Paulo Neves quer levar serviços da Câmara de Faro para a Rua de Santo António

Paulo Neves fez esta segunda-feira a primeira declaração pública enquanto candidato à Câmara de Faro pelo PS e focou boa parte […]

Paulo Neves fez esta segunda-feira a primeira declaração pública enquanto candidato à Câmara de Faro pelo PS e focou boa parte da sua intervenção na dinamização da Baixa da cidade, uma tarefa que considerou fulcral para o desenvolvimento económico do concelho.

O socialista promete levar os serviços da autarquia para a Rua de Santo António, caso seja eleito, para ajudar a revitalizar a Baixa.

Numa declaração feita no Clube Farense, na Rua de Santo António, o candidato socialista à autarquia nas eleições que se realizarão em outubro reafirmou a intenção de se comprometer «com a viabilidade» das ideias que apresentar no seu programa, «como fazer sem recursos e o porquê de priorizar essas medidas face a outras, considerando o momento que vivemos».

Fazer mais do que o atual executivo, mesmo sem dinheiro, será o mote da campanha de Paulo Neves, que disse estar consciente da «falta de liquidez e do endividamento municipal crónico». A solução, defendeu, passa por unir vontades. «É preciso fazer e já. Vou explicitar durante a campanha como vamos conseguir emparceirar com os farenses e agentes económicos para voltar a dar vida a Faro», disse.

Lembrando que há hoje «mais mil desempregados em Faro que há três anos», num total de «4530 desempregados» no concelho e que os setores da restauração, serviços e alojamentos são responsáveis «por 40 por cento do total», Paulo Neves propõe soluções para «estagnar o desemprego» neste setor.

«Caso seja eleito, vou transferir os serviços camarários que estão agora situados fora da Baixa para a Rua de Santo António», revelou. Uma medida que pretende levar as pessoas «a voltar a criar a rotina de visitar a Baixa», ao mesmo tempo que se alivia a carga na Cidade Velha.

A lógica que servirá para levar os serviços camarários para a principal zona de comércio tradicional da cidade é a mesma por detrás da ideia de, «com o alojamento hoteleiro, organizar o Centro de Reuniões e Congressos de Santo António». «Há espaços fechados há dois, três ou mesmo há quatro anos», ilustrou.

No caso deste futuro centro de congressos, cujo objetivo seria atrair mais turismo de negócios, Paulo Neves considera que os donos dos espaços fechados «só tem a ganhar com a sua exploração». «Vou convidar os donos das infraestruturas que não estão a ser utilizadas a pensar nestas novas formas de eles próprios as reabrirem», disse.

Como complemento a esta aposta na Baixa da cidade, o candidato socialista à Câmara de Faro defendeu uma aposta forte na reabilitação urbana, aproveitando os recursos que o quadro comunitário 2014-2020 destinará a este setor. Além de renovar a imagem da cidade, esta será uma forma de combater o desemprego nas áreas da construção civil e do imobiliário, que é igualmente muito expressivo no concelho.

 

Evitar gastos desnecessários e chamar quem tem receitas a investir

Paulo Neves defendeu que terá de se aproveitar ao máximo os fundos comunitários disponíveis e voltar a avançar com os projetos agora parados que já têm comparticipação garantida. «Faz-me confusão ver como as obras ficaram paradas e se perderam fundos comunitários. Comprometo-me a desbloquear estas intervenções se merecer a confiança dos farenses», disse.

No que toca a outros investimentos, há que não gastar verbas em coisas que considera desnecessárias, «como os 500 mil euros na mudança de imagem» e chamar à participação quem ganha com eles. «Quem tem a receita terá de contribuir para o esforço que tem de ser feito», considerou.

Paulo Neves falou ainda da questão da empresa municipal Fagar e da intenção do atual executivo em aumentar as taxas de fornecimento de água, nomeadamente para os casos de incumprimento. O candidato do PS recusa que se onere mais a população e defendeu que esta medida servirá apenas para «dar dinheiro aos parceiros privados da empresa».

Admitindo que não será possível rasgar o contrato feito pelo executivo liderado por José Vitorino, que considerou «extremamente prejudicial» para a autarquia, defendeu que há espaço para «renegociar», algo que José Apolinário chegou a fazer, durante o seu mandato.

«Basta fazer a parte privada cumprir o contrato para que tenham interesse em renegociar. Se a Câmara não tem como pagar, o privado não tem como receber», ilustrou.

Na sua primeira declaração oficial, Paulo Neves surgiu rodeado por dois dos anteriores presidentes socialistas da Câmara de Faro – João Botelheiro e Luís Coelho (José Apolinário, por afazeres profissionais, não conseguiu estar presente) -, pela presidente das Mulheres Socialistas algarvias Ana Passos, pelo deputado Miguel Freitas, pelo presidente do PS/Algarve António Eusébio, e ainda pelo presidente da Junta de Freguesia da Sé, Joaquim Teixeira, entre outras personalidades socialistas.

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