PS pede anulação da candidatura «Novo Rumo» em Olhão alegando recolha irregular de assinaturas

A candidatura do PS à Câmara de Olhão apresentou esta segunda-feira no Tribunal de Olhão um pedido de impugnação da […]

A candidatura do PS à Câmara de Olhão apresentou esta segunda-feira no Tribunal de Olhão um pedido de impugnação da candidatura «Novo Rumo», liderada por João Pereira. Os socialistas alegam que a recolha de assinaturas que permitiu o avanço da candidatura do movimento independente foi feita sob pressupostos falsos.

A entrega deste pedido aconteceu poucas horas depois do movimento independente ter pedido a inelegibilidade de candidatos de diversos partidos a órgãos autárquicos de Olhão, incluindo a de António Pina.

O atual vice-presidente da Câmara garantiu, no entanto, que o pedido que fez «já estava preparado» e que não sabia do pedido feito pelo «Novo Rumo» até ao momento em que foi contactado pelo Sul Informação, quando se encontrava a caminho do Tribunal de Olhão.

De resto, considerou o pedido feito pelo movimento «mais uma peripécia desse senhor [João Pereira], que tenta baralhar coisas que são óbvias». «A ligação dos candidatos do PS à Ambiolhão são nomeações já no exercício da atividade autárquica», disse. Os visados «não são funcionários da empresa» e optaram por receber vencimento como vereadores, «não beneficiando sequer de senhas de presença». «As empresas municipais de Olhão não criaram tachos, ao contrário do que muita gente diz, porque nós acumulamos funções», defendeu.

António Pina garantiu ainda que o pedido de inelegibilidade não se aplica a nenhum dos socialistas visados no pedido do «Novo Rumo» e acrescentou que também os visados do PSD e CDU «são elegíveis» e não têm qualquer impedimento para ser candidatos.

Quanto ao pedido de inelegibilidade que António Pina apresentou, é justificado «com indicações de que, ao recolher assinaturas, o movimento “Novo Rumo” terá dito a várias pessoas que se tratava de uma petição para baixar o preço da água em Olhão».

A candidatura do PS levantou, igualmente, suspeitas, que o movimento de cidadãos tenha promovido um único pedido de assinaturas e «replicado essas mesmas assinaturas, sem autorização dos respetivos titulares, quer nas listas às Assembleias de Freguesia quer à Câmara Municipal».

São estes alegados argumentos «falaciosos» para recolher assinaturas que sustentam o pedido do PS, que defende «ser público» que é «recorrente o referido cidadão socorrer-se de dissimulações, entre outros ardis, para obter para si todo o tipo de vantagens».

O PS nomeia mesmo um processo de burla qualificada em que João Pereira será arguido, relacionado com a venda de um terreno em Tavira, «processo a aguardar designação de data de julgamento no 1.º Juízo Criminal do Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa».

«Deixo aqui um alerta a toda a população de Olhão para ter atenção e muito cuidado com o que este senhor diz», rematou António Pina.

 

«Novo Rumo» garante que assinaturas foram recolhidas legitimamente

«Entregámos no Tribunal o dobro das assinaturas necessárias. Não podíamos estar a coagir ou a enganar 6 mil pessoas», defendeu o membro da candidatura «Novo Rumo» Raul Coelho, ao nosso jornal. O representante do movimento assegurou ainda que todas as listas que apresentaram já foram aceites e que «nem uma assinatura foi posta em causa pelo Tribunal».

Raul Coelho acrescentou que a recolha das assinaturas para as listas aos diferentes órgãos foi feita de forma independente e que estas têm «mandatários e subscritores diferentes».

«Arranjar as assinaturas não é fácil, mas nós conseguimos porque nos damos com as pessoas e estamos próximos delas», alegou, Raul Coelho.

Quanto à questão do processo de burla no qual o candidato à Câmara do movimento está envolvido, o representante do movimento chamou a atenção para o facto de remontar a «julho de 2012» e que já terá sofrido desenvolvimentos entretanto. «Mas trata-se de uma questão pessoal, a que terá de ser o João Pereira a responder», acrescentou.

 

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