Vila Real de Santo António», disse.

Caso «haja uma desgraça e a tripulação estiver fora, é uma desgraça mesmo», considerou. Neste momento, a «decisão foi suspensa, para melhor decisão, até ao verão». «Vamos ver se o bom senso impera e se o Ministério da Defesa reforça em meios, ao nível das necessidades das comunidades piscatórias», acrescentou.

No passado fim-de-semana, já depois de Jorge Botelho ter estado no «Impressões», uma embarcação com pescadores lúdicos naufragou naquela barra, acidente que causou um morto e um ferido. Uma tragédia que acaba por dar mais força aos receios do autarca.

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