Macário vai sair do cargo de presidente da Câmara de Faro

Macário Correia vai pedir a suspensão do cargo de presidente da Câmara de Faro enquanto espera pela resposta de um […]

Macário Correia vai pedir a suspensão do cargo de presidente da Câmara de Faro enquanto espera pela resposta de um novo recurso apresentado esta segunda-feira relativo ao processo que lhe poderá valer o atual mandato.

Um «gesto de boa e livre consciência» que irá formalizar na próxima Reunião de Câmara.

Numa nota pública, o ainda presidente da autarquia farense reafirmou que irá cumprir «serenamente a última decisão judicial, qualquer que ela seja», naquele que apelida um «complexo e contraditório processo».

É uma decisão que «pretende demonstrar a todos que me interessa mais a verdade e a justiça do que o poder pelo poder». Macário Correia afirmou ainda que faz o pedido com «dor e sofrimento».

«Tenho sofrido com profunda tristeza e com muito silêncio. Custa muito ver dito e escrito o que não é verdade. A população de Faro e os funcionários municipais, em especial, não merecem o que têm sofrido solidariamente comigo, com esta injusta e estranha situação», disse.

Numa nota de 17 pontos, Macário Correia fez ainda uma retrospetiva «deste anormal processo», onde salientou desde logo «as decisões exatamente opostas sobre a mesma matéria concreta» tomadas este ano pelo Supremo Tribunal Administrativo. «Uma em março passado e outra há dias. Uma admite um recurso e suspende a condenação, a outra diz o oposto», resume.

Reafirmando que está a ser condenado por procedimentos que ainda não foram considerados ilegais, individualmente, em processos que correm paralelamente e que, em alguns casos, o Ministério Público arquivou, o autarca algarvio lembrou algumas das coisas que estranha no processo.

«Sofro profundamente há cerca de três anos com todas estas peripécias invulgares e estranhas. Estas sucessivas decisões contraditórias, deste anormal processo, já me destruíram bastante, na minha saúde, na de familiares e no prejuízo efetivo do desempenho das minhas funções públicas», disse.

«Estranho é também o facto de um órgão de informação ter acesso frequente às peças não públicas do processo durante os fins-de-semana, antes de eu próprio as conhecer. Com base nisso, produz notícias distorcidas sobre o assunto. Muito estranho mesmo», acrescentou.

«Face às referidas decisões contraditórias ocorridas no Supremo Tribunal Administrativo, entendo, por isso, ser meu dever suscitar, pela última vez os meus legítimos direitos. Seria, nestas estranhas circunstâncias, incorreto não o fazer. Irei até ao fim, pela verdade e pela justiça», justificou.

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