«Funchal» impedido de entrar no Porto de Portimão por falta de rebocador aguarda ao largo

O paquete «Funchal» está desde o meio da tarde deste sábado fundeado ao largo da Praia da Rocha por não […]

O paquete «Funchal» está desde o meio da tarde deste sábado fundeado ao largo da Praia da Rocha por não conseguir entrar no Porto de Portimão, devido à falta de um rebocador.

O navio de cruzeiros, que regressa da Madeira, onde fez a passagem de ano no Funchal, deveria ter terminado a sua viagem em Lisboa, mas, devido ao agravar do mau tempo na costa ocidental, o armador decidiu rumar a Portimão, na costa sul, onde as condições do mar são melhores.

No entanto, apesar de ter chegado frente à Praia da Rocha cerca das 17h00, o navio não conseguiu entrar no porto algarvio e desembarcar os passageiros, porque Sines não tinha nenhum rebocador disponível, indispensável para auxiliar na manobra.

Depois da intervenção da presidente da Câmara de Portimão junto do Governo, acabou por ser disponibilizado um rebocador que chegou a sair do porto de Setúbal, mais a norte e por isso mais longe do Algarve, mas essa embarcação teve que voltar para trás devido ao estado do mar.

Agora, segundo revelou ao Sul Informação uma fonte da Câmara de Portimão, como se espera alguma acalmia da agitação marítima, «o rebocador deverá sair de Setúbal às 5h00 da manhã deste domingo e chegar a Portimão às 9h00 da noite». Só nessa altura, se tudo correr bem e o temporal não piorar impedindo a viagem do rebocador, o navio de cruzeiros poderá entrar no porto para desembarcar as centenas de passageiros que foram passar o ano à Madeira e que, certamente, não estavam à espera desta situação inesperada.

«Esta situação prova à exaustão que o Algarve, e o Porto de Portimão especificamente, necessitam com urgência de um rebocador», disse Isilda Gomes, presidente da Câmara portimonense, em declarações ao Sul Informação.

«Da minha parte, esta não é uma reivindicação recente, uma vez que já quando fui Governadora Civil chamei a atenção do Governo de então para a necessidade do rebocador», acrescentou a autarca.

No caso de hoje, com o paquete «Funchal», a presidente da autarquia de Portimão teve mesmo que telefonar para o Gabinete do Secretário de Estados dos Transportes, para tentar desbloquear a situação, já que o porto de Sines, que teoricamente deveria dar apoio aos dois portos algarvios – Portimão e Faro -, não tinha meios disponíveis.

«Falei com o chefe de Gabinete do senhor secretário de Estado e foi assim que conseguimos viabilizar o envio para o Porto de Portimão de um rebocador», esclareceu Isilda Gomes.

O Sul Informação sabe que chegou mesmo a ser equacionado o pedido de um rebocador a Cádis, no Sul de Espanha, mas esse meio levaria mais de 24 horas a chegar a Portimão. Vindo de Sines, o rebocador demora oito a dez horas, enquanto se sair de Setúbal, como agora deverá acontecer, demora, com boas condições de mar, o que não é o caso, cerca de 14 horas.

«Este caso mostra que Sines não tem, de facto, capacidade de dar resposta às necessidades do Porto de Portimão», acrescentou a fonte da autarquia.

Além do mais, pela costa Sul algarvia passa a rota do Cabo de São Vicente, com navios que muitas vezes provêm da Ásia e Médio Oriente através do Canal do Suez e do Mediterrâneo ou para lá se dirigem, uma das mais movimentadas do mundo. «E se fosse um navio em dificuldades, como resolvíamos o problema? Está visto que Sines não nos pode ajudar».

Desta vez, a situação traduz-se apenas em atraso e algum desconforto para os passageiros do «Funchal», o único navio de cruzeiros português, que este Verão, após profunda reformulação, voltou ao ativo. Hoje à tarde, com o navio bem visível frente à Praia da Rocha, havia já familiares de passageiros que acompanhavam a situação à distância, na fortaleza de Santa Catarina.

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