Empresários do Algarve «vão lutar» para que futuro quadro comunitário «não subestime» a região

Vítor Neto, presidente da Núcleo Empresarial do Algarve (NERA),  garantiu esta sexta-feira, em Loulé, que «os empresários do Algarve vão […]

Vítor Neto, presidente da Núcleo Empresarial do Algarve (NERA),  garantiu esta sexta-feira, em Loulé, que «os empresários do Algarve vão lutar para que o futuro quadro comunitário seja diferente».

O presidente dos empresários algarvios aludia ao facto de o Algarve ser uma das duas únicas regiões do país (com Lisboa e Vale do Tejo) que está fora do Objetivo 1 e que, por isso, sendo considerada estatisticamente mais rica, fica fora da maioria dos fundos estruturais.

«O Algarve não pode ser subestimado em relação aos fundos como o foi no atual quadro comunitário», sublinhou.

Vítor Neto, que falava na abertura da sessão em Loulé do ciclo «Portugal a Crescer», promovido pelo Ministério da Economia e destinado a dar a conhecer as medidas de apoio às empresas e à criação de emprego atualmente disponíveis, salientou que, na sala, estavam «empresários de diferentes setores, o que reflete a realidade económica complexa da região. Há aqui empresários do turismo, do lazer, da imobiliária e construção, da agroindústria exportadora, da distribuição, da restauração, da hotelaria. Esta é a realidade concreta da nossa região».

O presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDRA), respondendo à questão levantada pelo dirigente da associação de empresários algarvios, adiantou que, pelas contas já feitas, dificilmente o Algarve deixará de ser considerado região em “phasing out”, por isso com menos acesso aos fundos estruturais.

David Santos adiantou, porém, que nos últimos tempos tem surgido uma nova designação, a de «regiões em transição» e que se espera que o Algarve possa vir a ser incluída nessa categoria. Em Portugal, graças ao “phasing out”, na prática há «duas regiões em desvantagem em relação a todas as outras regiões do país» e uma delas é o Algarve, disse.

Entre as desvantagens de ser considerada região fora do Objetivo1 – e que se traduz em muito menos dinheiro para o Algarve -, o presidente da CCDRA referiu-se à falta de comparticipação da presença algarvia em missões empresariais, precisamente pelo facto de ser região em “phasing out”.

Os apoios à participação em missões empresariais no estrangeiro tinham sido apresentados pouco tempo antes, num dos painéis, por Luis Florindo, do AICEP, mas na verdade não se tem aplicado ao Algarve, tal como foi salientado por dois dos empresários presentes.

Luis Florindo, questionado por esses empresários, respondeu que, em certas circunstâncias, a comparticipação era possível, razão que levou, no final, a que o presidente da CCDRA comentasse que, «se é possível, então vamos encontrar os meios para isso».

Sobre o próximo quadro comunitário, David Santos salientou que, além de se prever o fim do fundo perdido, «provavelmente também não haverá apoio para vias de comunicação» e fez votos para que essa alteração não se aplicasse «às acessibilidades por via marítima», sublinhando que ainda há muito para fazer nesse aspeto, nomeadamente no Porto de Portimão.

Uma das questões abordadas e que suscitou interesse entre os mais de 100 empresários presentes na sessão, foi a medida anunciada por Carlos Abade, do Turismo de Portugal, para apoiar a requalificação dos equipamentos turísticos e hoteleiros já existentes.

Carlos Abade salientou ainda que a Iniciativa Jessica, que destina 10 milhões de euros ao Algarve para intervir na reabilitação urbana, «pode e deve ser aproveitada por empresas, nomeadamente as de turismo». É que, salientou, a Iniciativa Jessica permite «intervir em zonas de grande atratividade turística», como são os centros históricos das vilas e cidades algarvias.

A fechar, o presidente da CCDRA disse que este organismo «só pode estar ao lado das associações empresariais, até porque, pelo que já se sabe, o futuro quadro comunitário 2013/2020 tem mais a ver com iniciativa privada, com empresas, com criação de emprego». David Santos anunciou finalmente que a CCDRA, em conjunto com as associações empresariais, vai promover uma série de sessões para divulgar e debater os apoios disponíveis e os caminhos futuros do Algarve.

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