Victor Guerreiro é o novo presidente da ACRAL

Victor Guerreiro é desde esta sexta-feira o novo presidente da Associação de Comércio e Serviços da Região do Algarve (ACRAL) […]

Victor Guerreiro é desde esta sexta-feira o novo presidente da Associação de Comércio e Serviços da Região do Algarve (ACRAL) e sucede a João Rosado, cuja lista foi impedida de ir a sufrágio por alegadas irregularidades.

A lista única do proprietário das lojas Victor Victoria recebeu 65 por cento dos votos, numa assembleia que contou com a participação de 244 sócios.

Os novos órgãos vão tomar posse na próxima terça-feira, dia 9, às 18 horas, no hotel EVA.

Talvez devido à dinâmica que se criou e da expetativa de que iria haver, pela primeira vez na história da associação, duas listas a concorrer aos diferentes órgãos da ACRAL, a Assembleia Geral de 5 de abril teve a particularidade de ter sido três vezes mais participada que aquela que elegeu há quatro anos a lista encabeçada por João Rosado.

O presidente cessante chegou mesmo a pedir a impugnação do ato eleitoral, mas este acabou por acontecer. João Rosado queixa-se de ter sido prejudicado deliberadamente pelo presidente da AG da ACRAL Álvaro Viegas, acusando-o de ter cometido «ilegalidades estatutárias», algo que o visado negou, garantindo que tinha duas razões distintas para deixar de fora a lista de recandidatura da atual direção.

Este é um assunto que ainda não terá morrido, pois a lista que foi impedida de participar já prometeu levar o caso até «às últimas consequências», ou seja, a barra dos tribunais.

 

Victor Guerreiro vai pedir auditoria às contas da associação

O recém-eleito presidente da ACRAL vai pedir uma auditoria às contas, para aferir a real situação financeira da associação. O futuro presidente fez esta promessa aos associados que estiveram na apresentação da sua candidatura, há cerca de um mês, em Faro e reforçou-a em conversa com o Sul Informação.

«Vou pedir uma auditoria externa às contas da ACRAL. Suspeitamos, mesmo sem ter acesso às contas, que o passivo seja hoje superior a um milhão de euros», disse aos sócios.

À margem da apresentação, adiantou ao nosso jornal que o valor que adiantou é apenas uma suposição e baseado nos documentos que são públicos, como «as duas contas caucionadas no valor de 300 mil euros cada». «Também existem dívidas a fornecedores que me têm procurado diretamente, que rondam os 300 a 400 mil euros», disse.

«A ACRAL atingiu um estado calamitoso e é necessário alterar alguma coisa. O motivo porque nos candidatamos é por acharmos que há uma gestão que demonstra não funcionar, que compra jornais e empresas em concorrência com os próprios associados e tem uma situação caótica em termos financeiros», ilustrou, na altura Victor Guerreiro.

A aposta da direção cessante no setor da comunicação social tem sido um foco de tensão dentro da associação e um dos principais críticos da medida foi Álvaro Viegas, que alegou que a associação estava a perder milhares de euros por mês ao manter um projeto jornalístico regional. Da lista de Victor Guerreiro faz parte um dos associados a que o presidente eleito da ACRAL se refere, que é dono de um jornal regional e sócio da associação nessa condição.

No campo das ideias, o novo presidente da ACRAL disse querer colocar em prática «um plano de longo prazo, a dez ou quinze anos», chamando os sócios à participação neste projeto. Para isso, irá descentralizar as reuniões de direção e  levá-las a diferentes localidades da região, onde a ACRAL tem secções.

«Podemos fazer, no imediato, negociações em grupo para baixar as contas da eletricidade, seguros e outros», considerou, mas para conseguir resolver os problemas de fundo ter-se-á de ir mais longe. «Nós temos que requalificar os centros históricos e temos de ver o que se faz noutros locais e adaptar à nossa realidade», defendeu.

«A ACRAL tem de criar negócio entre os seus associados e entre os que não o são, mas querem instalar negócios. Ou seja, temos de fazer bases de dados das carências dos sítios onde estamos, de quantas lojas estão fechadas, que tipo de comércio existe, quantos empregados, que riqueza é que se cria, etc.», acrescentou.

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