Parque de estacionamento pago vai render 10 mil euros por mês ao Hospital do Barlavento

O estacionamento pago no hospital de Portimão vai render 10 mil euros por mês ao Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio, […]

O estacionamento pago no hospital de Portimão vai render 10 mil euros por mês ao Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio, revelou o presidente do Conselho de Administração do CHBA.

José Ramos falava aos jornalistas após a manifestação de protesto contra a criação do parqueamento pago, que esta manhã reuniu menos de 30 pessoas (e seis polícias) à porta da unidade de Portimão do CHBA.

O administrador admitiu que a decisão de taxar o estacionamento «poderá não ser cómoda, nem satisfatória para a maior parte dos utentes», mas repetiu a necessidade de «disciplinar a utilização abusiva» do parque. «Temos a certeza de que há utilização abusiva, de pessoas que usam o parque e não é para vir ao hospital», reforçou.

José Ramos não quis explicar a que utilização abusiva se referia, mas o Sul Informação sabe que se trata, por exemplo, de empresas do antigo Retail Park, que usam o estacionamento do hospital para ir buscar os seus funcionários para os transportar de autocarro para outras lojas fora do concelho, deixando aqueles os seus automóveis aí estacionados longas horas durante o dia.

José Ramos, presidente do Conselho de Administração do CHBA

O presidente do CA do CHBA salientou também que, embora entenda como «reação natural» as manifestações contra o pagamento, se trata de «uma medida para manter». «Há um contrato assinado com a empresa concessionária, escolhida após um concurso internacional, e não podemos agora dizer-lhes que fica tudo sem efeito».

Quanto ao início do pagamento, tudo indica que, depois de resolvidas as «questões técnicas», terá lugar na próxima segunda-feira, dia 8 de abril.

Cá fora, nos estacionamentos, enquanto o grupo de perto de trinta pessoas se manifestava, continuavam os trabalhos para colocar o sistema eletrónico do parque em funcionamento.

João Vasconcelos, do Bloco de Esquerda e da Comissão de Utentes do hospital, empunhando um cartaz onde se podia ler «Parque pago é igual a Roubo legalizado!», explicou que «quando as pessoas já estão a ser penalizadas com as taxas moderadoras, com a diminuição dos autocarros do Vai e Vem, agora cai-lhes em cima mais esta taxa, que vai sair cara a quem vem a uma consulta, à urgência ou visitar um familiar».

Para mais, sublinhou, porque o Hospital do Barlavento se situa praticamente na periferia da cidade, e «não há aqui à volta nenhum parque ou local gratuito onde as pessoas possam estacionar».

Outro elemento da Comissão de Utentes salientou que, se a administração criou exceções para os funcionários – médicos, enfermeiros, auxiliares, administrativos -, a verdade é que outras pessoas que trabalham no hospital não têm direito a parqueamento gratuito. É o caso dos seguranças da empresa Securitas ou dos funcionários dos refeitórios e cafetarias, que são explorados por empresas externas.

«Vamos lutar até que o Conselho de Administração volte atrás!», garantiu João Vasconcelos.

Quanto ao facto de o protesto ter atraído tão poucas pessoas, uma senhora da Comissão de Utentes disse ser «lamentável que não estejam aqui mais pessoas, porque isto toca a todos. A cidade tem 50 mil habitantes, mas só estamos aqui meia dúzia a protestar».

Com ou sem protestos, se os trabalhos em curso correrem bem, o estacionamento no Hospital do Barlavento, em Portimão, começará a ser pago na próxima segunda-feira, dia 8 de abril.

Entretanto, esta manhã, a uma centena de metros da manifestação contra o pagamento do estacionamento, junto à porta da entrada para as consultas externas, decorria um outro protesto, desta vez reunindo perto de uma centena de enfermeiros, contra a situação que consideram discriminatória dos profissionais com contratos individuais de trabalho.

No final, manifestantes de um e de outro protesto reuniram-se, tudo sob o olhar atento dos agentes da PSP, utentes e jornalistas.

Comentários

pub