Centenas de pessoas despediram-se hoje de António Rosa Mendes em Cacela Velha

Centenas de pessoas estiveram na manhã de hoje, quinta-feira, em Cacela Velha, para prestar homenagem a António Rosa Mendes, cujo […]

Centenas de pessoas estiveram na manhã de hoje, quinta-feira, em Cacela Velha, para prestar homenagem a António Rosa Mendes, cujo funeral decorreu na pequena aldeia de Vila Real de Santo António, alcandorada sobre a Ria Formosa.

O cemitério local foi pequeno para todos os que compareceram no funeral do professor, historiador e investigador algarvio.

Familiares, amigos, população da freguesia que o viu nascer e onde foi sepultado, académicos e personalidades do Algarve de todos os quadrantes criaram uma moldura humana que testemunhou o respeito que António Rosa Mendes ganhou nos seus 59 anos de vida.

«Rosa Mendes deixa um vazio, desde logo pessoal, pelo homem que era e pela referência que era na nossa cultura. Era uma voz credível, ativa e sobretudo, ouvida», ilustrou a diretora Regional de Cultura Dália Paulo, à margem da cerimónia fúnebre.

«António Rosa Mendes pode ser definido como alguém completamente humano e que gostava do Homem. Por vezes, temos muitos intelectuais, mas falta esta faceta humanista», considerou.

Apesar de ser um momento de dor e lamento, antes da cerimónia fúnebre final, houve lugar a uma sentida salva de palmas, para celebrar o legado deixado pelo falecido. Um gesto apropriado, tendo em conta que António Rosa Mendes dedicou muita da sua vida à Cultura e à sua promoção.

Outra área em que se distinguiu foi a académica. «Era um Académico na verdadeira aceção da palavra. Um homem que gostava de dar aulas, que investigava, que documentava com muita profundidade tudo o que fazia. Era diretor da Biblioteca, função que desempenhava com muito gosto», recordou o Reitor da Universidade do Algarve.  

Estas foram duas facetas, entre muitas, de um homem que deixou a marca nos que com ele privaram mais de perto. «Ele era muito mais do que um homem de cultura ou um académico. Aprendemos muito com ele nos momentos formais e nos informais. Essa é a grandeza do seu caráter, da sua humildade, que acho que era a principal faceta dele: estar sempre disposto para nos ouvir e para nos ensinar», continuou, emocionada Dália Paulo.

Também João Guerreiro salientou este lado de António Rosa Mendes, que considerou «um cidadão exemplar, com intervenção cívica, criando sinergias entre as forças vivas da região. É uma grande perda para nós. É um momento muito triste para todos nós e para a Universidade», considerou

«Tinha imensa paixão pelo Algarve e tinha um sonho para esta região. Mas não se limitava a sonhar, tentava mudar aquilo que estava mal. Foi com esta paixão que sempre foi conseguindo combater o que considerava mal. Foi uma voz muito importante e muita ativa (…) e Rosa Mendes chamava-nos sempre a atenção para olharmos este território [do Algarve] pela sua beleza. Sobretudo, partir do território para outras coisas e não o contrário», considerou, por seu lado, Dália Paulo.

Comentários

pub