MOJU anda a fazer mexer Olhão há cinco anos

Nasceu há cinco anos da vontade de um grupo de jovens olhanenses que queriam dinamizar o seu concelho e hoje […]

Nasceu há cinco anos da vontade de um grupo de jovens olhanenses que queriam dinamizar o seu concelho e hoje é uma referência não só no concelho da Restauração, mas no Algarve e até além-fronteiras da região. A associação MOJU – Movimento Juvenil de Olhão celebrou o seu quinto aniversário na passada terça-feira e tem já muito que recordar, apesar da sua juventude.

O caminho percorrido até aqui foi considerado positivo pelos responsáveis pela associação, que tem sido marcada pelo dinamismo e pela renovação constante. Basta dizer que, em cinco anos, já teve três presidentes da direção, com os que cederam o seu lugar a continuar intimamente ligados à MOJU.

O presidente e o vice-presidente da MOJU Nuno António e Hélio Santos foram os convidados desta semana do programa radiofónico Impressões, dinamizado em conjunto pelo Sul Informação e pela Rádio Universitária do Algarve RUA FM. Uma conversa que pode ser ouvida na integra hoje, sábado, às 12 horas em 102.7 FM ou no site da RUA FM.

Para quem gostar de trocadilhos, pode-se dizer que os cinco anos de existência da MOJU foram de «Bom Sucesso», repletos de «Olhares sem Preconceitos» e que, de dois em dois anos, fizeram com que Abril, além de águas, tivesse Bandas Mil. Estes são os nomes de alguns dos mais emblemáticos projetos da associação, que foram tema incontornável da entrevista.

Foi com estas iniciativas que a MOJU conseguiu mobilizar muitos jovens olhanenses. «Um dos vogais da direção, o Roberto, conheceu a associação através do projeto [ de intervenção social Bom Sucesso]. Através da vontade, do empenho e do trabalho, acabou por ser convidado para a direção. É um jovem que fez 22 anos há poucos dias, muito ativo, que traz força e novas ideias. E é isso que nós queremos», contou Hélio Santos.

O caso de Roberto Prazeres não é único e são já muitos os jovens que tiveram um primeiro contacto com a MOJU como beneficiários do projeto Bom Sucesso e hoje dão o seu contributo como voluntários em diversos projetos. «Este projeto permitiu que a associação ganhasse uma estrutura, que de outra forma não teria sido possível», ilustrou Nuno António. Desde logo, porque permitiu à associação a sua sede, mas também porque a levou junto daqueles a que a iniciativa se destina.

«Aquilo a que o projeto se propôs foi a promover o sucesso escolar. Em termos de atividades, temos apoio escolar aos jovens mais desfavorecidos, que não teriam outra forma de o obter, acompanhamento familiar e escolar, um espaço de Internet onde podem fazer pesquisas e resolver as suas tarefas diárias e um gabinete de acompanhamento individual para resolução de casos mais específicos», revelou Nuno António

Estas valências ajudaram muitos jovens a mudar a sua mentalidade, para atitudes mais positivas perante a vida. Quem o diz são alguns dos beneficiários do projeto Bom Sucesso, que se dirige a jovens do Bairro Social chamado vulgarmente chamado “das Panteras”, na 5ª edição da revista da MOJU.

«Pegando na terminologia marítima, muito associada ao projeto, eles encontraram ali um Porto Seguro, onde podem fugir da realidade que têm em casa, que têm no Bairro e na escola. E o carinho que recebem das pessoas que trabalham no projeto fá-los sentir valorizados», considerou Hélio Santos.

O Bom Sucesso termina no final de 2012, já que é realizado no âmbito do Programa Escolhas, mas a MOJU já fez a candidatura para a sua renovação por mais 3 anos. «Nesta nova proposta já prevemos alargar a nossa zona de intervenção ao chamado Bairro dos Índios», acrescentou Nuno António.

 

Para o ano voltam os «Olhares sem Preconceito» e não só

 

Um dos primeiros projetos da MOJU foi o «Olhares sem Preconceito», uma iniciativa que pretende promover a integração da vasta comunidade estrangeira na sociedade olhanense. Um projeto que já cresceu e se tornou num festival, que se volta a repetir em 2013. «A taxa de imigrantes em Olhão é o dobro da média nacional. isto revela a importância deste tema na nossa cidade. Estamos a falar de umas dez a doze nacionalidades mais vincadas, mas no total serão umas trinta», salientou Nuno António. «Em 2013, certamente será diferente das duas edições anteriores. Será reformulado, esperamos fazer uma coisa com uma nova área de abrangência, mas fica a surpresa», acrescentou o presidente da MOJU.

Um evento que alterna com o concurso Abril Bandas Mil, que apesar de ir apenas na terceira edição, realizada há poucos meses, já é considerada um sucesso. «Este ano, podemos dizer que tivemos bandas de todo o país, o que revela o interesse que o concurso gera», comentaram os dirigentes da MOJU.

Também irá continuar a forte aposta da MOJU no voluntariado. Além de Campos de Voluntariado no Verão, a associação algarvia é parceira da associação juvenil internacional Youth for Exchange and Understanding (YEU), através das qual traz jovens de vários países a Olhão e “envia” jovens de Olhão para diversos pontos do mundo.

Algo que espelha bem o crescimento desta associação, nos seus ainda poucos anos de existência, é o facto de ter sido a representante do Algarve na maioria dos projetos que envolveram associações juvenis a nível nacional. No dia em que Nuno António e Hélio Santos tomaram posse, a então diretora regional do IPJ admitiu que a MOJU era uma espécie de braço direito do instituto da juventude na região, sempre pronta a aceitar os desafios que lhe eram lançados. Um bom exemplo é o do projeto Rapública, um vídeo produzido pela equipa e beneficiários do Bom Sucesso por ocasião dos cem anos da República Portuguesa em 2010.

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