Quarto e último navio do projeto Ocean Revival afundado a 21 de setembro

O antigo navio hidrográfico «Almeida Carvalho», a última peça do parque subaquático do projeto «Ocean Revival», chegou ontem à tarde […]

O antigo navio hidrográfico «Almeida Carvalho», a última peça do parque subaquático do projeto «Ocean Revival», chegou ontem à tarde ao Porto de Portimão, vindo do estuário do Tejo, onde esteve a ser preparado para o afundamento.

A submersão do navio está prevista para a manhã de dia 21 de setembro e constituirá o culminar do «Ocean Revival», que já é o único parque de mergulho no mundo constituído por uma frota de antigos navios de uma Marinha de Guerra, afundados propositadamente com esse fim.

«Tudo está a ser ultimado para o afundamento no dia 21, se as condições meteorológicas forem boas, como está previsto», revelou ao Sul Informação o empresário Luís Sá Couto, mentor de todo o projeto.

Este parque começou a ser constituído em outubro do ano passado, com a imersão deliberada dos ex-NRP “Oliveira e Carmo” e ex-NRP “Zambeze”, tendo-se seguido, a 15 de junho, a submersão da Fragata ex-NRP “Comandante Hermenegildo Capelo”.

Até ao dia 21, o antigo navio oceanográfico estará atracado no Porto de Portimão, para ser alvo dos últimos preparativos para o afundamento, nomeadamente com a colocação, por uma empresa especializada canadiana, dos explosivos de recorte que irão provocar a sua imersão em poucos minutos.

Um dia antes, a 20 de setembro, e no âmbito das Jornadas Europeias do Património, abre no Museu de Portimão um original núcleo de exposição dedicado inteiramente ao «Ocean Revival».

 

Ocean Revival já fez triplicar número de mergulhos em Portimão

 

O antigo navio hidrográfico «Almeida Carvalho» à chegada ao Porto de Portimão. Fotos por João Encarnação da SUBNAUTA.

O Projeto Ocean Revival tem por objetivo a criação, ao largo de Portimão, de um recife artificial visitável por turistas de mergulho de todo o mundo, dinamizando desta forma a economia local ao longo de todo o ano.

Nos dois navios que foram ao fundo em outubro, já tinham sido feitos desde então e até junho passado, mais de 2500 mergulhos, o que foi um recorde para a atividade na época baixa turística.

«Esta época, só na minha empresa, a Subnauta, triplicámos o número de mergulhos, comparados com o ano passado. E 80 a 90% dos mergulhos foram feitos nos três navios já afundados», revelou Luís Sá Couto, responsável pela Subnauta e membro fundador, com a Câmara de Portimão, da Associação Musubmar, que promove o projeto de incremento do turismo subaquático através do afundamento de quatro antigos navios da Armada Portuguesa.

«E ainda não começámos a fazer promoção internacional. 80% dos mergulhadores têm sido portugueses e espanhóis. Isto prova que é muito grande o potencial de crescimento, quando se iniciar a promoção do Ocean Revival a nível europeu e internacional, o que vai agora acontecer», acrescentou ainda Sá Couto, em declarações ao Sul Informação.

No polo de turismo subaquático do parque Ocean Revival já podem ser visitados o patrulha-oceânico “Zambeze”, a corveta “Oliveira do Carmo”, submersos no dia 30 de outubro passado, bem como a fragata “Comandante Hermenegildo Capelo”, faltando apenas o navio oceanográfico “Almeida Carvalho”.

Os quatro navios desta frota, que marcaram a história da Marinha Portuguesa, funcionarão como recifes artificiais num fundo de areia, constituindo uma paragem obrigatória para o importante nicho do turismo de mergulho, com a previsão que ao longo dos primeiros dez anos sejam atraídos um total de 620 mil mergulhadores e suas famílias, o que poderá constituir um importante estímulo para a economia local.

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