Importimonências

Muito tempo passou desde que deixei aqui neste sítio a minha primeira (e última) crónica, mas chegou de novo o […]

Muito tempo passou desde que deixei aqui neste sítio a minha primeira (e última) crónica, mas chegou de novo o momento em que um jovem de Portimão tem que se fazer ouvir sobre múltiplos aspetos que, neste verão, o têm deixado impertinente.

Para começar, uma palavra de louvor aos organizadores do Festival da Sardinha 2012 pelos seguintes motivos: a deslocalização do certame para o Parque de Feiras e Exposições (de onde, a meu ver, nunca deveria ter saído) e a colocação do palco principal bem a apontar para o Parchal, permitindo que eu, quando o vento é favorável, ouça todos os espetáculos desde o meu quarto, a três quilómetros de distância.

Elogio também a alteração gráfica que surgiu este ano: menos sardinhas em ‘cartoon’ e mais património e identidade portimonense. Pessoalmente considero que aquela analogia que foi criada entre a ponte ferroviária e a sardinha está muitíssimo bem conseguida.

O cartaz deste ano também melhorou substancialmente: em três palcos diferentes não nos visitam só os tradicionais cantores, mas artistas da área do humor, jazz, fado, entre outros, evidenciando aqui um esforço para tornar o certame atrativo a todo o tipo de público.

No entanto, não consigo deixar de manifestar a minha opinião desgostosa no que toca a alguns aspetos. O preço dos bilhetes (€5,00) ainda não me parece adequado para a fase económica que vive esta região e, por outro lado, consiste ainda num forte motivo para ficar em casa ou procurar alternativas de serão mais baratas.

Quem poderia ir ao festival dois ou três dias, irá apenas um. Julgo que o preço não se alterou face ao ano passado; não há dúvidas de que este ano vale bem mais a pena, mas ainda assim são mil escudos na moeda antiga! E esta crítica aplica-se igualmente aos organizadores da FATACIL 2012!

Aponto agora o dedo aos responsáveis pelo meu clube, o Portimonense. Na passada crónica, queixava-me de que os cidadãos de Portimão estavam demasiado alheios ao clube da sua terra. Mas tenho sido levado, face a algumas políticas que esta Direcão, presidida por Fernando Rocha, tem tomado, a concordar com todos esses cidadãos ou, pelo menos, a legitimar o seu comportamento.

Foi uma alegre surpresa saber que, apesar de se ter classificado em último lugar na Liga Orangina, na época passada, o Portimonense não desceu de divisão, ou melhor, foi repescado para disputar a Segunda Liga (nomenclatura da época 2012/2013) por incumprimento financeiro do Varzim.

Não tenho pudores em assumir que a posição do Sr. Presidente Fernando Rocha terá sido fulcral nesta repescagem (terá sempre acreditado neste desfecho e recorrido até a advogados especializados em justiça desportiva).

Mas, após ter dito, em Assembleia Magna, que a principal (para não dizer a única) fonte de receita garantida do Portimonense eram as receitas do associativismo, parece-me que está a precisamente a fazer o oposto para assegurar e aumentar essa mesma fonte de receita.

Ora, se é necessário manter os (escassos!) sócios que o clube (ainda!) tem, por que não adequar o valor da quotização?

Relembro aos caros leitores que os valores praticados esta época que agora se inicia são precisamente os mesmos que foram praticados quando o Portimonense militava na Liga Zon Sagres.

Algumas ideias a seguir poderiam facilmente contornar esta situação e deixar, com iguais ou mais receitas de quotas ou bilheteira, as bancadas do Estádio Municipal de Portimão mais repletas.

Um kit de sócio (uma versão consistente, simplificada e adequada no preço daquilo que agora o clube dispõe); bilhetes familiares (para um jogo apenas ou para toda a época) e adequar o valor dos lugares cativos também ao tipo de sócio (por exemplo, o Leixões tem o preço do lugar cativo a €30,00 para menores ou estudantes; em Portimão, seja para quem for, o valor é sempre €90,00) e promoções especiais para mulheres.

E como se todos estes fatores não afastassem já suficientemente as gentes de Portimão do seu clube, parece que a Direção surge com outra medida esta época: os sócios, além das quotas pagas necessárias para assistir aos jogos, ainda têm que pagar €2,00 para levantar o respetivo bilhete.

Tendo em conta que esta época haverá 21 jogos em casa, um sócio que queira assistir a todos eles terá que pagar mais €42,00! Só consigo encontrar um adjetivo que se adeqúe para descrever esta medida: vergonhoso!

Um sócio que tenha o seu lugar cativo na bancada central paga €60,00 da quota anual; €90,00 do lugar cativo e agora €42,00 pelos bilhetes, fazendo um total de €192,00 numa só época!

Mas que tiro no pé que esta Direção acaba de dar!

Sejam bem-vindos ao Portimonense Sporting Clube, um clube de segunda, que tem adeptos de terceira, que pratica preços de primeira, mas que é gerido de forma amadora!

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