«Sardinha de Papel» une cultura e comércio no mesmo espaço na Baixa de Faro

É um espaço cultural e de partilha e, ao mesmo tempo, um estabelecimento comercial . A loja «Sardinha de Papel» […]

É um espaço cultural e de partilha e, ao mesmo tempo, um estabelecimento comercial . A loja «Sardinha de Papel» é inaugurada hoje em Faro e traz um conceito de negócio bem original à capital algarvia, em grande medida assente na cooperação entre o produtor e o ponto de venda, com benefícios mútuos.

No espaço que será hoje aberto na Rua Conselheiro Bívar, na baixa da capital algarvia, às 16 horas, «está tudo à venda», desde as peças de artesanato feitas de material reciclado que compõem a oferta base da loja, às obras de arte em mostra e até o mobiliário onde os produtos estão em exposição e os candeeiros «feitos de forminhas de papel» pendurados no teto, ilustrou a promotora do projeto Vera Pinheiro ao Sul Informação.

Este é uma das cinco ideias de negócio premiadas com rendas “amigas” no concurso «Estamos na Baixa!», organizado pela associação «Faro 1540», em parceria com a Câmara Municipal de Faro e a Associação de Desenvolvimento Comercial da Zona Histórica de Faro.

Ao abrigo deste concurso foram concessionados cinco espaços comerciais «com condições de arrendamento gradual e a preços de exceção durante nove meses». Vantagens que permitiram a Vera Pinheiro tornar realidade uma ideia que tinha há muito.

«Já há alguns meses que andava a ponderar lançar este projeto e andei a informar-me sobre valores de rendas, mas era tudo muito caro e fui adiando», contou. Foi então que soube do concurso «Estamos na Baixa!», ao qual concorreu. «Uma das lojas foi-me atribuída. A partir daí, fiquei nervosa e com medo!», disse a rir, a promotora da «Sardinha de Papel».

«Este pretende ser um espaço cultural, onde se poderá adquirir peças de design de autor, assistir a um concerto, a uma exposição de fotografia ou pintura. Também pode funcionar como atelier, uma vez que todo o mobiliário tem rodas de modo a se poder mudar a disposição da sala facilmente», explicou.

No fundo, procurar-se-á «rentabilizar o espaço fazendo funcionar uma oficina de artes e cultural». Outra maneira de tirar proveito económico é através da venda de produtos artesanais, muitos deles feitos a partir de material reciclado.

«A reciclagem é uma área em que apostamos e que achamos que faz todo o sentido, hoje em dia. Há que reinventar», disse. A oferta é muita, como por exemplo sacos feitos de velas de barco, tabuleiros feitos exclusivamente de papel, móveis que ganharam nova vida e elementos decorativos feitos dos mais variados materiais.

Ao artesanato junta-se também o Comércio Justo, um movimento internacional que procura que os produtores, nomeadamente de países mais pobres, tenham a fatia de leão dos lucros nos produtos que exportam, aproximando-os do consumidor final e garantindo uma percentagem alta da venda final, que normalmente se dilui pelos muitos intermediários envolvidos.

Uma vertente que resulta de uma parceria com a Associação Recreativa e Cultural do Algarve (ARCA), que é um dos parceiros deste movimento. Com esta cooperação, os produtos que antes eram vendidos na sede da associação, no Jardim da Alameda, passam a estar disponíveis num local bem mais central e movimentado da cidade.

«Depois de saber o resultado do concurso, contactei a ARCA, onde fiz o meu primeiro estágio académico e eles abraçaram e deram força a este projeto», contou Vera pinheiro.

 

A «Sardinha de Papel» está aberta a colaborações

A ideia de Vera Pinheiro apoiou-se em parcerias e elas não ficam pelas pessoas «que já abraçaram este projeto como sendo delas». «Este foi visto por muitos como um espaço seu, de criação do próprio emprego e para tentar fazer alguma coisa», disse. Pode ser visto como «um espaço de promoção, uma oficina, onde as pessoas podem propor coisa para ter à venda, para expor, para mostrar aquilo que fazem».

A co-proprietária da «Sardinha de papel» tem mesmo dificuldade em nomear todos os que ajudaram a levantar este projeto, por serem «muitos». «Tem envolvido mesmo muita gente», disse.

Hoje à festa de inauguração, que começa às 16 horas e conta com a presença dos DJ Pedro Pragana, «Pi Pan Tufa» e «Le DJ Solitaire». Também estará patente a exposição fotográfica de Bruno Paixão & Daniela Silva «Mixed Works» e Artwork por Pëdro. Também estará em mostra o trabalho do fotógrafo José Luís.

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