Pais da escola nº 5 de Olhão tentam diálogo, mas admitem protestos

Mais espaço para aulas, através da colocação de infraestruturas temporárias, ou o prolongar do ano letivo são as duas hipóteses […]

Mais espaço para aulas, através da colocação de infraestruturas temporárias, ou o prolongar do ano letivo são as duas hipóteses em cima da mesa, para os pais da Escola Básica nº 5 do Agrupamento Paula Nogueira de Olhão, como alternativa a novos horários estipulados pela direção do agrupamento há cerca de duas semanas.

Para já, a via do diálogo está a ser privilegiada, mas os pais das crianças afetadas não pretendem baixar os braços e garantem que não está colocada de lado «qualquer forma de protesto», sendo que a decisão será tomada pelos pais afetados «na próxima segunda-feira».

Os horários, defendem os pais, são lesivos para as crianças e para as famílias, mas a direção do Agrupamento já justificou que a medida foi implantada no seguimento de uma inspeção feita à escola, que obrigou a prolongar os horários, para cumprir a lei.

Uma interpretação da legislação que não convence os encarregados de educação, que já se reuniram com o recém-empossado presidente da Câmara de Olhão António Pina, que, segundo Ana Herculano, presidente da Associação de Pais daquele agrupamento de escolas,  «mostrou abertura para resolver a situação».

Para já, este é «o único desenvolvimento», numa situação que se adivinha complicada de resolver.

A Inspeção Geral da Educação e Ciências terá estado no Agrupamento Paula Nogueira e identificado irregularidades, nomeadamente ao nível do cumprimento dos tempos mínimos previstos na lei.

Uma interpretação diferente da lei, introduzida este ano, levou a que os intervalos deixassem de ser contabilizados, daí o antecipar da entrada dos alunos do turno da manhã e o adiar da saída dos da tarde, nesta escola com horário duplo.

«Quanto mais mexo nisto, menos percebo», confessou ao Sul Informação Ana Herculano, apesar da experiência que vem acumulando de outros anos, enquanto representante dos pais. «Ao falar com as pessoas, cada vez mais me parece que esta não é a solução certa», disse, referindo-se ao alargamento dos horários.

A representante dos pais já fez, entretanto, «uma exposição à Direção Regional e à Inspeção Geral», onde também pede esclarecimentos sobre o processo, uma vez que não está ainda disponível o projeto de relatório, o primeiro trâmite resultante da inspeção, que a escola pode contestar.

O Agrupamento Paula Nogueira não é o único que viu a Inspeção Geral a determinar a necessidade de alterar os horários, mas, noutro caso bem próximo, o do Agrupamento Afonso III, de Faro, a direção da escola pretende contestar. Daí que os pais considerem que houve «alguma precipitação» da parte da direção da escola olhanense.

«Estou agora à espera do resultado do Conselho Geral, que se reuniu ontem [quarta-feira] e deliberou sobre esta matéria», acrescentou Ana Herculano. A representante dos pais da escola EB nº5 também já tem uma reunião agendada com os seus congéneres de Faro, que estão na mesma situação.

A alteração dos horários, defendeu, veio abalar o dia-a-dia das famílias, «que já tinham a vida toda organizada», em função dos horários estipulados no início do ano. Estas alterações colidem com atividades paralelas das crianças, desportivas e culturais.

Caso não haja uma solução até final desta semana, os pais ponderam avançar com protestos, que podem passar, «não por greve, mas por chegar mais tarde às aulas», cumprindo o horário original.

No que toca ao turno da tarde, «será mais complicado», porque os pais querem evitar «entrar pela sala dentro e incomodar o trabalho dos professores, que não têm culpa nenhuma desta situação».

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