Alunos de Silves limpam graffiti de painel de Maria Keil (com fotos)

Os alunos do 6º F da Escola EB 2,3 Dr. Garcia Domingues, de Silves, depois de terem passado duas horas […]

Os alunos do 6º F da Escola EB 2,3 Dr. Garcia Domingues, de Silves, depois de terem passado duas horas a limpar as ervas e o pó do Museu da Cortiça, na sexta-feira, ainda tiveram forças e vontade para limpar o grafitti que desfeava, desde há meses, o painel de azulejos da artista Maria Keil, num largo da baixa da cidade.

O painel, que representa Silves, com o castelo e a sé, as ruas íngremes, os laranjais e o rio, foi oferecido em 2000 pela artista plástica Maria Keil do Amaral, silvense de nascimento, hoje com 98 anos de idade.

Munidos de baldes com água, detergente e esfregões, em menos de 20 minutos os 15 alunos, os dois professores e um outro voluntário, depressa conseguiram apagar a tinta que cobria parte dos azulejos.

O painel, oferecido à cidade pela maior artista azulejar do século XX, ostentava uma feia frase em inglês, sem que, entretanto, a Câmara de Silves, proprietária da obra de arte pública, tenha sequer pensado em limpá-lo. Isto apesar de o painel ficar numa das rotas mais usadas pelos turistas entre a zona ribeirinha e o castelo.

Há pouco tempo, alguém tinha já começado a limpar a tinta, mas sem terminar o trabalho.

«Era assim que estava, desde setembro de 2011, depois de vandalizado por alguém que resolveu despejar a sua amargura sobre o objeto errado!», explicou o professor Manuel Castelo Ramos, responsável pela iniciativa cívica dos seus alunos, que teve lugar a 18 de maio, no Dia Internacional dos Museus.

Mostrando que mais faz quem quer do que quem pode, em 20 minutos, munidos apenas de água, esfregões e detergente, os voluntários puseram o painel de azulejos quase como novo! «Já que ninguém se preocupa com isto, preocupa-se a gente», comentou um dos jovens envolvidos na ação.

Ao painel, para que fique perfeito, apenas lhe faltam quatro azulejos, que Manuel Ramos diz serem relativamente fáceis de repor. Pode ser que, depois de ver o trabalho feito pelos alunos da escola, a Câmara Municipal se resolva a devolver a obra de arte pública no seu estado original.

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