Corveta vai ao fundo a 27 de outubro, navio-patrulha a 3 de novembro

A antiga corveta «Oliveira e Carmo» vai ser afundada no dia 27 de outubro, sábado, e o navio patrulha-oceânico «Zambeze» […]

A antiga corveta «Oliveira e Carmo» vai ser afundada no dia 27 de outubro, sábado, e o navio patrulha-oceânico «Zambeze» uma semana depois, a 3 de novembro. Se as condições do mar o permitirem, claro.

As datas oficiais da criação do recife artificial destinado ao turismo subaquático promovido pelo projeto Ocean Revival, duas milhas ao largo da Prainha (Portimão), foram esta quarta-feira anunciadas, perante cerca de quatro dezenas de empresários turísticos algarvios.

O projeto Ocean Revival foi apresentado numa sessão no café-concerto do Teatro Municipal de Portimão pelo seu principal mentor, Luís Sá Couto. O próprio dia da imersão do primeiro dos antigos navios da Marinha Portuguesa será, garantiu, «um dia muito interessante para os hoteleiros e para as marítimo-turísticas».

«Estamos a preparar um evento à volta destes afundamentos», revelou Luís Sá Couto, salientando que está a ser escolhido um hotel de onde se aviste a operação, que se passa a apenas duas milhas da costa. Mas também poderão ser promovidas viagens até à zona (garantindo meia milha de distância de segurança em relação ao local exato do afundamento), em embarcações marítimo-turísticas. «Logo neste primeiro dia há muita coisa interessante, que pode ser aproveitada pelos hoteleiros e pelas marítimo-turísticas».

Luís Sá Couto, proprietário do centro de mergulho Subnauta e presidente da associação Musubmar – que teve a sua empresa e a Câmara de Portimão como fundadoras, e agora já conta também com a Portisub e a Exclusive Diver (que trabalha com o Grupo Pestana em Alvor) como sócias – explicou aos empresários que o objetivo do projeto Ocean Revival é «tornar o Algarve um dos principais destinos europeus de mergulho».

O empresário recordou que há oito milhões de turistas subaquáticos no mundo, 3,2 milhões na Europa. O Algarve recebe atualmente apenas 10 mil desses turistas endinheirados, havendo uma dúzia de empresas a trabalhar neste segmento de mercado. Mas em 2022, segundo o estudo económico feito pelo Ocean Revival, o objetivo é receber «90 mil mergulhadores» e «160 mil acompanhantes», levando também à criação de mais centros de mergulho em toda a região.

Como atração para os turistas subaquáticos – que vêm sobretudo de Inglaterra, Alemanha e Países Nórdicos – haverá então o recife artificial criado pelos antigos navios de guerra da Marinha Portuguesa afundados. «Vamos promover a imersão deliberada de quatro navios da Marinha Portuguesa», tornando a costa frente a Portimão no único sítio do mundo onde «uma esquadra» está afundada de propósito.

Isto vai criar, segundo Sá Couto, «um novo tipo de turismo de baixa temporada», na Primavera e no Outono, contribuindo com «3,8 pontos percentuais sobre os valores atuais» para as taxas de ocupação hoteleira do Algarve e com proveitos que hão-de passar dos atuais 2,6 milhões de euros anuais para 70,5 milhões em 2022, dentro de dez anos. Estas são, pelo menos, as contas feitas pelos promotores do projeto.

António Pina, presidente da Associação Turismo do Algarve (ATA), responsável pela promoção do destino Algarve no mercado internacional, salientou, na sessão no Tempo, que este é «um excelente produto que pode dar uma mexidela no setor, a par do turismo de cruzeiros».

Manuel da Luz, presidente da Câmara de Portimão, por seu lado, sublinhou que o objetivo é tornar Portimão e o Algarve «paragem obrigatória dos turistas de mergulho de todo o mundo».

Pedro Lopes, administrador do Grupo Pestana no Algarve, em declarações ao Sul Informação, disse que o projeto Ocean Revival «é um pouco como o Autódromo, no sentido em que é importante para atrair um nicho de mercado de pessoas que fazem férias de mergulho. Podemos passar a ser um destino para esse turismo subaquático, mas um destino que está apenas a duas horas e meia de viagem dos países emissores».

E que, como tinha já salientado Sá Couto, tem vantagens competitivas, entre as quais se destacam a segurança e a qualidades das infraestruturas de apoio turístico.

Como pretende o Grupo Pestana aproveitar o projeto Ocean Revival? «Vamos pôr a nossa máquina de vendas ao serviço do projeto. Temos hotéis em locais de onde vêm estes turistas subaquáticos, em Londres, em Berlim, no Brasil. E temos excelentes contactos com grandes tour operators. Vamos aproveitar tudo isso para promover este produto, que é inteiramente novo nesta vertente».

Se tudo correr bem no dia 27 de outubro – e, depois de todas as dificuldades que surgiram, Luís Sá Couto disse que teria de bater na madeira para evitar mais percalços -, o local poderá começar a ser mergulhado no dia seguinte, depois de a equipa de mergulhadores da Armada portuguesa e do próprio projeto Ocean Revival irem lá abaixo e verificarem que tudo está ok e as condições de segurança estão garantidas.

Será promovido um «primeiro mergulho, com pompa e circunstância», anunciou Luís Sá Couto. E depois? Depois é fazer promoção, promoção, promoção (a própria Subnauta já tem em andamento um plano de promoção internacional que contará com o apoio do Turismo de Portugal) e esperar que o investimento comece a dar frutos.

 

 

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