Proactivetur lança Catálogo de Ecoturismo que alia negócio ao desenvolvimento do interior

As experiências também se vendem e quanto mais genuínas forem e maior for o seu impacto na economia local, melhor. […]

As experiências também se vendem e quanto mais genuínas forem e maior for o seu impacto na economia local, melhor. É esta a filosofia da empresa de ecoturismo algarvia Proactivetur, que lançou recentemente o primeiro Catálogo de Ecoturismo do Algarve. Dele constam muitas propostas, todas elas desenvolvidas em zonas deprimidas da região, que procuram criar um impacto económico junto das populações dos locais onde decorrem, para além do negócio da empresa que as promove.

A empresa nasceu de um grupo de empreendedores da região, entre os quais João Ministro, que durante muitos anos liderou o projeto da Via Algarviana e é hoje o coordenador do Projeto Querença, que é cada vez mais visto como um caso de sucesso no que à luta contra a desertificação diz respeito. Um objetivo que a Proactivetur partilha, apesar de as suas propostas terem um caráter comercial.

«Nos últimos anos estive envolvido em projetos que exploram essa outra vertente do turismo no Algarve e, através da Proactivetur, pensámos em desenvolver algo que mostre outras valências turísticas que não sejam só o Sol e Praia e o Golfe ou até mesmo só as caminhadas. Quisemos juntar num catálogo um conjunto de experiências», revelou João Ministro.

As propostas da empresa «incluem desde atividades em espaço rural, como agricultura, até atividades ligadas à natureza, de observação de aves, caminhadas e visitas culturais». A oferta não será totalmente inovadora, na região, mas a abordagem, garantiu João Ministro, é.

«Tentamos sempre ter uma grande proximidade com os locais que são visitados, com as populações locais. Procuramos ter atividades em que possamos envolver as pessoas das aldeias. É este o conceito que está por detrás do catálogo: uma grande proximidade com os locais visitados, com os valores a eles associados e dar aos visitantes momentos especiais de contato com a natureza e cultura da região», ilustrou.

A jovem empresa algarvia conta, nas atividades propõe e que «obviamente são pagas», com guias especializados e «em alguns casos merendas tradicionais», que pretendem potenciar ao máximo a experiência vivida pelos clientes.

Do 1º Catálogo Ecoturismo do Algarve constam, por exemplo, diversos workshops ligados ao mundo rural, como é o caso do de Agricultura Tradicional, onde os participantes podem experimentar a apanha e britagem de azeitona.

«Isto pode parecer fútil, mas é muito interessante. As pessoas aprendem todo o ciclo desde a apanha até à britagem e depois levam para casa um frasco com azeitonas britadas e conservadas. Se há pessoas interessadas em conhecer melhor a nossa cultura, penso que são boas experiências para serem vendidas», considerou João Ministro.

O agora empresário defendeu ainda que a Proativetur traz ao mercado uma abordagem diferente, que não deve ser vista como turismo de natureza, mas sim como verdadeiro ecoturismo. «Este último é mais transversal. Implica um impacto ao nível da economia local, alguma pedagogia, um contributo sério para a conservação da natureza e para projetos de desenvolvimento local. É isto que nós queremos com estes catálogos. Não queremos apenas fazer um passeio, mas que as pessoas que nele participam percebam que estão a fazer alguma coisa em beneficio de um determinado território», disse.

O catálogo é de acesso gratuito, bastando para isso «aceder ao site da Proactivetur e descarregá-lo». «Também está na nossa página no Facebook e podem enviar-nos um email que nós enviamos o catálogo», acrescentou João Ministro. Uma brochura que foi «desenvolvida em parceria com o Projeto Querença, para dar oportunidades de trabalho aos que nele participam» e foi criado por um dos jovens participantes no projeto Luís Caracinha.

«Nesta primeira edição do catálogo, as nossas propostas são essencialmente no Barlavento e na zona central. Mas nas próximas iremos incluir de certeza o Sotavento. Temos atividades em Sagres, na Serra de Monchique, no Barrocal… a ideia é que seja transversal, não só ao nível geográfico mas também das temáticas», disse João Ministro.

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