Verão Azul começa a debater bairro SAAL da Meia Praia e a ouvir hip hop de Chullage

Concertos, filmes, documentários, dança, video-arte, instalação sonora, performances, um debate. Estes são alguns dos ingredientes da quarta edição do Festival […]

Concertos, filmes, documentários, dança, video-arte, instalação sonora, performances, um debate. Estes são alguns dos ingredientes da quarta edição do Festival Verão Azul, promovido pela associação casaBranca, que começa esta quinta-feira, 1 de agosto, e se prolonga até dia 17, sempre com propostas às quintas, sextas-feiras, sábados e domingos, em três fins de semana seguidos.

Assim, nesta primeira noite, às 21h30, no auditório do Centro Cultural de Lagos, será exibido o documentário de 2007 «As Operações SAAL», de João Dias. O realizador não estará presente, mas à exibição do filme segue-se um debate com a presença do veterano arquiteto José Veloso, autor do projeto do Bairro SAAL da Meia Praia, e do arqueólogo Rui Parreira. A entrada é livre.

Sexta-feira, dia 2 de agosto, de novo no Centro Cultural de Lagos, serão apresentados dois espetáculos de dança: «Guintche», de Marlene Freitas, às 21h30, e «Um Gesto que não Passa de uma…», de Sofia Dias e Vítor Roriz.

«Trata-se de espetáculos, da nova geração de coreógrafos portugueses, que já estiveram em tournée na Europa e fora dela, mas que se não for o festival Verão Azul nem vinham ao Algarve», revelou ao Sul Informação um do responsáveis do festival, Andrea Sozzi.

Segue-se, por volta das 22h30, no espaço do LAC Laboratorio de Atividades Criativas de Lagos, um concerto do rapper Chullage, com o seu hip hop negro e acusatório.

No sábado, dia 3, às 22h00, o LAC recebe um concerto dos Loosers, com o seu «psicadelismo tribal», e dos Tropa Macaca, que apresentam «noise tecnológico com sabor a sexo».

Finalmente, no domingo, haverá Filminhos Infantis (para crianças dos 6 aos 9 anos), às 18h00, no TEL, e a apresentação da instalação sonora «Linha do Horizonte», de Ana Borralho e João Galante, às 19h30, na Praia de Porto de Mós. «Vamos fornecer uns headphones às pessoas, para que elas possam deambular pela praia a ouvir esta instalação sonora», acrescentou Andrea Sozzi.

Ou seja, este será um primeiro fim de semana em cheio, de um festival que tem ainda a particularidade de ser transmitido em streaming, ou seja, em tempo real pela internet, em www.festivalveraoazul.com, para «chegar mais longe». Em simultâneo, todo o festival será também projetado em diversos espaços de estruturas artísticas nacionais e internacionais.

O festival Verão Azul, do qual o Sul Informação é media partner, vai na sua quarta edição e «pela primeira vez é feito em pleno agosto, em pleno centro do verão, tórrido e brilhante», salientam outros dois responsáveis pelo evento, Ana Borralho e João Galante.

É «um festival com os olhos no futuro. Um futuro tão brilhante que temos de usar óculos escuros. Um futuro onde vale tudo. Um futuro que é hoje e agora e já».

Esta edição, acrescentam, «reflete esta visão na escolha dos artistas envolvidos, artistas que brilham, artistas com voz, a nu, e com rima. Este ano maioritariamente em português, mas como não podia deixar de ser – somos todos turcos, todos pretos, ou quase pretos, ou quase brancos quase pretos de tão pobres. E pobres são como podres e todos sabem como se tratam os pretos… Cigarras nós ??? Seus abutres», escrevem, na apresentação do festival.

Dessa «visão por vezes negra, por vezes branca. Como se de um jogo de xadrez se tratasse, com o xeque-mate ainda em processo, mas já à vista», o festival vagueia «do hip hop negro e acusatório do Chullage, passando pelo fado mutante da Lula, aos diálogos e movimentos vindos do futuro da dupla Sofia e Vítor, às memórias pessoais do Rui, aos sons do rock displicente e nas tuas fuças das Pega (ou renegade, como diria um amigo nosso), à violência cirúrgica lituana dos No Theatre, à ginga Brasileira do Gustavo, à ginga sensual da Marlene, à ginga joga do Miguel, ao psicadelismo tribal dos Loosers, ao “around the world” da Margarida, ao magnetismo do Sérgio, ao noise tecnológico com sabor a sexo dos Tropa, ao horizonte da Ana e do João, aos olhares atentos ao mundo da Helena, da Verónica, do Gonçalo e do João, aos sons negros da batida dos Djs Marfox, Nigga e Niagara, ao apocalypse ambiental do Thermidor até aos filminhos para os mais pequeninos, a jogar à bola com o globo».

«Além dos espetáculos ao vivo, vamos ter também duas peças em live streaming, numa emissão em direto da Finlândia (Gustavo Ciríaco) e da Lituânia (No Theater)».

«Estamos muito felizes de poder apresentar em Lagos mais esta mão cheia de artistas que muito admiramos. Esperemos que se divirtam, usem protetor solar e a rua é nossa – no pasaran», terminam Ana e João, de forma provocatória.

E para a semana, entre muitas coisas boas, haverá um concerto de Lula Pena no Centro Cultural de Lagos. Mas disso falaremos depois.

Comentários

pub