Presidente da Câmara de Lagoa considera «insensíveis» declarações da Associação Portuguesa de Seguradores

O presidente da Câmara de Lagoa considerou hoje como «insensíveis» as declarações do presidente da Associação Portuguesa de Seguradores, que […]

O presidente da Câmara de Lagoa considerou hoje como «insensíveis» as declarações do presidente da Associação Portuguesa de Seguradores, que disse que o apoio do Governo aos cidadãos com bens afetados pelo tornado de 16 de novembro é «pouco razoável».

Em conversa com o presidente do Sporting Godinho Lopes, que hoje visitou Silves e Lagoa para se inteirar dos estragos, o autarca José Inácio disse que «as críticas que o presidente da Associação de Seguradores fez à disponibilidade do Governo para apoiar as pessoas mais carenciadas que sofreram graves prejuízos, dizendo que todos deviam ter seguro, são completamente despropositadas e demonstram uma grande insensibilidade».

«Há gestos e gestos, mas este senhor, que se revoltou contra a solução encontrada pelo Governo para os mais carenciados, esquece-se até que há muitas pessoas que hoje estão numa situação difícil, porque perderam os seus empregos, nomeadamente nos setores da construção ou do turismo», disse o presidente da Câmara de Lagoa a Godinho Lopes.

«Esta é uma situação que, infelizmente, parece ser desconhecida pelo senhor que proferiu tais declarações», diria ainda o autarca lagoense José Inácio.

O presidente da Associação Portuguesa de Seguradores tinha criticado esta segunda-feira o Governo por ter criado um fundo de emergência, para cobrir «todas as situações [não cobertas] que se justifiquem socialmente».

Segundo Pedro Seixas Vale, tal apoio estatal «faz com que as pessoas que não fizeram um seguro tenham o mesmo tipo de indemnização, o que não é justo em relação às pessoas que pagaram os seguros».

O presidente da APS disse ainda que, face a uma média de prejuízos de 4000 euros registados nas participações aos seguros, «pagar meia dúzia de euros por mês para ter estes seguros, às vezes, compensa perfeitamente».

Mais uma vez, esta é uma afirmação refutada pelo presidente da Câmara de Lagoa, segundo o qual, face à situação de crise e de desemprego, algumas das pessoas afetadas pelo tornado não teriam «a tal meia dúzia de euros, porque isso seria o essencial para sobreviverem».

O Governo anunciou, no sábado, dia 24, um fundo de emergência de dois milhões de euros para apoiar as pessoas que vivem situações sociais difíceis e que ficaram com as suas habitações danificadas pelo tornado que fustigou os concelhos de Lagoa e Silves a 16 de novembro.

A Associação Portuguesa de Seguradores anunciou esta segunda-feira um custo global de 2,6 milhões de euros devido aos cerca de 700 sinistros participados na sequência do tornado.

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