Jovem de Portimão procura apoio para Iron Man na Áustria após top10 em Abu Dhabi e Singapura

O Nuno Fernandes, um jovem portimonense de 22 anos, estreou-se em março em três triatlos internacionais, um deles o Iron […]

O Nuno Fernandes, um jovem portimonense de 22 anos, estreou-se em março em três triatlos internacionais, um deles o Iron Man, em Singapura, e em todos se classificou no top 10. Agora o jovem triatleta de Portimão procura apoios para poder participar em mais uma prova, desta vez na Áustria, em agosto.

Nuno Fernandes, estudante do 4º ano da licenciatura em Engenharia Eletrónica e Telecomunicações da Universidade do Algarve, nunca tinha participado num triatlo, nem sequer a nível nacional. Mas o seu gosto por desafios e o convite de um primo, que vive e trabalha no Dubai, levou-o a participar na primeira prova internacional, que teve lugar precisamente nesse país dos Emiratos Árabes Unidos.

«O meu primo mora lá e fez-me o convite. Eu aceitei e participei no triatlo do Dubai para me habituar ao clima. Foi uma semana antes de ir para o Abu Dhabi. Depois seguiu-se o Iron Man, que é uma prova mítica, em Singapura».

No Dubai, Nuno classificou-se em 9º lugar, no Abu Dhabi, onde fez 1,5 quilómetros de natação, 100 quilómetros de bicicleta e 10 quilómetros de corrida, foi 6º, no escalão de sub-24. O último e mais importante desafio foi em Singapura, com a prova Iron Man 70.3: 1,9 quilómetros a nadar, 90 quilómetros a pedalar e finalmente 21 quilómetros a correr.

Entre 40 atletas do seu escalão de sub-24, Nuno Fernandes foi 8º. Mas confessa que se tratou de uma prova «muito difícil, com condições atmosféricas muito difíceis, muito calor e humidade, algo a que nós, europeus, não estamos habituados».

«A minha bicicleta nem sequer é de triatlo. Em Singapura, fiquei em pânico ao ver os tipos do meu group age com bicicletas em que só a roda de trás pagava a minha toda. Eram 40 no meu group age e tinham todos bicicletas que eram autênticos maquinões», contou o jovem atleta algarvio em entrevista ao Sul Informação.

Mas nem a humidade, nem o calor, nem sequer a bicicleta pesada e pouco aerodinâmica derrotaram o Nuno, que terminou, mais uma vez, no Top 10. E com isso até conseguiu os mínimos para ir ao mundial, em Las Vegas, nos Estados Unidos da América. «Mas recusei, por não ter apoios. Deixei o meu lugar à disposição de outro atleta que consiga esses apoios», explicou, sem mágoas.

E porque se lembrou o Nuno Fernandes de começar a competir numas das provas mais duras e competitivas do mundo? A explicação do jovem até parece que não foi nada demais o que ele fez: «Surgiu esta oportunidade para ir ter com o meu primo ao Dubai e experimentar. Nós estamos a atravessar uma altura complicada, no nosso país. E isto serviu para mostrar que, se a gente quiser, a gente consegue fazer!». Simples, não é?

A preparação para Singapura começou com oito meses de antecedência e agora o Nuno está já a preparar-se para a prova do Iron Man, na Àustria, a 26 de agosto. Para isso, treina todos os dias duas a três horas, de bicicleta, corrida, natação ou musculação.

Antes, o seu treino foi feito sem qualquer ajuda. Agora, Paulo Sousa, da Associação O2 é o seu treinador de natação e vai ainda começar a trabalhar com outro treinador, à distância, de ciclismo.

Mas o treino, sublinha Nuno Fernandes, não se sobrepõe aos seus estudos na Universidade. «Seria uma deslealdade para com os meus pais», diz o jovem. Para conseguir conciliar estudos e treinos regulares, o atleta abdicou das saídas à noite. Aliás, confessa, «não saio há noite mais de quatro ou cinco vezes por ano». De resto, os seus dias são feitos de treinos de manhã bem cedo ou ao fim do dia e estudo.

Com objetivos de vida bem definidos, a meta seguinte do Nuno é agora a Áustria, em agosto. Nas provas anteriores, pagou do seu bolso as despesas, com ajuda dos pais e do primo, que o convidou para o distante Dubai. «Aqui no Algarve, estamos habituados a ter tudo à nossa disposição e nem saímos da nossa cidade para irmos de férias. Por isso, eu tinha algum dinheiro de lado».

Mas o desafio da prova de Salzburgo, na Áustria, e os resultados alcançados nas provas anteriores criaram um novo patamar de exigência ao atleta algarvio. Só a inscrição custa 240 euros – e Nuno já a pagou. «Mas depois falta o resto: os transportes, o alojamento. Só para isso serão uns 500 ou 600 euros. E quero juntar um pouco mais para ter uma bicicleta melhor, que me permita estar mais ao nível dos outros».

Por isso, anda «à procura de apoios para conseguir suportar todas as despesas». O Nuno já conseguiu, entretanto, um importante apoio: o da empresa Cofides, especializada em equipamentos para desporto. «A marca ofereceu-me um equipamento de ciclismo completo e vai oferecer-me um de triatlo, que vai ostentar os logotipos de todos os patrocinadores. Isso dará visibilidade aos apoios de todos os patrocinadores».

«Quando fui participar nestes triatlos, o meu objetivo era apenas terminar. As coisas acabaram por me correr muito bem». Tão bem que Nuno Fernandes se classificou sempre no Top 10 e até conseguiu os mínimos para os Mundiais nos Estados Unidos. Por isso, apoiá-lo nesta nova etapa no Iron Man na Áustria pode ser um bom negócio para os seus futuros patrocinadores.

 

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