Plano de Negócios vai ajudar o CCMar a rentabilizar o conhecimento que produz

O Centro de Ciências do Mar (CCMar), unidade de investigação associada à Universidade do Algarve pode, a médio prazo, gerar […]

O Centro de Ciências do Mar (CCMar), unidade de investigação associada à Universidade do Algarve pode, a médio prazo, gerar 70 por cento das suas necessidades de financiamento anuais.

Esta é a perspetiva da proposta de Plano de Negócios para uma Central de Tecnologias e Serviços do CCMar apresentada por cinco alunas da Lisbon MBA, que venceu um concurso lançado pelo centro de investigação a nível nacional.

A cerimónia de atribuição do prémio decorreu esta sexta-feira, no ciclo de conferências «Inovar Algarve». Além de se ficar a conhecer a equipa vencedora, também foram dadas a conhecer as linhas gerais do documento, pelas suas autoras.

O CCMar lançou o desafio a estudantes de Escolas de Gestão de todo o país para que elaborassem um Plano de Negócios para o centro, que permitisse fazer face às dificuldades de financiamento com que o setor científico se debate. A ideia por detrás do plano é aumentar as receitas próprias do centro e contribuir para uma maior autonomia.

Uma iniciativa da estrutura algarvia considerada «fantástica» pelo Diretor Geral da COTEC Daniel Bessa. O também professor universitário foi o presidente do júri do concurso, que juntou ainda um representante de cada uma das escolas convidadas a participar no concurso.

«Esta foi uma medida inteligentíssima do CCMar», defendeu, considerando por outro lado que o centro «fez um favor a estas escolas e aos seus alunos porque lhes propôs uma tarefa», que visa ser aplicada.

O Plano de Negócios vencedor foi elaborado por Diana Malhado, Inês Santos, Sara Oliveira, Sofia Barbosa e Sofia Gueifão.

 

Cinco anos para ter nível de financiamento de 70 por cento

O Plano de Negócios criados pelas alunas da escola de gestão Lisbon MBA parte da experiência do centro e daquilo que já oferece ao setor económico, em termos de serviços e conhecimento.

Deste centro de investigação já saíram diversas ideias de negócio, as chamadas empresas spin-off, algumas das quais já operam no mercado, como é o caso da Sparos, que se dedica à produção de ração para peixes de aquacultura.

Tendo em conta as potencialidades do trabalho desenvolvido pelo CCMar e a necessidade que há no mercado de produtos inovadores nesta área, a proposta de Plano de Negócios sugere um caminho, assente em quatro fases, que permitirá aumentar substancialmente o autofinanciamento do centro.

O primeiro passo, segundo a sugestão das alunas que elaboraram o plano, é adaptar a estrutura interna do centro «a um modelo mais virado para o negócio». Para isso, seria necessária uma «adaptação da estrutura de pessoal», nomeadamente a inclusão de pessoas mais ligadas à área de gestão.

Esta medida permitiria aos investigadores focar-se mais no trabalho científico puro e duro, deixando a área de negócios a pessoas com mais vocação para este trabalho.

A partir daqui, será possível, numa segunda fase, fazer uma redefinição da oferta de serviços, que permitisse «alavancar o know-how» existente no centro.

O plano sugere, a partir daqui, que o CCMar aposte em capitalizar o conhecimento que produziu e continuará a produzir, através da «criação de produtos de valor». Um exemplo é a produção de juvenis de espécies piscícolas de elevado interesse comercial, para criação em aquacultura.

Numa fase mais avançada, sugerem as alunas do Lisbon MBA, o CCMar pode aventurar-se «no turismo científico», uma área pouco explorada na região e com bom potencial. Trata-se, no fundo, de chamar a si «uma parte do mercado emergente do ecoturismo».

Estes passos, segundo o Plano de Negócios, seriam dados nos próximos cinco anos, o que permitiria, segundo projeções das proponentes do documento, que o CCMar gerasse 70 por cento das suas necessidades de financiamento em 2018.

Uma perspetiva «muito agradável» para o diretor do Centro de Investigação algarvio Adelino Canário, mas para a qual ainda falta trabalhar muito.

Apesar de já se estar a «desenvolver uma mentalidade de ligação entre as empresas e os investigadores», esta relação «tem de ser aprofundada», acredita, algo que será fundamental para que as perspetivas do plano se concretizem.

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