Banco Alimentar recolhe 2445 toneladas em dois dias de campanha

O Banco Alimentar contra a Fome recolheu, em dois dias de campanha, um total de 2445 toneladas de alimentos em […]

O Banco Alimentar contra a Fome recolheu, em dois dias de campanha, um total de 2445 toneladas de alimentos em todo o país, número que, segundo Isabel Jonet, presidente da Federação dos Bancos Alimentares, é semelhante ao da campanha de maio de 2012.

Isabel Jonet sublinhou a «enorme generosidade dos portugueses», tanto os que foram voluntários e participaram na campanha trabalhando nos supermercados e nos armazéns, como os que doaram os alimentos.

A responsável pela Federação dos Bancos Alimentares salientou ainda que a quantidade de alimentos angariados tem uma «expressão acrescida», porque «há muitas famílias em situação de dificuldade enorme» e mesmo assim os níveis de doação mantiveram-se.

No Algarve, a campanha decorreu em 140 lojas nos 16 concelhos da região, mas são ainda desconhecidos os dados da recolha.

A nível nacional, a campanha mobilizou cerca de 39.200 voluntários e decorreu em 1.181 superfícies comerciais das zonas de Abrantes, Algarve, Aveiro, Beja, Braga, Coimbra, Cova da Beira, Évora, Leiria-Fátima, Lisboa, Oeste, Portalegre, Porto, S. Miguel, Santarém, Setúbal, Terceira, Viana do Castelo, Viseu e Madeira.

“Não perca esta oportunidade de ajudar quem mais precisa: compre 2, leve apenas 1”, foi o lema e a mensagem positiva da acção de promoção da campanha nos órgãos de informação, que traduz de uma forma simples o sentido mais puro deste apelo à solidariedade dos Portugueses.

 

A maior ação de voluntariado do país

39.200 voluntários disponibilizaram algum do seu tempo durante o fim-de-semana para participar na campanha de recolha, realizando tarefas como a recolha nos estabelecimentos comerciais, o transporte, a pesagem e a separação e acondicionamento dos produtos.

Os géneros alimentares recolhidos serão distribuídos a partir da próxima semana a 2.221 Instituições de Solidariedade Social, que os entregam a 389.200 pessoas, sob a forma de cabazes de alimentos ou refeições confecionadas.

De acordo com os dados da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome, em 2012 foi distribuído um total de 28.323 toneladas de alimentos (com o valor estimado de 39.651 milhões de euros), numa média diária de 113 toneladas por cada dia útil.

 

Campanha de recolha prossegue ainda com vales e online

Até 9 de Junho será ainda possível doar alimentos ou através de vales nas superfícies aderentes ou em www.alimentestaideia.net.

A nova plataforma electrónica de recolha de alimentos caracteriza-se por uma grande simplicidade e acesso ao mais baixo preço do mercado a um conjunto de produtos alimentares essenciais para ajuda às famílias.

Quais as atividades dos Bancos Alimentares

A atividade dos Bancos Alimentares Contra a Fome prolonga-se ao longo de todo o ano. Para além das campanhas de recolha em supermercados, organizadas duas vezes por ano, os Bancos Alimentares Contra a Fome recebem diariamente excedentes alimentares doados pela indústria agroalimentar, pelos agricultores, pelas cadeias de distribuição e pelos operadores dos mercados abastecedores. São assim recuperados produtos alimentares que, de outro modo, teriam como destino provável a destruição.

Estes excedentes são recolhidos localmente e a nível nacional no estrito respeito pelas normas de higiene e de segurança alimentar.

Deste modo, para além de combaterem de forma eficaz as carências alimentares, os Bancos Alimentares Contra a Fome lutam contra uma lógica de desperdício e de consumismo, apanágio das sociedades atuais.

 

Recolha nacional, ajuda local

Os Bancos Alimentares Contra a Fome distribuem ao longo de todo o ano os géneros alimentares recorrendo a Instituições de Solidariedade Social por si selecionadas e acompanhadas em permanência. Incentivam as visitas domiciliárias e o acompanhamento muito próximo e individualizado de cada pessoa ou família necessitada por estas instituições, de forma a ser possível efetuar, em simultâneo, um verdadeiro trabalho de inclusão social.

A atividade dos Bancos Alimentares norteia-se pelo princípio genérico da “recolha local, ajuda local”, aproximando os dadores dos beneficiários e permitindo uma proximidade entre quem dá e quem recebe.

Possibilita o encontro entre voluntários e instituições beneficiárias, por um lado, e entre fornecedores da indústria agroalimentar, empresas de serviços, poder públicos e o público em geral, em especial durante os fins-de-semana das campanhas de recolha, em que todos trabalham lado a lado por uma causa comum: a luta contra as carências alimentares e a fome.

O primeiro Banco Alimentar Contra a Fome em Portugal foi criado em 1992 e estão atualmente em atividade no território nacional 20 Bancos Alimentares, congregados na Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares.

Existem 253 Bancos Alimentares operacionais na Europa, que em 2012 distribuíram 388.600 toneladas de produtos a 5,2 milhões de pessoas através de 31.560 associações (www.eurofoodbank.org).

Este ano foi realizada a primeira campanha de recolha de alimentos na República de Cabo Verde, em duas ilhas e 23 lojas, o que representa um primeiro passo com vista ao lançamento dos Bancos Alimentares nesse país com um modelo idêntico ao português.

 

Estudo sobre os utentes das Instituições de Solidariedade Social

Um estudo realizado pela Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome, em parceria com a ENTRAJUDA e a Universidade Católica Portuguesa, com o objetivo de conhecer melhor a situação das pessoas apoiadas pelas Instituições de Solidariedade Social, divulgado na semana passada, revela que cerca de 52% dos agregados familiares inquiridos tem um rendimento disponível mensal inferior ao salário mínimo nacional (23% das famílias auferem menos de 250€, 29% entre 251€ e 400€ e 26% mais de 500€), provindo em 32% dos casos do trabalho.

Em 40% dos casos, o rendimento provém de reformas/pensões.

Cerca de 60% dos inquiridos afirma que o rendimento da família nunca é suficiente para viver. 26% dos inquiridos considera ter tido falta de alimentos ou sentido fome alguns dias por semana, 14% referindo que tal aconteceu pelo menos um dia por semana.

O estudo constata ainda uma tendência para o aumento das carências alimentares ( estudo disponível no site www.bancoalimentar.pt).

 

Atualizado às 11h38, acrescentando dados sobre a atividade dos Bancos Alimentares

 

 

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